Editorial / Dossiê Temático - Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena na Amazônia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/vozcen.v6i02.60879

Palavras-chave:

Dossiê Temático, Editorial, Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena na Amazônia

Resumo

Editorial / Dossiê Temático

Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena na Amazônia

por Thales Branche, Leonel Carneiro e Karimme Silva

 

Caboclo não tinha caminho para caminhar

Ele caminha por cima da folha,

por debaixo da folha,

por qualquer lugar.

Oke, caboclo![1]

 

Em novembro de 2025, uma grande mobilização político-financeira dirigida pelo Estado brasileiro em colaboração com representações de poder público e privado nacionais e internacionais encenou em Belém do Pará a 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Dada a importância do evento mundial, que inclusive deslocou momentaneamente a capital do Brasil[2] para a cidade amazônica sede da COP, parece – mais uma vez na história – esperado e, sob certos pontos de vista, correto priorizar questões ambientais que há tempos cercam as preocupações a respeito da região amazônica. Este é, no entanto, o editorial de um dossiê acerca de poéticas em vocalidades e sonoridades da cena nas Amazônias. Tomamos brevemente o caso da COP amazônica como preâmbulo pertinente para contextualizar em termos de território questões caras a este dossiê.

Foi preciso viver a COP em Belém para reviver cenas conhecidas para a gente amazônica, as quais cabem nota para a composição de um contexto relativo ao que significa produzir arte, cultura e ciência a partir do Norte do Brasil. De um lado, gigantes do capital encenavam diversas “peças” do “teatro da salvação da Amazônia” roubando o protagonismo dos donos da terra, que em muitos contextos sequer foram convidados a sentar à mesa das decisões, numa evidente naturalização de um tipo de apartheid político instrumentalizado institucionalmente. De outro lado, entre as muitas intrigas que compuseram a realização da COP 30, é interessante notar o rigoroso trabalho de elaboração poética realizado pela dita mídia nacional (a sudestina) ao longo dos meses de preparação e da cobertura do evento em si. Discursos mais ou menos explicitamente carregados de preconceito e ressentimento formaram um tom que não raro soavam como xenofobia, produzindo violência simbólica e escancarando o desconhecimento de um Brasil que não conhece o Brasil.

Para sermos justos, nem sempre a Amazônia fez parte do Brasil. O território colonial que no conluio com o drama da metrópole e sua realeza decaída foi primeiro batizado como Brasil, não é o mesmo que antes recebia a designação colonial de Grão-Pará (Souza, 2019). Não por acaso, o Estado do Pará foi o último a fazer a dita adesão à Independência.

Se o Pará aderiu à independência do Brasil apenas em agosto de 1823, ou seja, quase um ano após a proclamação da independência (em 7 de setembro de 1822), o caso do Acre é ainda mais atípico. Somente a partir de uma luta pelo território dos brasileiros que moravam na região, que oficialmente pertencia a Bolívia, e da proclamação da independência por três vezes[3],  que em 1903 este foi anexado ao Brasil (Tocantins, 2001). O Acre foi um território Federal até 1962, quando se tornou um Estado com independência administrativa. 

Mesmo após sua anexação ao Brasil, o território do Acre continuou por muitos anos sendo explorado sem receber benefícios financeiros dessa exploração. Eram as classes dominantes que controlavam entrepostos comerciais em Manaus e Belém que de fato lucravam com os diferentes ciclos exploratórios da região, o que demonstra que a lógica colonial pode ser replicada agindo, também, dentro do território. Assim, de muitas formas, um olhar mais atento para a realidade amazônica confirma a inviabilidade de elaboração de qualquer discurso generalista sobre a mesma. A complexidade da realidade amazônica só acolhe formas de compreensão que lhe reconheçam em sua pluralidade. Daí a escolha por atualizar o título do dossiê que em sua chamada convocava para o debate acerca de uma Amazônia no singular, a qual abandonamos para abraçar poéticas em vocalidades e sonoridades da cena que são potencializadas nas Amazônias.  

