INSURGÊNCIAS NO COMBATE À PANDEMIA EM FORTALEZA

AS RESPOSTAS POPULARES FRENTE A PROBLEMAS (INFRA)ESTRUTURAIS

Autores

  • Clarissa Figueiredo Sampaio Freitas Universidade Federal do Ceará https://orcid.org/0000-0001-9268-5745
  • Juliana de Boni Fernandes Universidade Federal do Ceará
  • Luísa Fernandes Vieira da Ponte Universidade Federal do Ceará (UFC)

DOI:

https://doi.org/10.26512/insurgncia.v7i1.35651

Palavras-chave:

Planejamento Insurgente, Pandemia, Covid-19, Fortaleza, Grande Bom Jardim

Resumo

Diante da sistemática de um planejamento urbano institucionalizado frequentemente submetido a lobbys políticos e elitistas (Souza, 2006), o cenário das cidades brasileiras na pandemia da Covid-19 evidenciou os abismos estruturais entre as classes sociais. Por isso, este artigo argumenta que o agravamento da situação sanitária em regiões marginalizadas durante a pandemia está diretamente relacionado à lógica histórica de investimento e provimento de infraestruturas - abordando o conceito de Planejamento Insurgente de Miraftab (2009) e o relacionando com as práticas organizadas pelas comunidades do Grande Bom Jardim, em Fortaleza. Os dados coletados revelam como tais práticas são capazes de amenizar impactos e, ao mesmo tempo, confrontar politicamente a (in)ação do Estado, em busca da garantia de direitos.

Biografia do Autor

Clarissa Figueiredo Sampaio Freitas, Universidade Federal do Ceará

Clarissa F. Sampaio Freitas é professora do Departamento de Arquitetura Urbanismo e Design DAUD/UFC desde 2009. Atualmente é coordenadora do PPGAUD (Programa de Pos-Graduação em Arquitetura Urbanismo e Design). Foi bolsista da comissão Fulbright durante o mestrado em Planejamento Urbano e Regional da Universidade de Illinois (2001- 2003), e obteve o titulo de Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasilia (UNB) em 2009.

Juliana de Boni Fernandes, Universidade Federal do Ceará

Juliana De Boni Fernandes é Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade Federal do Ceará em 2020. Atualmente é pós-graduanda e bolsista Funcap no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e Design da UFC.

Luísa Fernandes Vieira da Ponte, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Luísa Fernandes Vieira da Ponte é graduanda em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal do Ceará. Atualmente, é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da UFC (PIBIC - UFC), e integrante do coletivo Quintau. 

Referências

FREITAS, Clarissa F. Sampaio. ”‹Insurgent planning?”‹ In: City, 23:3, 2019a, p. 285-305.

FREITAS, Clarissa Sampaio et al. Plano popular da Zeis do Bom Jardim. 1 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2019b.

HOLANDA, Breno; ROSA, Sara Vieira. 16 Anos de Operações urbanas em Fortaleza: um olhar a partir das diferentes gestões e da flexibilização urbana. In: XVII

ENANPUR, 2017, São Paulo. XVII ENANPUR: Desenvolvimento, crise e resistência: quais os caminhos do planejamento urbano e regional?. São Paulo: FAUUSP, 2017. 22 p.

HOLSTON, James. ”‹Cidadania Insurgente: Disjunções da democracia e da modernidade no Brasil. 1 ed. [”‹S. l.”‹]: Companhia das Letras, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÃSTICA. IBGE. Censo demográfico. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <https://censo2010.ibge.gov.br/resultados.html>.

_____. Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências (2001).

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm>.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. 3. ed. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MIRAFTAB, Faranak. Insurgent planning: situating radical planning in the Global South. In: Planning Theory, v. 8, n. 1, 2009, p. 32-50

MIRAFTAB, Faranak. ”‹Insurgência, planejamento e a perspectiva de um urbanismo humano. ”‹In: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (Online). Recife, V.18, N.3, Set-Dez 2016a, p. 363-377.

MIRAFTAB, Faranak. ”‹Planning and Citizenship”‹. In: Rachel Weber and Randall Crane (ed.) Oxford Handbook of Urban Planning. Oxford University Press. Chapter 38, 2016b, p. 1180-1204.

PEQUENO, Luis Renato Bezerra; FREITAS, Clarissa F. Sampaio. Desafios para implementação de Zonas Especiais de Interesse Social em Fortaleza. Cadernos Metrópole (PUCSP), v. 14, p. 485-506, 2012.

PEQUENO, Luis Renato Bezerra; ROSA, Sara Vieira. Inserção urbana e segregação espacial: análise do Programa Minha Casa Minha Vida em Fortaleza. In: Minha casa... e a cidade? avaliação do programa minha casa minha vida em seis estados brasileiros / organização Caio Santo Amore , Lúcia Zanin Shimbo , Maria Beatriz Cruz Rufino. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Letra Capital, 2015. p. 131-164.

REBOUÇAS, Thaís de Miranda; MANZI, Maya; MOURAD, Laila Nazem. Experiências de planos de bairro no Nordeste brasileiro: articulando planejamento insurgente e direito à cidade. In: Caderno Metrópole. São Paulo, v. 21, n. 46, 2019, p. 855-878.

SANDERCOCK, Leonie (Ed.). ”‹Making the invisible visible: A multicultural planning history”‹. Berkeley: University of California Press, 1998.

SOUZA, Marcelo L. de. ”‹Together with the state, despite the state, against the state: Social movements as ‘critical urban planning’ agents. In: City, Vol. 10, No. 3. 2006, p. 327-342.

Downloads

Publicado

31.01.2021

Como Citar

FIGUEIREDO SAMPAIO FREITAS, Clarissa; DE BONI FERNANDES, Juliana; FERNANDES VIEIRA DA PONTE, Luísa. INSURGÊNCIAS NO COMBATE À PANDEMIA EM FORTALEZA: AS RESPOSTAS POPULARES FRENTE A PROBLEMAS (INFRA)ESTRUTURAIS . InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, Brasília, v. 7, n. 1, p. 51–73, 2021. DOI: 10.26512/insurgncia.v7i1.35651. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/35651. Acesso em: 18 abr. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.