A desconstrução da ordem do discurso e a violência simbólica nas Orientações Curriculares Nacionais: em questão a identidade do sujeito-professor
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhla.v11i2.1211Palavras-chave:
Desconstrução;, Discurso;Resumo
Sobre a política linguística nacional veiculada nas Orientações Curriculares Nacionais de Português no ensino médio, cujo discurso se traduz em um método sofisticado de controle e em uma forma eficaz de gerir a mudança, é o que buscamos refletir neste trabalho. Nesse sentido, podemos dizer que "todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo" (FOUCAULT, 1996, p. 45). Com base na abordagem discursivo-desconstrutiva (CORACINI, 2003a), pretendemos apresentar e discutir os resultados analisados, cujo foco recai sobre as representações da(s) identidade(s) e das competências construídas para os professores neste discurso, representações sociais da profissão do professor na sociedade contemporânea brasileira, marcada pelos acontecimentos que sucederam o período ditatorial, portanto, a fase de redemocratização do país e de modernização do Estado frente à s exigências da mundialização.
Downloads
Referências
AMARAL, Ana Lúcia. A adjetivação do professor: uma identidade perdida? In: AMARAL, Ana Lúcia;VEIGA, Ilma. P. A. (Org.).Formação de professores: políticas e debates. Campinas, SP: Papirus, 2002.
ARAUJO. AlexP. A ordem do discurso e a violência simbólica nos PCN e nas Orientações:em questão a identidade do professor de português construída sob a força de lei. Dissertação (Mestrado em Letras: Linguagens e Representações) ”“DLA, Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus-BA, 2011.
ARAÚJO, Alex P.;FERREIRA, Élida. P.A identidade em parâmetroscurriculares: em questão a subjetividade do professor de português. Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v. 5, n. 2, p.96-123, nov. 2011. Disponível em< http://www.reveduc.ufscar.br>. Acesso em:20 dez.2011.
BAKHTIN, Mikhail. [VOLOSHINOV, V. V.] Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud e Yara F. Vieira. 8 ed. São Paulo: Hucitec,1997.
BARBOSA, Jacqueline. P. Do professor suposto pelos PCNS ao professor real de língua portuguesa:são os PCNS praticáveis. In: ROJO, Roxane.(Org.). A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Tradução de Sergio Miceli et al.6 ed. São Paulo: Perspectiva, 2005.
______. O poder simbólico.Tradução Fernando Tomaz (português de Portugal). 11 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
______.; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução:elementos para uma teoria do sistema de ensino. Tradução de Reynaldo Barão; revisão de Pedro B. Garcia e Ana Maria Beata.Petrópolis,RJ: Vozes, 2008.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.
______.Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias.Brasília: MEC, Secretaria de Educação Básica, 2006.
CALVERT, Louis-Jean. As políticas linguísticas. Tradução de Isabel de Oliveira Duarte,Jonas Tenfen e Marcos Bagno.São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
CHOMSKY, Noam. Novos horizontes no estudo da Linguagem e da mente.Tradução de Marco Antônio Sant’Ana. São Paulo:UNESP, 2005.
COELHO, Maria InêsM. Formação e construção de identidade de professores e a cultura de gerencialismo e performatividade do estado. Disponível em<http://www.isecure.com.br/anpae/297.pdf>.Acesso em:12 mai.2009.
CORACINI, Maria José. Subjetividade eidentidade do (a) professor (a) de português. In: ______.(Org.). Identidade e discurso: (des) construindo subjetividades. Campinas, SP: Editora da UNICAMP; Chapecó: Argos Editora Universitária, 2003a.
______.O discurso da linguística aplicada e a questão da identidade: entre a modernidade e a pós-modernidade. In: BERTOLD, Ernesto. S.;CORACINI, Maria José.(Org.).O desejo da teoria e a contingência da prática: discursos sobrena sala de aula. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003b.
______.O olhar da ciência e a construção da identidade do professor de línguas. In: BERTOLD, Ernesto. S.; CORACINI, Maria José.(Org.) O desejo da teoria e a contingência da prática: discursos sobrena sala de aula.Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003c.
______.; ECKERT-HOFF, Beatriz. (Org.).Escrit(ur)a de si e alteridade no espaço papel-tela. Campinas, SP: Mercado de letras, 2010.
COVRE, Maria de Lourdes M. O que é cidadania. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.
