TRADUTORES DE MACHADO DE ASSIS:

VOZES NA HISTÓRIA DA TRADUÇÃO

Autores

  • Válmi HATJE-FAGGION Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v6.n2.2017.11454

Palavras-chave:

Entrevistas de tradutores, Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas, História da tradução, História do tradutor

Resumo

A contribuição de tradutores no fomento de obras de Machado de Assis (1839-1908) em inglês tem se mostrado bastante relevante desde os anos 1920, se intensificou nos anos 1990 e continua em expansão no século XXI. Entretanto, pouco se sabe sobre as motivações que levaram os tradutores a se empenhar em elaborar obras desse escritor para o inglês. Os depoimentos dados por diferentes tradutores podem fornecer informações importantes e até mesmo curiosas sobre as razões subjacentes à publicação de uma tradução em outra cultura (BASSNETT, 1993; 1998). Eles podem evidenciar, por exemplo, como e por que os tradutores formularam sua tradução, suas concepções de tradução e como seus procedimentos podem constituir um discurso e uma (micro) história sobre o tradutor e o traduzir (MUNDAY, 2013; 2014). Neste ensaio, aborda-se a história da tradução e do tradutor para o inglês de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, a partir de textos suplementares (NEWMARK, 1988) ou de fontes textuais primárias (MUNDAY, 2013) dos dois tradutores americanos relacionados à referida tradução. Esses textos incluem, entre outras informações, as entrevistas pessoais concedidas pelos tradutores William L. Grossman e Gregory Rabassa. Serão considerados, mais especificamente, esses dois tradutores americanos de romances de Machado de Assis com base nos estudos descritivos da tradução e do tradutor. Os dados obtidos pela voz dos tradutores em diferentes textos suplementares revelam diversas motivações (marketing, poética, ideologia e cultura) na elaboração da tradução de Memórias póstumas de Brás Cubas publicada nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Brasil (em inglês).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BASSNETT, Susan. From comparative literature to translation studies. In: Comparative literature. Oxford, UK and Cambridge, USA: Blackwell, 1993. p. 138-161.

BASSNETT, Susan. Researching Translation Studies: the case for doctoral studies. In: BUSH, Peter; MALMKJAER, Kirsten. (Org.) Rimbaud’s rainbow: literary translation in higher education. Amsterdam: John Benjamins, 1998, pp. 105-118.

EVEN-ZOHAR. Itamar. Polysystem studies. In: Poetics Today, v. 1, n. 11, 1990.

GENETTE, Gérard. Introduction. In: ______. Paratexts. Cambridge: Cambridge University Press, 1997, p. 1-15.

GROSSMAN, William L., Translatorʼs Preface. In: J. M. Machado de Assis, The Posthumous memoirs of Braz Cubas. Traduzido por: William Grossman. São Paulo: São Paulo Editores, 1951.

GROSSMAN, William L. Entrevista concedida a Otto Schneider. Jornal A manhã, Suplemento de domingo, em 11 de maio de 1952, p. 4.

HATJE-FAGGION, Válmi. Entrevista Rabassa. As traduções de romances de Machado de Assis. Entrevistadora: Válmi Hatje-Faggion. New York City, Estados Unidos. 2001. 02 cassetes sonoros (60 min.). Entrevista concedida à pesquisa de tese de doutorado The translator’s discursive presence in translated discourse: Machado de Assis’ five novels in multiple English translations. 14 de setembro de 2001a.

HATJE-FAGGION, Válmi. The translator’s discursive presence in translated discourse: Machado de Assis’ five novels in English multiple translations. 2001. 313 f. Tese (Centre for Translation Studies - Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução”“ Mestrado e Doutorado) - University of Warwick, Coventry, Inglaterra, 2001b.

LANDERS, Clifford. E. Literary translation: a practical guide. Clevedon: Multilingual Matters, 2001.

MACHADO DE ASSIS, J. M. Memórias póstumas de Brás Cubas. 10. ed. São Paulo: Ática, 1984.

______. The posthumous memoirs of Brás Cubas. Traduzido por: William Grossman. São Paulo: São Paulo Editores, 1951.

______. Epitaph of a small winner. Traduzido por: William Grossman. New York: Noonday Press, 1952.

______. Posthumous reminiscences of Braz Cubas. Traduzido por: E. Percy Ellis. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1955.

______. The posthumous memoirs of Brás Cubas. Traduzido por: Gregory Rabassa. New York and Oxford: Oxford University Press, 1997.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria. The psychiatrist and other stories. Traduzido por: William L. Grossman e Helen Caldwell. Berkeley e Los Angeles: University of California Press, [1963] 1966.

MUNDAY, Jeremy. The role of archival and manuscript research in the investigation of translator decision-making. In: Target 25 (1), 2013, p. 125-139.

MUNDAY, Jeremy. Using primary sources to produce a microhistory of translation and translators: Theoretical and methodological concerns. In: Translator 20 (1), 2014, p. 64-80.

NEWMARK, Peter. A textbook of translation. New York, London: Prentice Hall, 1988.

PONTIERO, Giovanni. Luso-Brazilian voices. Anyone care to listen? In: The Translator’s Dialogue: Giovanni Pontiero, ed. by Pilar Orero, and Juan C Sager. Amsterdam and Philadelphia: John Benjamins. 1997, p. 49-54.

RABASSA, Gregory. As traduções de romances de Machado de Assis. Entrevistadora: Válmi Hatje-Faggion. New York City, Estados Unidos. 2001. 02 cassetes sonoros (60 min.). Entrevista concedida à pesquisa de tese de doutorado The translator’s discursive presence in translated discourse: Machado de Assis’ five novels in multiple English translations.

RABASSA, Gregory. If this be treason: translation and its discontents: a memoir. New York: New Directions Book, 2005.

______. Introduction. In: LINS, Osman. Avalovara/ Avalovara. Traduzido por: Gregory Rabassa. Normal, Illinois: Dalkey Archive Press, 2002. p. vii-xi.

SCHNEIDER, Otto. GROSSMAN, William L. Entrevista concedida a Otto Schneider. Jornal A manhã, Suplemento de domingo, em 11 de maio de 1952, p. 4.

VANDERAUWERA, Ria. Dutch novels translated into English. Amsterdam: Rodopi, 1985.

Downloads

Publicado

20-12-2017

Como Citar

HATJE-FAGGION, Válmi. TRADUTORES DE MACHADO DE ASSIS:: VOZES NA HISTÓRIA DA TRADUÇÃO. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 6, n. 2, p. 53–70, 2017. DOI: 10.26512/belasinfieis.v6.n2.2017.11454. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/11454. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.