Circuitos curtos de produção e abastecimento alimentar na pandemia:
protocolo de pesquisa
DOI:
https://doi.org/10.26512/sersocial.v23i48.32277Palavras-chave:
abastecimento alimentar; circuitos curtos; protocolo metodológico; pandemia.Resumo
A pandemia do COVID-19, deflagrada mundialmente ao final do primeiro trimestre de 2020, e que logo se fez acompanhar da consequente necessidade de imposição de medidas de isolamento social, acarretou um amplo e complexo conjunto de dificuldades alimentares. O inusitado do fenômeno para a sociedade contemporânea, tanto quanto sua inevitabilidade e a universalidade de sua abrangência social, acarretaram drásticas e profundas rupturas nos fluxos de suprimento alimentar, demandando atenção e medidas corretivas emergenciais. Nesse contexto, os circuitos curtos de produção e abastecimento alimentar tornaram-se alternativas amplamente demandadas, como soluções factíveis, viáveis e produtivas em resultados de curto prazo. A presente proposta teórico-metodológica para um protocolo de pesquisa visa orientar a exploração crítica do legado social dessas experiências de abastecimento alimentar da perspectiva analítica das inovações introduzidas, dos aprendizados que aportaram e do potencial para sua replicabilidade como tecnologias sociais relevantes e alternativas possíveis aos sistemas alimentares tradicionais.
Downloads
Referências
ADAMS, P. Geographies of media and communication. New Jersey, EUA: Wiley-Blackwell, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES (ABRASEL). 40% dos bares e restaurantes deverão fechar durante pandemia em São Paulo, diz Abrasel. Disponível em:https://sp.abrasel.com.br/noticias/noticias/40-dos-bares-e-restaurantes-deverao-fechar-durante-pandemia-em-sao-paulo-diz-abrasel/. Acesso em 19 jun. 2020.
BÁRCENA, A.; BERDEGUÉ, J. Cómo evitar que la crisis del COVID-19 se transforme em uma crisis alimentaria: acciones urgentes contra el hambre en America Latina e el Caribe. Informe COVID-19. Roma: CEPAL/FAO, jul. 2020.
BAUMFELD, C. M. A experiência das feirinhas da FAMERJ ”“ significado e limites do abastecimento direto e atitudes face ao aparelho de Estado. In: MINAYO, N. C. S. (Org.). Raízes da fome. Petrópolis: Vozes, 1987.
BENINI, M. L. A.; SILVA JÚNIOR, R. D. Traçando possibilidades metodológicas para os desafios dos estudos do consumo na agroecologia. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 27, n.2, p. 352-370, jun./set. 2019.
BOSCH, N. V. Teorias feministas e pós-feministas de las tecnologias. In: ACSUR-Las Segovias. Se buscan mujeres #activistas (Kit de formación: Género, TIC y activismo). Madri: ACSUR-Las Segovias, 2013. Disponível em: http://www.x0y1.net/KIT_CAST_6-1.pdf .Acesso em 28 de junho de 2020.
BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.; PASSERON, J. Ofício de sociólogo: metodologia da pesquisa na sociologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos ”“ conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1996.
CARROLL, B. E.; FAHY, F. Locating the locale of local food: the importance of context, space and social relations. Renewable Agriculture and Food Systems, v. 30, n.6, p. 563-576, 2015.
CASTAÑEDA, M. Ambientalização e politização do consumo nas práticas de compras de orgânicos. Caderno CRH, v. 25, n. 64, p. 147-160, jan./abr. 2012.
COMITÊ GESTOR DA INTERNET NO BRASIL”“ CGI.br. Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2018. São Paulo: CGI.br, 2019.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA AGRICULTURA (CNA); SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL (SENAR). A feira de hortifrúti livre do coronavírus. Brasília: CNA/SENAR, 2020.
ESCOSTEGUY, A.C. (Coord.). As tecnologias de comunicação no cotidiano de famílias rurais: (re)configurações de uma ruralidade. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2019.
ESCOSTEGUY, A.C.; SIFUENTES, L.; BIANCHINI, A. O uso de tecnologias por famílias de agricultoras: uma reflexão metodológica. Comunicação, Mídia e Consumo, v.13, n.38, p. 97-115, set./dez. 2016.
ESCOSTEGUY, A.C.; FELLIPI, A.C.T. Reconfigurações do espaço rural e do cotidiano familiar: os sujeitos e suas práticas com as tecnologias de comunicação. Redes, v.25, n.1, p. 211-231, jan./abr. 2020.
