Práticas musicais e o cissexismo

classificação vocal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/vozcen.v6i02.60030

Palavras-chave:

Música, Sociedade, Teatro Musical, Canto, Classificação Vocal

Resumo

Na música, a tradicional classificação vocal de pessoas cantoras, dividida em vozes femininas e vozes masculinas, pode perpetuar estereótipos sobre como as vozes devem ser associadas ao gênero de uma pessoa, disseminando conceitos cissexistas que são alimentados por uma divisão binária e não inclusiva. Na contemporaneidade, com distintos entendimentos a respeito das identidades de gênero, como ampliar as classificações vocais de maneira a não pactuar unicamente com a cisnormatividade? Nossa pesquisa abordou, com auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), estudos que visitaram práticas musicais que colocaram nossos enfoques na classificação vocal.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Machado Chaves, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, Dourados/MS, Brasil

O docente e artista Marcos Machado Chaves, nome artístico Markus Chaves, é Professor Associado da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), da área de Música e Cena, na Faculdade de Comunicação, Artes e Letras. Educador musical graduado na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), é Especialista em Encenação Teatral (FURB), Mestre em Artes Cênicas (UFRGS) e Doutor em Teatro (UDESC). Suas pesquisas atravessam duas áreas das artes - Música e Teatro, no Mestrado pesquisou Trilha Sonora Teatral e no Doutorado a Preparação Musical para Artistas da Cena. Em 2021 fez pós-doutorado no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB), em projeto sobre Música e Sociedade. Também pós-graduado em Musicoterapia (Faculdade Iguaçu) e licenciado em Pedagogia (UNICV), contribui com o curso de Artes Aplicadas na Promoção da Saúde (CBI of Miami). Participa dos grupos de pesquisa Vocalidade e Cena (CNPq) e do grupo e-caos - Estudos Contemporâneos e Artísticos em Observações Socioculturais (CNPq). Marcos foi professor na Faculdade Intercultural Indígena (FAIND/UFGD), esteve no grupo de coordenação do GT Voz e Cena da ABRACE (2022-2023) e é o atual coordenador do Curso de Artes Cênicas da UFGD (2025-2027). Em sua trajetória como ator, músico/compositor, diretor e preparador vocal/musical, registra vasta participação em projetos artísticos sobretudo nos cenários gaúcho e sul-mato-grossense.

Paulo Otávio Ribeiro Delgado, Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, Dourados/MS, Brasil

Graduando do curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Participou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação á Docência (PIBID), nos anos de 2022 e 2023. Tem experiência na área de Artes, como ator, iluminador, sonoplasta e produtor. Atualmente, colabora com o Sucata Cultural e incentiva a difusão artística local. Em 2024 entrou na Iniciação Científica (PIBIC) no projeto "Teatro Musical: relações entre a cena e a educação musical", vinculado ao plano de trabalho "Práticas musicais e o cissexismo: observando a identificação de gênero pela voz" - temática a qual o pesquisador possui interesse em ampliar estudos. Participou de diversos cursos e eventos da área das artes.

Referências

BAGAGLI, Beatriz. “Cisgênero” nos discursos feministas: uma palavra tão defendida; tão atacada; tão pouco entendida. Campinas/SP: UNICAMP/IEL/Setor de Publicações, 2015.

BISCARO, Barbara. Gênero, sexo e escuta na voz em performance. Urdimento - Revista de Estudos em Artes Cênicas, Florianópolis, v. 1, n. 22, p. 015–026, 2014.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 22. ed. São Paulo: Civilização Brasileira, 2003.

CHAVES, Marcos. De trilhas sonoras teatrais a preparações musicais para artistas da cena. Rio de Janeiro: Synergia, 2020.

CHAVES, Marcos; BARROS, Ariane Guerra; SOUZA JUNIOR, José Manoel. Nos caminhos das intersecções cênicas entre voz e discurso: dispositivos de potência do contar-se. Revista Voz e Cena, 1-1, 59–75, 2020.

