Tradução como resistência e ativismo: práticas de Tradução Feminista no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n4.2021.36230Palavras-chave:
Ativismo. Resistência. Tradução feminista. Estudos da Tradução. Rede de apoio.Resumo
As abordagens críticas dos Estudos da Tradução possuem seu enfoque não na recuperação de sentidos, na equivalência e na fidelidade, mas na (re)construção de novos significados que são resultados de negociações e mediações dentro do sistema social no qual o texto é (re)produzido. Neste trabalho, em conformidade com Berman (2013), Esteves (2014) e Rajagopalan (2007), aventamos discutir a prática tradutória como atividade (auto)reflexiva que permeia questões éticas, políticas e ideológicas, além de compreendê-la como uma ferramenta poderosa na produção e reprodução de discursos contra-hegemônicos, em consonância com os estudos de Collins (2019), Santos (2003, 2010) e Tymoczko (2006, 2010, 2014). Buscamos, portanto, apresentar alguns exemplos de práticas de tradução ativistas no Brasil contemporâneo (que circulam, especialmente, em blogs de autorias individuais ou coletivas), a fim de ilustrar as possibilidades de se estabelecer a tradução como ferramenta política e de resistência. Em concordância com Foucault (2006), ela pode funcionar a favor das lutas sociais que visam a transformação para uma sociedade mais justa e igualitária e para a construção e circulação de novas epistemologias que desafiam o discurso dominante e as hierarquias do poder. Os desdobramentos de discussões como esta envolvem conhecer e divulgar as experiências de práticas contemporâneas de tradução feminista no Brasil, um país terceiro-mundista, ou seja, “em desenvolvimento”, que permitem o compartilhamento de vivências de outras mulheres, que também estão fora do eixo Europa-Estados Unidos, e criar uma rede de apoio transnacional a partir de diferentes ecologias e feminismos.
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