Desafios da tradução do imaginário crioulo: negociar a distância enunciativa entre o texto heterolingue original e a tradução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n2.2019.24378

Palavras-chave:

Crioulidade. Língua crioula. Ethos. Heterolinguismo. Distância enunciativa.

Resumo

Apresentamos neste artigo um dos aspectos que emergem da análise das traduções de textos literários heterolingues: a dimensão enunciativa do texto traduzido[i]. Seguindo Suchet (2010), analisamos a posição do responsável pelo texto alvo ou segunda enunciação e sua relação com a primeira instância enunciativa do texto fonte. Focalizamos na escrita de um dos representantes da Literatura Antilhana Contemporânea, Patrick Chamoiseau, em um de seus romances, Texaco (1992), consagrado com o prêmio Goncourt no ano de sua publicação, e na sua versão em espanhol de 1994, traduzida por Emma Calatayud. Em associação com Jean Bernabé e Raphaël Confiant, Chamoiseau é um dos precursores do movimento da Crioulidade que busca a reivindicação da identidade e da imaginação antilhana. Neste contexto, em uma primeira etapa, abordamos as representações da escrita e do escritor em um campo literário em construção, o valor simbólico das línguas de escrita, os fenômenos heterolingues do texto original e o gerenciamento da alteridade na tradução. Em uma segunda etapa, analisamos o manejo da distância enunciativa entre ambos os textos, por meio do qual é possível diferenciarmos diversos modos de negociação. Para a elaboração do corpus, selecionamos alguns fragmentos representativos do imaginário crioulo-martinicano, como a sabedoria vegetal e as crenças mágico-religiosas. Nosso objetivo é duplo: (1) identificar o(s) de tipo(s) de ethos que se manifesta(m) no texto traduzido e (2) pôr à prova uma ferramenta de análise que parte da prática da tradução e contribui para sua redefinição como espaço de transformação que se abre ao Outro em múltiplas direções.

 

[i] Este artigo se insere no projeto de pesquisa "A construção do Ethos e o tratamento dos culturemas no contexto de contato entre as línguas: sua articulação no campo da Tradutologia e da Didática das Línguas Culturas Estrangeiras". (H770, 2016-2020)

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Biografia do Autor

María Eugenia GHIRIMOLDI, Universidad Nacional de La Plata

Profesora y Traductora Pública en Lengua Francesa (Universidad Nacional de la Plata). Máster 2 en Ciencias del Lenguaje (Universidad de Rouen). Máster en Investigación en Traducción e Interpretación (Universitat Jaume). Ayudante diplomada ordinaria de la Cátedra Capacitación en Francés (UNLP). Integrante del Proyecto de Investigación: “La construcción del ethos y el tratamiento de los culturemas en situación de contacto de lenguas: su articulación en el campo de la Traductología y la Didáctica de las Lenguas-Culturas Extranjeras” (UNLP, FaHCE, IdIHCS/CONICET). Universidad Nacional de La Plata. Buenos Aires, Argentina.

Publicado

30-04-2019

Como Citar

GHIRIMOLDI, María Eugenia. Desafios da tradução do imaginário crioulo: negociar a distância enunciativa entre o texto heterolingue original e a tradução. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 8, n. 2, p. 51–70, 2019. DOI: 10.26512/belasinfieis.v8.n2.2019.24378. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/24378. Acesso em: 21 dez. 2024.

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