De maneira a nos contrapor a uma lógica de pensamento monocultural, propomos neste dossiê, então, uma visão pluralizada que contemple, ainda que de modo limitado, a diversidade presente nas Amazônias e em suas cenas. Isso é um modo de resistir ao constante apagamento ao qual as culturas amazônicas, em seus saberes e fazeres há tanto têm sofrido. Aqui cabe notar que a expressão “fim de mundo” é uma designação frequentemente usada para desqualificar e subalternizar um território já periférico. Tal designação não raro foi dirigida à Amazônia. Ao lado disso, há uma “brincadeira” muito popular entre a gente brasileira que diz que o Acre não existe. Diante desse riso racista (porque xenofobia é uma forma de racismo quando dirigida a territórios racializados) e violento reagimos com este dossiê afirmando nossa existência afropindorâmica (Santos, 2015) convocando as confluências afro-indígenas que formam a cores barrentas do pertencimento amazônida (Pacheco, 2013).

Falar a partir do pertencimento do território é tomada de posição contracolonial (Santos, 2015) urgente especialmente em tempos de naturalização de discursos de ódio fundados em preconceito ou, por outro lado, proliferação de narrativas supostamente conciliadoras a partir de organizações representantes de forças dominantes que por séculos fazem a gestão de todo tipo de extrativismo nas Amazônias. Neste dossiê temático reunimos artigos, relatos de experiências e outras manifestações em Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena nas Amazônias a fim de contribuir com um canto para o silêncio do teatro brasileiro no que diz respeito às existências amazônicas.

Em parte, a ideia de proposição deste dossiê começa a ser originada na articulação envolvida para realização do “Sonoracena: I Encontro de Técnicas e Poéticas do Som em Cena”, que aconteceu entre 28 e 30 de novembro de 2024 nos espaços da Escola de Teatro e Dança da UFPA em Belém (PA) como produção técnica do projeto de extensão “Lab-Guma: laboratório de performance vocal, sonoridades e diversidades”, coordenado por Thales Branche (UFPA). Na ocasião, o encontro reuniu uma intensa programação formada por oficinas, performances, espetáculos, exibições de filme e rodas de conversa protagonizadas por artistas e pesquisadores em sonoridades da cena.

A composição dos convidados contemplou de forma abrangente artistas e pesquisadores, com maior e menor relação com a academia, bem como nomes consolidados e jovens fazedores em processo de formação, mas com experiências consistentes em som e cena, num claro interesse de reunir um quadro referencial epistemologicamente diverso e multigeracional. A partir da chave conceitual delimitada por César Lignelli (2019), editor-chefe da Revista Voz e Cena e convidado nacional de um “Sonoracena” profundamente local, as sonoridadades da cena foram e são reconhecidas como um rico sub-campo do conhecimento em artes da cena com potencial de reunir investigações e experimentações técnicas, poéticas, políticas e pedagógicas com expressão singular nas Amazônias.

Os textos selecionados para a composição deste dossiê temático remontam à primazia do saber-fazer em detrimento de uma produção teórica pouco ancorada na prática. Trata-se de uma evidente prevalência de bases epistemológicas em que a força determinante da geolocalização, bem como a pujança da experiência favorecem uma produção intelectual incorporada e prenhe de pertencimento amazônida, ou seja, ciência com engajamento, ciência que é medicina para o flagelo colonial, ciência como retomada.

