A experiência trans

uma disputa semântica nas mídias digitais

Autores

  • Luiz Augusto Mugnai Vieira Junior UNIPAR/ UNESP

DOI:

https://doi.org/10.26512/insurgncia.v8i2.38575

Palavras-chave:

transgênero, travesti, transexual, pessoa trans, mídias digitais

Resumo

Longe de um acordo geral entre a academia, a militância e as próprias vivências das pessoas trans, as experiências de gêneros se mostram de maneiras tensas e de negociações quanto à sua discussão de como identificá-las e nomeá-las. Denominações como transgênero, travesti e transexual revelam deslocamentos do sistema binário de gênero e nem por isso podem ser definidas como sinônimas e homogêneas. O advento das mídias digitais trouxe visibilidade da experiência trans e consequentemente novos conceitos como a palavra transgênero ganharam força no on-line o que possibilitou discutir se definir é uma forma de organizar politicamente ou de limitar a realidade? Os dados levantados no Portal Globo.com e na rede social Facebook demonstram que há uma disputa semântica conceitual da experiência trans quanto à legitimação das identidades trans.

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Publicado

31.07.2021

Como Citar

MUGNAI VIEIRA JUNIOR, Luiz Augusto. A experiência trans: uma disputa semântica nas mídias digitais. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, Brasília, v. 7, n. 2, p. 78–103, 2021. DOI: 10.26512/insurgncia.v8i2.38575. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/38575. Acesso em: 25 abr. 2024.

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