Trabalhadoras domésticas, mobilizações e redes sociais durante a pandemia de Covid-19

Autores

  • Alexandre Fraga UERJ/Professor Adjunto do Departamento de Sociologia
  • Marco Aurélio Santana UFRJ/Professor Titular do Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v26i55.53945

Palavras-chave:

Sindicato., Movimento social., Trabalhadoras domésticas., Redes sociais., Pandemia.

Resumo

A pandemia de Covid-19 no Brasil e a política de isolamento social que
buscou diminuir os efeitos da crise sanitária não foram vivenciadas da mesma forma pelos/as trabalhadores/as. O serviço doméstico esteve entre as ocupações mais expostas aos riscos de contaminação. Neste sentido, o objetivo do artigo é analisar as mobilizações pelas redes sociais realizadas ou apoiadas, no ano de 2020, pela Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Isso ocorreu em associação com
movimentos sociais classistas, feministas e negros, como a campanha “Cuida de quem te cuida” e o “Manifesto das filhas e dos filhos de empregadas domésticas e diaristas”. Para isso, examinam-se dados sobre os impactos da pandemia para essa categoria profissional e acompanham-se a criação e a efetividade dessas campanhas nas plataformas digitais. Sendo assim, torna-se possível articular análises de ações coletivas, ações digitais, movimentos sociais e movimentos trabalhistas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ATZENI, M.; CINI, L. “New theories and politics for working class organizing in the

gig and precarious world of work”. Economic and Industrial Democracy, pp. 1-

, 2023.

BENNETT, W. L.; SEGERBERG, A. “The logic of connective action: digital media and

the personalization of contentious politics”. Information, communication &

society, v. 15, nº 5, pp. 739-768, 2012.

BERNARDINO-COSTA, J. “Decolonialidade e interseccionalidade emancipadora: a

organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil”. Sociedade e Estado,

v. 30, nº 1, p. 147-163, jan./abr. 2015.

CAMPOS, A. “Sindicalismo no contexto de pandemia no Brasil: primeiras

impressões”. CESIT – IE/Unicamp. 2020a. Disponível em:

<https://www.cesit.net.br/sindicalismo-no-contexto-de-pandemia-no-brasilprimeiras-impressoes/>.

CAMPOS, A. “Trabalho de base em tempos de confinamento físico”. Fundação Perseu

Abramo, 2020b. Disponível em: <https://fpabramo.org.br/2020/03/23/trabalhode-base-em-tempos-de--confinamento-fisico/>.

CAMPOS, A. Sindicalismo na pandemia: em busca de legitimidade e protagonismo.

In: OLIVEIRA, D. A.; POCHMANN, M. A devastação do trabalho: a classe do

labor na crise da pandemia. Brasília: Gráfica e Editora Positiva: Confederação

Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e Grupo de Estudos sobre Política

Educacional e Trabalho Docente, p. 55-82, 2020c.

CANT, C. Riding for Deliveroo: resistance in the New Economy. Cambridge:

Polity, 2020.

CARDOSO, A. M. A negociação coletiva em meio a uma pandemia. In: LOPES, A. F.

M; GIORGI, F. C.; CASTRO, M. S. P. de; MELLEIRO, W. P. (orgs.). Sindicato: entre

a permanência e a mudança. São Paulo: Fundação Friedrich Ebert/Instituto Lavoro,

CASTELLS, M. A transformação do mundo na sociedade em rede. In: Redes de

indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro:

Zahar, 2017, p. 189-206.

COSTA, H.; CARNEIRO, B. “Digital communication as a global challenge for trade

unions: Lessons from Brazil and Portugal”. Tempo Social, v. 33, nº 2, p. 183-208,

DAVIS, A. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial, 2016.

DENCIK, L.; WILKIN, P. Digital activism and the future of worker resistance. In:

MEIKLE, G. (ed.). The Routledge companion to media and activism. New

York: Routledge, 2018, pp. 125-133.

DIEESE. O trabalho doméstico 10 anos após a PEC das Domésticas. Estudos e

Pesquisas, nº 106, p. 1-25, abr. 2023. Disponível em:

<https://www.dieese.org.br/estudosepesquisas/2023/estPesq106trabDomestico.pdf

>.

DREW, J. The communicative core of working class organization. In: MEIKLE, G.

(ed.). The Routledge companion to media and activism. New York: Routledge,

, pp. 117-124.

FOMINAYA, C. F. Democracy reloaded: inside Spain’s political laboratory from

-M to Podemos. Oxford Studies in Culture and Politics. New York, NY, Oxford

University Press, 2020.

FRAMIL FILHO, R.; MELLO e SILVA, L. “Trabalho, sindicatos e proteção social na

pandemia de 2020: notas sobre o caso brasileiro”. Ciências Sociais, v. 56, nº 2, p.

-188, 2020.

GERBAUDO, P. Tweets and the Streets: Social Media and Contemporary

Activism. London: Pluto Press, 2012.