 Questões referentes a percursos dos ofícios da criação sonora para a cena, bem como experiências em processos de criação e pedagógicos em sonoridades e vocalidades com nuances multi-inter-transdisciplinares atravessam os textos do dossiê demonstrando a diversidade de saberes e fazeres em sonoridades da cena a partir de autores advindos de muitas Amazônias. Vale, ainda, ressaltar a recorrência de objetos de pesquisa e interesse que extrapolam aqueles convencionalmente reconhecidos como pertinentes ao teatro. Para além do teatro ortodoxo (como diria Zeca Ligiéro ao se referir ao teatro de referência estritamente ocidental), os textos do dossiê convocam experiências assentadas em cosmovisões de outros teatros (Ligiéro, 2019). Questões relativas a povos originários, culturas populares, regionalismos e luta antirracista atravessam fortemente os textos do dossiê indicando a relevância do debate étnico-racial para a compreensão rigorosa de existências amazônicas. Em alguma medida, cada texto serve à composição de um fragmento da imagem farta e complexa das Amazônias em suas poéticas em vocalidades e sonoridades da cena, objeto de interesse que está no eixo da chamada para publicação neste dossiê.

Iniciamos o dossiê seguindo pelas “Trilhas de formação e criação em sonoridades da cena”, texto no qual Thales Branche nos apresenta uma reflexão baseada na trajetória formativa do autor. A partir de uma narrativa do vivido de orientação autoetnográfica, o texto evidencia os modos singulares de formação e atuação de profissionais das sonoridades da cena no Estado do Pará, onde a ausência de instituições formalmente constituídas para esse tipo de formação é notória. A proposta é significativa por trazer à tona uma perspectiva amazônida, revelando formas de aprendizagem técnica e criativa que se dão fora dos circuitos institucionais e dos chamados pelo autor de “grandes centros hegemônicos”. O artigo amplia a compreensão do que se entende por formação profissional em sonoridades da cena, abrindo espaço para considerar saberes situados e trajetórias não-hegemônicas.

No trabalho “Vozes em IA - Inteligência Ancestral: Artesanias em Cruzo entre a Prática Docente e a Direção Vocal no Teatro”, a autora Karimme Silva reflete o trajeto como artista-pesquisadora-professora em caminhos possíveis (chamados de artesanias em cruzo), tanto a partir de sua trajetória como docente na Escola de Teatro e Dança da UFPA quanto para o trabalho vocal no Espetáculo IA - Inteligência Ancestral. A reflexão sobre as proposições artístico-pedagógicas em um curso técnico se apresenta nas atividades realizadas em sala e nos registros do processo, onde existem questões, reflexões e tensionamentos acerca das relações entre a técnica e a expressividade da voz. O texto ecoa da sala de aula a um processo criativo realizado em Belém do Pará e, com isso, se situa entre pedagogias e poéticas vocais.

A partir de uma investigação entre voz e ancestralidade, no trabalho intitulado “Voz, Mito e Território: uma caminhada decolonial através da cena amazônica Huni Kuin”, Viviana Colety propõe uma escuta de vozes de culturas originárias e suas cosmovisões em correlação com outros saberes - entre eles, a Filosofia, Antropologia e a Arte. Tal conexão leva a uma elaboração teórico-prática de um processo criativo num contexto pedagógico de formação superior em artes cênicas na Universidade Federal do Acre. O diálogo da autora com o artista-estudante Yube Kaxinawá abre caminhos artísticos de memória amazônica para saberes ancestrais do Acre. O texto traz a voz do artista-estudante em uma entrevista que estabelece um importante registro de sua trajetória como integrante do povo Huni Kuin na relação entre elaboração criativa e suas referências familiares, coletivas e a importância do processo pedagógico e criativo em questão para reafirmar suas cosmovisões.

Outro diálogo com os povos originários Huni Kuin se apresenta no trabalho intitulado “A sonoridade da peça Afluentes Acreanas: do silêncio aos ruídos”, no qual a autora Maria Jaqueline Nascimento das Chagas, indígena Huni-Kuin em retomada, propõe um diálogo com a história do Acre por meio da oralidade e a partir dessa indução mapeia as sonoridades do referido espetáculo. Por meio de narrativas familiares e na perspectiva de recontar essa outra história, a autora aborda o processo criativo analisando seus códigos sonoros, propondo que elementos como a fala dos atuantes, a escolha de instrumentos musicais, bem como as composições autorais constroem expressão de pertencimento e reconhecimento acreano.

