Um Balanço acerca das Pesquisas sobre Marcas de Oralidade em Traduções de Ficções Literárias e de Best-Sellers de Ficção de Gênero e Novas Análises de Traduções da Literatura Young Adult

O Teorema Katherine, de John Green, y O verão que mudou minha vida, de Jenny Han

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v11.n1.2022.38930

Palavras-chave:

Estudos da Tradução. Marcas de oralidade. Capital Simbólico. Ficção literária. Ficção de gênero.

Resumo

Neste artigo, discutem-se os resultados de pesquisas, realizadas com os softwares AntConc e Wordsmith Tools, sobre marcas de oralidade em diálogos de obras traduzidas associadas à “ficção literária” e aos best-sellers de “ficção de gênero”. Observou-se que best-sellers de “ficção de gênero” de John Grisham, Agatha Christie e Troy Denning compartilham dois aspectos: a) os seus autores não desfrutam de capitais simbólicos elevados no campo dos estudos literários, e b) apresentam poucas marcas de oralidade nos diálogos traduzidos. Obras de “ficção literária” de Philip Roth, Hemingway, Kazuo Ishiguro, e as de “ficção de gênero” de Shirley Jackson e Philip K. Dick indicaram elevado capital simbólico junto ao campo dos estudos literários, e, em suas obras traduzidas, há muitas marcas de oralidade. Não é improvável que uma parcela das traduções de ficção de gênero, especialmente aquelas desprovidas de capital simbólico e com maior alcance comercial (Bourdieu, 2015), possa ser influenciada por uma percepção conservadora, por parte dos tradutores/editores, quanto à representação da variação linguística. Contudo, em novas pesquisas, em livros de John Green e de Jenny Han, do campo da literatura young adult, observaram-se diversas marcas de oralidade. Nenhum dos dois autores, porém, tem criado ampla repercussão simbólica nos estudos literários. Considera-se que a presença significativa de marcas de oralidade em certas obras de literatura young adult, com baixo status simbólico, possa ser condicionada por outros fatores, como a premência de se criar, para um público leitor jovem, uma verossimilhança linguística entre diálogos ficcionais e falas “concretas” de adolescentes, já que personagens adolescentes são centrais para as tramas dos romances young adult.

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Biografia do Autor

Lauro Maia Amorim, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Professor Assistente Doutor na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de São José do Rio Preto. Doutor em Translation Studies (2010) pela State University of New York at Binghamton, EUA. Mestre em Estudos Linguísticos (2003) e Bacharelado Em Letras Com Habilitação de Tradutor (2000) ambos pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas,  Departamento de Estudos Linguísticos e Literários. São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil

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Publicado

30-06-2022

Como Citar

AMORIM, Lauro Maia. Um Balanço acerca das Pesquisas sobre Marcas de Oralidade em Traduções de Ficções Literárias e de Best-Sellers de Ficção de Gênero e Novas Análises de Traduções da Literatura Young Adult: O Teorema Katherine, de John Green, y O verão que mudou minha vida, de Jenny Han. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 11, n. 1, p. 01–24, 2022. DOI: 10.26512/belasinfieis.v11.n1.2022.38930. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/38930. Acesso em: 7 out. 2024.