Identidade, sexualidade e ancestralidade

uma leitura do poema em cordel “Iracema tabajara”, de Auritha Tabajara

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.53990

Palavras-chave:

Iracema tabajara, Poesia de autoria feminina indígena, Sugestão de leitura para sala de aula

Resumo

Este artigo tem como proposta a leitura do poema em cordel “Iracema tabajara”, da poeta indígena Auritha Tabajara, sob os vieses intercultural e pedagógico, ao abordar, a partir do prisma da diferença, o valor identitário de sua ancestralidade, de sua sexualidade e de sua indianidade. Em sua legibilidade crítica, o poema desconstrói a imagem subalternizada da mulher indígena brasileira que se cristalizou nas obras indianistas, retirando-a de sua sujeição, invisibilidade e silenciamento, para então restituí-la a partir de sua luta, seu canto e sua memória, sob a perspectiva de uma episteme contemporânea e intercultural que se enuncia por meio do poético. Neste trabalho, dialogaremos com o pensamento de autores como Walter Mignolo (2017, 2020), Daniel Munduruku (2012), Giorgio Agamben (2009) e Catherine Walsh (2009), a fim de produzir um substrato crítico de relevância literária, política e pedagógica, privilegiando estratégias de leitura que possam estimular a vivência desses textos em sala de aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução: Vinícius N. H. Chapecó, SC: Argos, 2009.

ALENCAR, José de. Iracema. 24. ed. São Paulo: Ática, 1991.

BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”, Brasília, DF: Senado Federal, 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 10 de jan. 2024.

HAURÉLIO, M. Literatura de cordel: do sertão à sala de aula. São Paulo: Paulus, 2013.

MARINHO, A. C.; PINHEIRO, H. O cordel no cotidiano escolar. São Paulo: Cortez, 2012.

MIGNOLO, W. Desafios decoloniais hoje. Revista Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, n. 1, v. 1, p. 12-32, 2017.

MIGNOLO, W. Pensamento liminar e diferença colonial. In. Histórias locais, projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: UFMG, p. 79-130, 2020.

MUNDURUKU, D. Literatura indígena e as novas tecnologias da memória. In: LEETRA Indígena. São Paulo: Universidade Federal de São Carlos, Laboratório de Linguagens LEETRA, n. 1, v. 1, 2012.

NIETZSCHE, F. Sobre a utilidade e a desvantagem da história para a vida: segunda consideração extemporânea. Tradução de André L. M. I. São Paulo: Hedra, 2017.

TABAJARA, A.; BORGES , L. Inéditos. Revista E, São Paulo, n. 2, p. 73, 2023. Disponível em: https://www.sescsp.org.br/ineditos-poemas-em-cordel-assinados-por-auritha-tabajara-e-ilustracoes-de-lucelia-borges/#agosto23-integra. Acesso em: 29 jan. 2024.

WALSH, C. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (Org.) Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.

Downloads

Publicado

31-08-2024

Como Citar

Dantas Freire, J., Carvalho de Assunção, S., & de Araújo Wanderley, N. (2024). Identidade, sexualidade e ancestralidade: uma leitura do poema em cordel “Iracema tabajara”, de Auritha Tabajara . Revista Cerrados, 33(65), 78–89. https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.53990

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.