Seguindo em movimentos acreanos, ao explorar a ideia de sonoridades expandidas, o texto “Sonoridade da Cena Teatral: a Escuta Expandida de um Espectador-Pesquisador na Amazônia Acreana”, da autoria de Dyonnatan Silva Costa demonstra um amplo escopo reflexivo para as sonoridades a partir de processos criativos desenvolvidos em um grupo teatral no Estado do Acre. No diálogo com autores que abordam diversos conceitos em torno da ideia de sonoridade no teatro e de sonoridade expandida, o trabalho estabelece uma ponte conceitual entre pesquisadores da área e processos de criação.

A caminhada de pesquisas sonoras na Amazônia agora segue na direção do Estado do Amapá e no trabalho intitulado “Curupira em Cena: vocalidades, sonoridades e poéticas contracoloniais afroindígenas na Amazônia amapaense”, os autores José Raphael Brito dos Santos e Anderson Gley da Costa Pantoja apresentam importantes contribuições acerca de sonoridades e vocalidades por meio de uma perspectiva contracolonial na Amazônia Amapaense na investigação do entorno acústico e na proposição original da função de ator-sonoplasta. Neste texto, são descritas as estéticas sonoras do espetáculo, em diálogo com figuras do imaginário amazônida como induções criativas.

A significativa presença negra no território amazônico, por diversas vezes ignorada, inclusive na literatura sobre as culturas amazônicas, entra em foco em  “Análise de Práticas Negrorreferenciadas no Ensino de Expressão Vocal no Amapá”, por Emerson de Paula. O texto apresenta uma reflexão relevante e urgente no campo das pedagogias vocais, abordando práticas pedagógicas negrorreferenciadas desenvolvidas no Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). O cumprimento das legislações que obrigam o ensino da cultura e história africana, afro-brasileira e indígena nos Ensinos Básico e Superior é debatido a partir de uma atitude militante que tem a força de uma chamada à ação no contexto de pedagogias vocais engajadas na luta antirracista.

Alcançando desta feita o território maranhense, muitas vezes ignorado em sua significativa parcela amazônica, nossa viagem aporta no artigo “Performatividade vocal dos Caretas e o risível no Reisado do Maranhão”, de Flávia Andressa Oliveira de Menezes. O texto apresenta uma contribuição importante para os estudos das vocalidades no Brasil ao investigar a performatividade vocal dos Caretas no contexto do Reisado maranhense. Olhar para as práticas das culturas do território maranhense nos coloca em contato com saberes e fazeres enraizados em epistemologias fundamentais para a compreensão da diversidade amazônica.

Completando o retrato da multiplicidade amazônica, o relato do processo de criação cênico-musical “Milagre Comum: sua ética e sua poética, suas vozes e seus silêncios”, da autoria de Mateus Moura e Íris da Silva apresenta uma cena híbrida, na qual linguagens artísticas se entrelaçam, diluindo as fronteiras entre arte e rito. O trabalho é produzido a partir de uma realidade notadamente paraense, mas com amplo potencial de ressonâncias amazônicas.

O dossiê, como faz o caminho de um rio, encontra sua foz em “Deságua: relato-memorial de um processo de criação corpo-vocal e ancestralidade”, de Evelyn Nascimento,  que nos apresenta um relato sensível e significativo sobre um processo de criação desenvolvido no contexto do curso Técnico em Teatro da Escola de Teatro e Dança da UFPA. A partir da experiência vivida, a autora descreve um percurso de experimentação corpo-vocal que articula práticas corporais inspiradas especialmente em matrizes africanas e indígenas, propondo um diálogo entre ancestralidade, natureza e criação artística, trazendo à tona práticas e saberes locais e de matriz oral da Amazônia. A escolha metodológica e temática faz do texto um testemunho valioso de processos de ensino-aprendizagem e criação que se afastam de modelos eurocentrados, afirmando a potência de outros modos de formar e criar na cena.

