QUISSAMA, UMA (PSEUDO)TRADUÇÃO DO SÉCULO XXI
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v3.n2.2014.11284Palavras-chave:
Pseudotradução, Paratexto, Maicon Tenfen, Literatura brasileiraResumo
Em 2014, Maicon Tenfen publicou Quissama, uma obra que ele apresenta como a tradução de manuscritos recém-encontrados no Rio de Janeiro. O autor desses manuscritos, um inglês, teria passado pelo Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX e ali vivenciado eventos dignos de serem retomados em um livro e apresentados ao público. No entanto, uma simples nota no final do livro revela ao leitor atento que, na realidade, essa obra é ficcional. Estudiosos da tradução ”“ Gideon Toury (2012), em particular ”“ já demonstraram a importância das pseudotraduções no entendimento de fenômenos literários. Portanto, encontrar, em uma obra recente, essa técnica literária geralmente reservada a situações muito especificas incita a se debruçar sobre Quissama. Esse artigo apresenta uma descrição minuciosa dos elementos que sustentam a ideia que a obra é uma tradução. Tais índices podem ser encontrados tanto nos paratextos (principalmente o prefácio e as notas do tradutor), quanto no próprio texto. Apresentamos, em seguida, uma discussão relativa à dificuldade literária que o recurso a uma pseudotradução pode criar para o autor e uma reflexão a respeito dos possíveis motivos que justificaram o seu uso.
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