A tática eleitoral: as candidaturas do MST e a questão agrária nas eleições de 2022
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistainsurgncia.v11i1.54065Palavras-chave:
Movimentos Sociais, Partidos Políticos, Questão Agrária, Repertórios de Ação Coletiva, EleiçõesResumo
O presente trabalho tem por objetivo analisar as candidaturas eleitas de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pelo Partido dos Trabalhadores em 2022 e as formas de ampliar arenas de disputa do movimento sobre a Reforma Agrária Popular. Após a análise do tratamento da questão agrária durante as eleições, estudamos o caso da deputada estadual do Pernambuco Rosa Amorim. Argumentamos que as agendas eleitorais se hibridizam com repertórios contestatórios do movimento numa conjuntura neofascista de violento avanço do latifúndio na representação estatal e sobre territórios camponeses e tradicionais. Nessa relação híbrida de cooperação, evidenciam-se as contradições entre as defesas de movimento e partido, o que se apresenta como desafio para as candidaturas eleitas.
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