O dossiê temático “Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena nas Amazônias” reúne dez textos com autores advindos de quatro dos nove Estados que compõem a Amazônia brasileira. Ainda que a reunião dos escritos em alguma medida reflita relações de poder que reiteram minorias, celebramos a confluência possível nesta que é a primeira publicação de produção intelectual voltada para sonoridades da cena na região Norte do país. Convidamos o leitor amazônida ao re-conhecimento no espelho do texto dos parentes.  Ao leitor de outros Brasis e, quiçá, de outros cantos do mundo, convidamos ao conhecimento de Amazônias plurais por meio das valiosas “folhas”[4] compartilhadas neste dossiê rico do saber-fazer de som e cena. Parafraseando o ponto de santo que abre o editorial, caboclo não tinha caminho para caminhar, mas ele caminha. Por cima da folha, por debaixo da folha, por qualquer lugar. Salve as sonoridades da cena nas Amazônias!

 

[1] Canto tradicional de Umbanda

[2]  A Lei 15.251/2025, transferiu simbolicamente a capital da República Federativa do Brasil para Belém (PA), no período de 11 a 21 de novembro de 2025. Durante esses dias, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário puderam se instalar em Belém, e todos os atos oficiais datados de capital teriam validade segundo a nova sede simbólica.

[3] Entre 1899 e 1903, o Acre teve três movimentos de independência. Em 1899, Luiz Gálvez proclamou a República Independente do Acre, retomada brevemente por ele em 1900 na chamada Segunda República do Acre; ambas duraram pouco tempo e foram dissolvidas por intervenção brasileira. Em 1903, Plácido de Castro declarou o Estado Independente do Acre, movimento mais estruturado que durou até o Tratado de Petrópolis (1903), quando o território foi definitivamente incorporado ao Brasil. Em tratativa encabeçada pelo Barão de Rio Branco, o território foi cedido pela Bolívia em troca de 2.000.000 de Libras Esterlinas, a construção de uma ferrovia e liberação do tráfego de embarcações para dar acesso ao mar, além de uma indenização de 110.000 dólares para o Bolivian Syndicate.

[4] “Folha” é um modo de se referir a saberes em vertentes de umbanda e outras religiões de matriz africana. Ao se “receber uma folha”, uma aprendizagem se processa.

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Biografia do Autor

Thales Branche Paes de Mendonça, Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém/PA, Brasil

Artista multidisciplinar, professor e pesquisador em artes da cena. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal do Pará (2008), mestrado e doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA (2012 e 2017), com estágio sanduíche na Universidade de Paris X Ouest Nanterre La Défense (2015-2016). Tem experiência artística nas linguagens do teatro, da música, da dança e da performance, tendo participado de mais de 80 espetáculos, apresentando-se em espaços convencionais e não-convencionais. Também possui experiência de participação como brincante em espetáculos da cultura popular, tais como cordões de bicho, pássaro junino, boi de máscaras, cavalo marinho e marujada. Desde 2020 está vinculado ao Centro Artístico Internacional Roy Hart (Maléargues - França) em processo da certificação de professor de voz, sob a mentoria de Linda Wise e Enrique Pardo, co-diretores do Panthéâtre ACTS (Paris-França). Atualmente reside em Belém do Pará, onde atua como professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto de Ciências da Arte na Escola de Teatro e Dança da UFPA e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFPA. É membro dos grupos de pesquisa GEPETU (Grupo de Estudos, Pesquisa e Experimentação em Teatro e Univerisdade - UFPA), TEIA (Tecnologias Educacionais Inovadoras para a Amazônia - UFAC) e Vocaldiade e Cena (UNB). É integrante da Rede Voz e Cena de pesquisa.Trabalha como ator, músico, diretor teatral, diretor musical e preparador vocal. Tem experiência na pesquisa em artes com ênfase em performance vocal, sonridades e cultura em processos de criação.

