Por uma ética da resistência: a História na História da Tradução
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n4.2021.36258Palavras-chave:
História. Tradução. Ética. Resistência. Tempo.Resumo
O principal objetivo do presente artigo é apontar possíveis lugares da História na História da tradução. Mais especificamente, queremos evidenciar em que consiste o ofício do historiador na História da tradução. Com base em Certeau (2002), Bloch (2001), Burke e Hsia (2009), Kosellek (2006, 2013), ou ainda Loraux (1992), entre outros, reforçamos que os sentidos do que vem a ser a “História” são acessados apenas através da identificação de questões teóricas e epistemológicas constitutivas do campo em questão. Em seguida, analisamos a prática historiográfica na História da tradução estabelecendo a historicidade do gesto tradutório de quatro tradutores: Charles Antoine, Antoine Berman, Carlos Drummond de Andrade e Francisco de Quevedo y Villegas. Finalmente, a partir de Berman (2002), Petry (2016), Cardozo (2013, 2018), Ricoeur (2011), ou ainda Crary (2016), associamos os gestos desses tradutores a uma ética da resistência tendo em vista a concepção da tradução como relação privilegiada com o tempo.
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