GRAHAM, S. L. Proteção e obediência: criadas e seus patrões no Rio de Janeiro,

-1910. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

GROHMANN, R.; MENDONÇA, M.; WOODCOCK, J. “Communication and Work

from Below: The Role of Communication in Organizing Delivery Platform Workers”.

International Journal of Communication, 17, pp. 3919-3937, 2023.

HIRATA, H. “Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das

relações sociais”. Tempo Social, v. 26, nº 1, p. 61-73, jun. 2014.

KAVADA, A. Connective or collective? The intersection between online crowds and

social movements in contemporary activism. In: MEIKLE, G. (ed.). The Routledge

companion to media and activism. New York: Routledge, 2018, pp. 108-116.

KHALIL, A.; STORIE, L. K. “Social media and connective action: the case of the Saudi

women’s movement for the right to drive”. New Media & Society, 23(10), pp.

-3061, 2020.

MATIAS, K. A.; ARAUJO, A. B. Configurações do trabalho doméstico remunerado na

pandemia e no pós-pandemia no Brasil: desigualdades e vulnerabilidades no cuidado

domiciliar. In: CAMARANO, A.; PINHEIRO, L. (orgs.). Cuidar, verbo transitivo:

caminhos para a provisão de cuidados no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2023, p. 289-

McADAM, Doug; TARROW, Sidney; TILLY, Charles. “Para mapear o confronto

político”. Lua Nova, São Paulo, nº 76, p. 11-48, 2009.

NOWAK, J.; SANTANA, M. “Social media and collective action in Brazil: the

experience of truck drivers and delivery workers”. Socialism and Democracy,

Taylor Francis On Line, 2023, pp. 1-21.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Mais trabalho decente

para trabalhadoras e trabalhadores domésticos no Brasil. Brasília, DF:

Escritório no Brasil, 2008. Disponível em:

<http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/discrimination/doc/trabalho_

domestico_40.pdf>.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Perfil do trabalho decente

no Brasil: um olhar sobre as Unidades da Federação durante a segunda metade da

década de 2000. Brasília, DF: Escritório da OIT no Brasil, 2012. Disponível em:

<https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilobrasilia/documents/publication/wcms_234424.pdf>.

PESSANHA, E.; RODRIGUES, M. C. “No olho do furacão: a ação sindical possível em

tempos de Covid-19 – o caso Sinttel Rio”. Revista Dilemas. Rio de Janeiro: IFCSUFRJ, v. 1, p. 1-6, 2020.

PINHEIRO, L. et al. Os desafios do passado no trabalho doméstico do século XXI:

reflexões para o caso brasileiro a partir dos dados da PNAD Contínua. In:

PINHEIRO, L.; TOKARSKI, C.; POSTHUMA, A. (orgs.). Entre relações de

cuidado e vivências de vulnerabilidade: dilemas e desafios para o trabalho

doméstico e de cuidados remunerado no Brasil. Brasília: IPEA; OIT, 2021, p. 67-104.

PORFÍRIO, T. A cor das empregadas: a invisibilidade racial no debate do trabalho

doméstico remunerado. Belo Horizonte: Letramento, 2021.

ROSENFIELD, C.; PAULI, J. “Para além da dicotomia entre trabalho decente e

trabalho digno: reconhecimento e direitos humanos”. Caderno CRH, Salvador, v.

, nº 65, p. 319-329, maio/ago. 2012.

SANTANA, M. A. “Classe trabalhadora, precarização e revolta no Brasil da

pandemia”. Revista Em Pauta – Teoria social e contemporaneidade, nº 48,

v. 19, p. 70-91, 2021.

SOUZA, F. Criados, escravos e empregados: o serviço doméstico e seus

trabalhadores na cidade do Rio de Janeiro (1850-1920). Rio de Janeiro: Arquivo

Nacional, 2019.

TELLES, L. Libertas entre sobrados: mulheres negras e trabalho doméstico em

São Paulo (1880-1920). São Paulo: Alameda, 2013.

TRÓPIA, P. “Nem deuses nem heróis: a ação sindical dos trabalhadores da saúde

durante a pandemia de Covid-19”. Política & Sociedade. Dossiê Trabalhos

Essenciais na Pandemia, UFSC, v. 20, nº 48, p. 41-77, 2021.

TUFEKCI, Z. Twitter and Tear Gas. The power and fragility of networked protest.

New Haven: Yale University Press, 2017.

WOODCOCK, J. The fight against platform capitalism: An inquiry into the

global struggles of the gig economy. London: University of Westminster Press, 2021.

Downloads

Publicado

02-07-2024

Como Citar

FRAGA, Alexandre; SANTANA, Marco Aurélio. Trabalhadoras domésticas, mobilizações e redes sociais durante a pandemia de Covid-19. SER Social, Brasília, v. 26, n. 55, 2024. DOI: 10.26512/ser_social.v26i55.53945. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/53945. Acesso em: 2 jul. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.