Leonel Martins Carneiro, Universidade Federal do Acre - UFAC, Rio Branco/AC, Brasil

Professor da Universidade Federal do Acre, onde atua principalmente no curso de Teatro (Licenciatura e Bacharelado) e no Mestrado em Artes Cênicas. Foi coordenador do PPGAC-UFAC (2019-2023) e do curso de graduação em Artes Cênicas (2017-2019). É professor convidado do THALIM (CNRS, Université Sorbonne Nouvelle, ENS - França) e membro Associado do IRL Mondes en transition (CNRS- França). Foi contemplado com bolsa PDE CNPq para realização de pós-doutorado no exterior (França, 2024-2025) . Atuou como 1 Secretário da ABRACE (Diretoria 2022-2023). Tem experiência como ator, encenador, produtor, cenógrafo e iluminador. É doutor em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo com estágio de pesquisa sanduíche na Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3 (THALIM- CNRS, ENS, Paris 3) com bolsa FAPESP. Possui mestrado em Artes Cênicas pela ECA/USP e graduação na mesma área pela Universidade Estadual de Campinas (Com bolsa CAPES, FAPESP e CNPq). Trabalhou com diversos grupos de teatro ( Núcleo Fuga- LUME Teatro, Humatriz Teatro, Barracão Teatro, Matula Teatro, Boa Companhia, Via Rose, Núcleo Sofia, Grute entre outros). Atua como editor da revista Txai, tendo atuado como editor das revistas Sala Preta e Aspas. Compõe o conselho editorial das revistas Arteriais (UFPA), Iaça (UNIFAP), TXAI (UFAC) e Repertório (PPGAC-UFBA). É coordenador do Grupo de Pesquisa TEIA, do Seminário de Arte e Educação e do GRUTE - Grupo de Teatro Experimental. É integrante da Rede Voz e Cena e membro do Institut des Amériques (França) e da ABRACE. Publicou diversos livros m com destaque para "A experiência do espectador contemporâneo", "Experiências de formação em Artes na Amazônia" e Experiências teatrais no Acre". Sua pesquisa atual tem como foco as relações entre teatro e povos originários e a circulação de saberes e estéticas, especialmente entre Brasil e França . É bolsista produtividade do CNPq.

Roseany Karimme Silva Fonseca, Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém/PA, Brasil

