Formação de tradutores e intérpretes de Libras-português: visão dos profissionais em atuação no mercado de trabalho
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n2.2021.33388Palavras-chave:
Língua brasileira de sinais (Libras). Formação de tradutores. Formação de intérpretes. Mercado de Trabalho.Resumo
A formação de tradutores e intérpretes de língua brasileira de sinais e língua portuguesa (TILSP) é uma prática recente e está em crescente discussão no Brasil. Nesse contexto, a demanda de atuação do mercado de trabalho desse profissional aumentou consideravelmente, devido a conquistas da comunidade surda, que passou a ocupar espaços sociais de maneira acessível em Libras, o que antes não acontecia. Com isso, a formação desse profissional também deve melhorar e evoluir com o intuito de sanar o máximo de lacunas possíveis. Dito isto, este estudo tem como objetivo analisar a visão dos profissionais tradutores e intérpretes de Libras-português da Universidade Federal de Goiás (UFG) sobre seu processo de formação na área. A pesquisa utiliza a metodologia de pesquisa exploratória (Gil, 2008), com abordagem quanti-qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas. A análise de dados se deu conforme a estrutura de Bardin (2007), apresentando seis núcleos de sentido: prática; teoria; como esses profissionais se formaram; consciência da necessidade de formação; formação continuada e dificuldades inerentes à profissão, que foram agrupados em duas categorias: perspectivas da profissão e profissionalização. Os resultados mostraram que, na visão dos profissionais, a formação proposta atualmente, em nível superior, apresenta carência de conteúdos práticos, tendo maior foco em disciplinas teóricas, e que o próximo do ideal seria uma formação com equilíbrio entre prática e teoria, e não priorizado somente uma das línguas, visto que a profissão envolve um par linguístico, no caso, Libras e português.
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