Expandindo Experiências na Literatura Brasileira Contemporânea

Auritha Tabajara, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.54128

Palavras-chave:

Resistência; Ancestralidade; Escrevivência

Resumo

Este artigo examina a relevância da escrita de mulheres indígenas na literatura contemporânea brasileira, destacando Auritha Tabajara, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba como vozes que desafiam os limites e os estereótipos do território literário dominado por narrativas hegemônicas (Dalcastagnè, 2012). Essas autoras apresentam uma perspectiva autêntica e plural de suas identidades e experiências, rompendo com representações estigmatizadas da mulher indígena. Auritha Tabajara, por exemplo, desconstrói estereótipos ligados à imagem das mulheres originárias, abordando temas como sexualidade e ancestralidade em sua poesia (Tabajara, 2018). Eliane Potiguara, uma das primeiras autoras indígenas no Brasil, também contesta narrativas coloniais, explorando questões de identidade e resistência (Potiguara, 2018). Márcia Kambeba, por sua vez, reflete sobre a vida da mulher indígena em contexto urbano e a conexão com as raízes culturais e identitárias (Kambeba, 2018). Tentamos ressaltar que a literatura indígena, especialmente escrita por mulheres, é crucial para diversificar e democratizar o território literário, ampliando as vozes e as representações dentro deste espaço. Observamos que essas autoras desafiam o colonialismo literário ao reivindicar o território da literatura como um espaço de coletividade e resistência, promovendo uma visão mais expandida e plural da cultura e da literatura brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Sobre o processo de escrever borderlands/la frontera. In: ANZALDÚA, Gloria. A vulva é uma ferida aberta & outros ensaios. Rio de Janeiro: A Bolha Editora, 2021.

CANAL BRASIL. Feminismo Indígena. YouTube, 21 de set. de 2021. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uZvNpKn0lfg. Acesso em: 13 mar. 2024.

CARRASCOSA, Denise. Uma sismografia de nossos feminismos abolicionistas. In: DAVIS, Angela Y. et al. Abolicionismo. Feminismo. Já. Tradução de Raquel de Souza. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2023, p. 22.

CONCEIÇÃO, Evaristo. A escrevivência e seus subtextos. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabella Rosado. (Orgs.). Escrevivência: a escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. 1. ed. Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020. p. 26-46.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo, Editora Horizonte. Rio de Janeiro, Editora da UERJ, 2012.

FERNANDES JÚNIOR, Antônio. A felicidade em práticas discursivas do contemporâneo. In: SOUSA, Kátia Menezes de; PAIXÃO, Humberto Paixão da. (Org.). Dispositivos de poder/saber em Michel Foucault: biopolítica, corpo e subjetividade. São Paulo: Intermeios; Goiânia: UFG, 2015. p. 173-194.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 18 ed. Organização, introdução e revisão técnica Roberto Machado. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1979[2003].

GRAÚNA, Graça. Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2011.

HALL, Stuart. Quem precisa de identidade? In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Identidade e diferença. A perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2009. p. 103-133.

KAMBEBA, Márcia Wayna. Ay Kakyritama: eu moro na cidade. 2° ed. São Paulo: Pólen, 2018.

KRENAK, Ailton. Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022

MANDAGARÁ, Pedro. Uma forma de ver as literaturas das mulheres indígenas. Suplemento Cultural do Diário Oficial do Estado de Pernambuco. Publicado em 06 de junho de 2018.

MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.

POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. 3º edição – Rio de Janeiro: Grumin, 2018.

POTIGUARA, Eliane. O vento espalha minha voz originária. 1° edição – Rio de Janeiro: Grumin, 2023.

POTIGUARA, Eliane. Participação dos povos indígenas na Conferência em Durban. In: Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 10, n. 01, 2002.

SANTOS, Antônio Bispo. Colonização, Quilombo: modos e significados. Brasília: INCTI; UnB; INCT; CNPq; MCTI, 2015.

SEVERO, Cristine Gorski. Bakhtin e Foucault: apostando em um diálogo. In: PAULA, Luciane de.; STAFUZZA, Grenissa. (Orgs.). Círculo de Bakhtin: pensamento interacional. Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2013. p. 143-166.

TABAJARA, Auritha. Coração na aldeia, pés no mundo. Lorena: UK'A Editorial, 2018.

TESTA, Eliane Cristina; LEITE, Soraima Moreira Alves Ferreira. Coração na aldeia, pés no mundo. Entrevista com Auritha Tabajara. Revista Letras Raras. Campina Grande, v. 10, n. 3, p. 279-283, set. 2021.

Downloads

Publicado

31-08-2024

Como Citar

Siqueira, M., & Martins de Araújo, M. D. (2024). Expandindo Experiências na Literatura Brasileira Contemporânea: Auritha Tabajara, Eliane Potiguara e Márcia Kambeba. Revista Cerrados, 33(65), 69–77. https://doi.org/10.26512/cerrados.v33i65.54128

Artigos Semelhantes

1 2 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.