Paraense. Artista-pesquisadora. Professora substituta no Instituto de Ciências da Arte / Escola de Teatro e Dança da UFPA - ETDUFPA/ICA/UFPA (2024). Doutoranda em Artes (2023) e Mestra em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes - PPGARTES/UFPA, na linha de pesquisa de Poéticas e Processos de Atuação (2021). Especialista em Linguagens e Artes na Formação Docente (IFPA), na linha de pesquisa de Processos de Criação, Saberes Estéticos e Culturais das Linguagens. Formadora da Capacitação em Agentes Culturais no Curso de Elaboração de Projetos Culturais - FADESP/UFPA (2023). Educadora popular pela Rede Emancipa Belém (2021). Pesquisadora vinculada à Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas - ABRACE desde 2019. Artesã de cena, palavra e som, transitando entre linguagens cênicas/literárias/musicais. Escritora com textos em prosa publicados nas coletâneas Trama das Águas e Revoada, ambas de literatura feminina paraense. Possui experiência na área de Artes com ênfase em Teatro, Dramaturgia, Encenação, Sonoridades e Processos Criativos. Integrante e colaboradora ativa no projeto de pesquisa Vozes Encorporadas - Processos de Criação e Epistemologias Caboclas na Amazônia e no projeto de extensão LAB-GUMA. Participante nos grupos de pesquisa ConversAÇÕES: Filosofia, Educação e Arte (UFPA) e TEIA - Tecnologias Educacionais Inovadoras Para a Amazônia (UFAC). Voluntária no projeto de extensão Tribuna do Cretino (PROEX/ETDUFPA) desde 2016, produzindo textos sobre Teatro, tanto para o site homônimo quanto para a Revista de Crítica em Teatro. Foi aluna especial nas disciplinas 'Seminários Temáticos em História Cultural e Educação' e 'Dialogismo e Educação', ambas pelo PPGED/UEPA (2015). Integrou o grupo de teatro de rua Perifeéricos (2014-2015) nas funções de atriz, preparadora vocal e na produção do espetáculo Rosa dos Ventos: entre miragens e mirações, este, resultado do Prêmio de Pesquisa e Experimentação Artística da Fundação Cultural do Pará/FCP(2015). Psicopedagoga pela Faculdade Ipiranga (2013). Colaboradora em Pesquisa e Montagem Cênica / Teatro (2012) pela Escola de Teatro e Dança da UFPa / ETDUFPa e Atriz formada pelo Curso Técnico em Ator na mesma instituição. Durante o curso técnico, ministrou oficinas de Teatro na Escola Bosque, como bolsista do projeto de extensão PREAMAR TEATRAL: arte, formação e cidadania nas escolas públicas das ilhas do Pará. Atriz nos espetáculos Um Certo Faroeste Caboclo (2012), Severinos (2013), Animalismo A Nova Ordem Mundial (2013 e 2015), Em Nome da Rosa (2014), Ao Vosso Ventre (2014), Chão de Águas (2015 e 2017) e na poética cênica TravessiaS - Memórias FIuviorgânicas (2021), onde atuou e desenvolveu a pesquisa/concepção/encenação/dramaturgia, como resultado prático de sua pesquisa realizada no Mestrado. Participante do espetáculo TERRAGINGA (2022) realizado pela Vila das Artes - Fortaleza/CE. Graduada em Psicologia pela Universidade da Amazônia (2012). Co-autora do livro Desenvolvimento na Terceira Infância, lançado em 2013 pela editora Paka-Tatu. Com uma proposta de trabalho envolvendo performance sonora, foi uma das duas artistas do PA selecionadas pelo Programa de Formação ASA OI FUTURO / British Council (2022). Intérprete no projeto musical MANTO desde 2017 como cantora, compositora, produtora e intérprete. O grupo lançou seu primeiro álbum autoral em 2021 pelo Edital de Música da Lei Aldir Blanc/PA e em 2022, este propôs uma incursão entre música e teatro com MANTO - O Espetáculo, apresentado no Teatro Experimental Waldemar Henrique. Em 2024, Karimme lançou o seu primeiro EP musical intitulado KARIBÉ, selecionado pelo Edital Multilinguagens da Lei Paulo Gustavo - LPG/PA na categoria Música, atuando na direção criativa, composição e concepção do projeto.

Referências

LIGIÉRO, Zeca. Teatro das origens: estudo das performances afro-ameríndias. Rio de Janeiro: Garamond, 2019.

LIGNELLI, César. Sonoridades movimentos sentidos. In: V Seminário de Ensino e Pesquisa em Dança: corpo, som e movimento. Anais. Goiânia, 2019. Disponibilidade: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/819/o/cesar.pdf. Acesso: 14/02/2024.

PACHECO, Agenor Sarraf.. Cosmologias Afroindígenas na Amazônia Marajoara.. In: Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 44. São Paulo, 2013. Disponibilidade: https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/10219. Acesso: 12/12/2025.

SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, Quilombos: modos e significados. Brasília: INCTI-UNB, 2015.

SOUZA, Márcio. História da Amazônia. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2019.

TOCANTINS, Leandro. Formação Histórica do Acre. Brasília: Senado Federal, 2001.

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Publicado

27-12-2025

Como Citar

Mendonça, T. B. P. de, Carneiro, L. M., & Fonseca, R. K. S. (2025). Editorial / Dossiê Temático - Poéticas em Vocalidades e Sonoridades da Cena na Amazônia. Voz E Cena, 6(02), 06–13. https://doi.org/10.26512/vozcen.v6i02.60879

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