CHAVES, Marcos; LIGNELLI, César. Ex-pressão musical: universo de nó tonal. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2025.

DASSIE-LEITE, Ana Paula; VICENTE, Helena; XAVIER, Congeta; BRASIL, Alline; VIANA, Yago. Pesquisa e prática fonoaudiológicas com pessoas trans e travestis. Identidade Comunicativa: pessoas trans, travestis e não binárias. Org. Rodrigo Dornelas, Vanessa Ribeiro e Mara Behlau. Rio de Janeiro: Thieme Revinter, 2023.

DELAZZERI, Paola Menegat. A voz no blues: identidade, questões de gênero e racialização. Orfeu, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 73–95, 2018.

FIGUEIREDO, Eurídice. Desfazendo o gênero: teoria queer de Judith Buttler. Criação & Crítica, são Paulo, v. 1, n. 20, p. 40-55, fev./2018.

GUIMARÃES, Beatriz. Feminismo radical e feminismo trans. Disponível em: https://feminismotrans.wordpress.com/2013/05/24/feminismo-radical-e-feminismo-trans/ Publicação: 24 mai 2013. Acesso: 15 out 2025.

JUSTUS, Liana; MIRANDA, Clarice. Formação de plateia em música. Liana Justus, Clarice Miranda. São Paulo: Arx, 2004.

LIGNELLI, César; ROBERTO, Gil. Vozes do fracasso. In: Práticas, poéticas e devaneios vocais. Organizado por César Lignelli e Jane Celeste Guberfain. Rio de Janeiro: Editora Synergia, 2019.

MARATAE, Naomi. Passabilidade – “Nossa, eu nunca iria imaginar!”. Disponível em: https://medium.com/triscapire/passabilidade-nossa-eu-nunca-iria-imaginar-16f985929e0e Publicação: 12 set 2018. Acesso: 15 out 2025.

MONTEIRO, Marcelo; SOARES, Daniele. Cisheteronormatividade como Fato Social: origem e sustentáculo da LGBTfobia. Revista Brasileira de Sexualidade Humana, 36, 2025.

PAPAROTTI, Cyrene; LEAL, Valéria. Cantonário: guia prático para o canto. Brasília, DF: Musimed, 2013.

SAFATLE, Vladimir. Posfácio. Dos problemas de gênero a uma teoria da despossessão necessária: ética, política e reconhecimento em Judith Butler. In: BUTLER, Judith. Relatar a si mesmo. Crítica da violência ética. Tradução de Regina Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

SENA, Kika. A voz como recurso poético e político na performance de uma travesti preta e periférica. Revista Voz e Cena, 4-2, 13–35, 2023.

SOBREIRA, Silvia Garcia. Desafinação vocal. Rio de Janeiro, 2002.

STONA, José; CARRION, Fernanda. O cis no divã. Salvador/BA: Editora Devires, 2021.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1986.

TUPI, Milena. Voz de criança: Técnica Vocal para pequenos e grandinhos. Curitiba, 2023.

v. 06, n.º 02: Dossiê Temático "Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena na Amazônia"

Downloads

Publicado

27-12-2025

Como Citar

Chaves, M. M., & Ribeiro Delgado, P. O. (2025). Práticas musicais e o cissexismo: classificação vocal. Voz E Cena, 6(02), 182–197. https://doi.org/10.26512/vozcen.v6i02.60030

Edição

v. 6 n. 02: Voz e Cena (jul-dez/2025)

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo

Categorias

Licença

Copyright (c) 2025 Voz e Cena

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

 

Os leitores são livres para transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na Revista, desde que haja sempre menção explícita aos autores e à Revista Voz e Cena e que não haja qualquer alteração no trabalho original. Qualquer outro uso dos textos precisa ser aprovado pelos autores e pela Revista. Ao submeter um artigo à Revista Voz e Cena e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os direitos de primeira publicação e a permissão para que a Revista redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.

Este trabalho está licenciado com uma Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Licença Creative Commons

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.