FISCHER, H.; BURTON, R. J. F. Understanding farm succession as socially constructed endogenous cycles. Sociologia ruralis, v. 54, n. 4, p. 417-438, 2014. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/soru.12055. Acesso em: 8 jun. 2019.
GONÇALVES, J.; MASCARENHAS, T. As várias faces do sistema alimentar e a experiência da Rede Brasileira de Consumo Responsável. In: GONÇALVES, J.; MASCARENHAS, T. (Org.). Consumo responsável em ação: tecendo relações solidárias entre o campo e a cidade. São Paulo: Instituto Kairós, 2017, p.71-87.
HERNÁNDEZ-FLORES, H.D. Del arado al celular. Apuntes sobre juventude y consumo en espacios rurales. Revista Euroamericana de Antropología, n.7, p. 71-94, 2019.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÃSTICA - IBGE. Censo agropecuário de 2017. Disponível em:https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/.Acesso em: 5 abr. 2019.
JUNQUEIRA, A. H. A Igreja entra no clima: comunicação, educação e consumo em “Sobre o cuidado da casa comum” - encíclica papal de Francisco. Comunicação, Mídia e Consumo, v. 15, n.44. set./dez. 2018.
JUNQUEIRA, A. H.; MORETTI, S. L. A. Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA): tecnologia social de venda direta de alimentos. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 26.n.3, p. 517-538, out. 2018/ jan. 2019.
KATO, Y. Not just the price of food: challenges of a urban agriculture organization in engaging local residents. Sociological Inquiry, n 83, p. 369-391, 2008
LEMOS, A.; PASTOR, L.; OLIVEIRA, N. Wi-Fi Salvador: mapeamento colaborativo em redes sem fio no Brasil. Intercom. Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 35, n.1, p. 183-204, jan./jun. 2012.
MARTÃN-BARBERO, J. Dos meios à s mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003.
MARTÃN-BARBERO, J. Jesús Martín-Barbero: as formas mestiças da mídia. Entrevista com Jesús Martín-Barbero a Marluci Moura. Revista Pesquisa Fapesp, São Paulo, n. 163, p. 10-15, 2009. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/. Acessado em: 28 jun. 2020.
MARTÃN-BARBERO, J. Dos meios à s mediações: três introduções. Matrizes, n. 1, v.12, p. 9-31, 2018.
NARCIZO, B. Produtor rural destrói toneladas de alimentos no cinturão verde de São Paulo. Folha de São Paulo, 18 de abril de 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/produtor-rural-destroi-toneladas-de-alimentos-no-cinturao-verde-de-sao-paulo.shtml. Acesso em: 19 abr. 2020.
PORTILHO, F. A alimentação no contexto contemporâneo: consumo, ação política e sustentabilidade. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, 2011.
PORTILHO, F.; BARBOSA, L. A adesão à “causa” rural e da agricultura familiar por consumidores e seus movimentos organizados. In: MARQUES, F. C.; CONTERATO, M. A.; SCHNEIDER, S. (Orgs.). Construção de mercados e agricultura familiar: desafios para o desenvolvimento rural. Rio Grande do Sul: Editora da UFRGS, 2016. p. 257-273.
SIEGNER, A.; SOWERWINE, J.; ACEY, C. Does urban agriculture improve food security? Examining the nexus of food access and distribution of uban produced foods in the United States: A systematic review. Sustainability, v. 10, n.9, set./ 2018.
VALADARES, A. A.; ALVES, F.; GALIZA, M.; SILVA, S. P. Agricultura familiar e abastecimento alimentar no contexto do covid-19: uma abordagem das ações públicas emergenciais. Nota Técnica IPEA n.69. Brasília: IPEA, abril 2020.
WOLTMANN, L. Desenvolvimento, extensão rural e gênero: O “social” e suas metamorfoses na Ascar. Contraponto, v. 4, n.2, p. 42-64, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 SER Social
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma https://creativecommons.
Copyright: Os autores serão responsáveis por obter o copyright do material incluído no artigo, quando necessário.
Excepcionalmente serão aceitos trabalhos já publicados (seja em versão impressa, seja virtual), desde que devidamente acompanhados da autorização escrita e assinada pelo autor e pelo Editor Chefe do veículo no qual o trabalho tenha sido originalmente publicado.