DERRIDA, Jacques. Carta a um amigo japonês. In: OTONI, Paulo.(Org.). Tradução: a prática da diferença. Tradução de Érica Lima. Campinas, SP: Editora da UNICAMP; FAPESP, 1998.
DINIS, Leandro R. A. O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas”:sujeitos, Estados Nacionais e mercado. Anais do SETA, n. 1, 2007.
______.; ZOPPI-FONTANA, Monica. G. Declinando a língua pelas injunções do mercado: institucionalização do português língua estrangeira (PLE). Estudos Linguísticos, São Paulo, v.37, n.3,p. 89-119, set.-dez. 2008.
FERNANDES, Florestan. O desafio educacional. São Paulo: Cortez Autores Associados, 1989.
FOUCAULT, Michel.O sujeito e o poder.In: DREYFUS, Hubert; RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Tradução de Vera Porto Carrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.p. 231-249.
______.A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France. São Paulo, Edições Loyola, 1996.
______.Resumos do Collège de France (1970-1982).Tradução de Andrea Daher. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
______.; HORTON, Myles.O caminho se faz caminhado: conversas sobre educação e mudança social. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
KANT, Immanuel. Beantwortung der frage: was ist Aufklärung ? In: ______.Berlinische Monatsschrift. Dezember-Heft 1784. S. 481-494. Disponível em:<http://www.uni-potsdam.de/u/philosophie/texte/kant/aufklaer.htm>: Acesso em4 deago.2011.
LAWN, Martin. Os professorese a fabricaçãode identidades. In: ______.Currículo sem Fronteiras, v.1, n.2, p. 117-130, jul/dez 2001.
LESSARD, Claude; TARDIF, Maurice. O trabalho docente: elementos para uma teoriada docência como profissão de interações humanas. Tradução de João Batista Kreuch. 5 ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2005.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Tradução Ricardo Correa Barbosa; posfácio Silviano Santiago. 6ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.
MAINGUENEAU, Dominique.Gênese dos discursos. Tradução de Sírio Possenti. Curitiba: Criar, 2007.
MORATO, EdwigesMaria. Da noção de competência no campo da linguística. In: SIGNORINI, Inês. (Org.).Situar a língua(gem).São Paulo: Parábola Editorial, 2008.
MOITA LOPES, Luiz. Paulo. A nova ordem mundial, os parâmetros curriculares nacionais e o ensino de inglês no Brasil: a base intelectual para uma ação política. In: BARBARA, Leila. e RAMOS, Rosinda. C. G. (Orgs.).Reflexão e açõesno ensino-aprendizagemde línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.(Coleção As Faces da Linguística Aplicada).
NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos,ou, como se filosofa com o martelo. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza.São Paulo, Companhia das Letras, 2006.
ORLANDI, Eni. Identidade linguística escolar. In: SIGNORINI, Inês.(Org.).Língua(gem) e identidade. Campinas-SP: Mercado de Letras, 1998.
______.A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso. 4 ed.3 reimpressão.Campinas, SP: Pontes, 2003.
______.Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas, SP: Pontes, 2007.
______.Língua brasileira e outras histórias: discurso sobre a língua e o ensino no Brasil. Campinas, SP: Pontes, 2009.
RAJAGOPALAN, Kanavilil. O conceito de identidade em linguística: é chegada a hora para reconciliação radical? In: SIGNORINI, Inês(Org.).Língua(gem) e identidade.Campinas, SP:Mercado de Letras, 1998.
______.Por uma linguística crítica:linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
ROBIN, Régine. Le deuil de l’origine: une langue em trop, la langue en moins. Saint-Denis: Presses Universitaires de Vincennes, 1993.
______.Le golem de l’ecriture: de l’autofiction au Cybersoi.Montreal: XYZ, 1997.
ROBINS, Kevin. Global times what in the world is going on? In: DU GAY, Paul. (Org.) Production of culture/cultures of production. London: Sage, 1997.
ROJO, Roxane. Modos de transposição dos PCNsà s práticas de sala de aula: progressão curricular e projetos. In: ______.(Org.).A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2000.
RUSS, Jacqueline. Dicionário de filosofia. Tradução de Alberto Alonso Muñoz, revisão técnica de Scarlett Marton. São Paulo: Scipione, 1994.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 17 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SARUP, Madan. Alienação e ensino. In: ______.Marxismo e educação: abordagem fenomenológica e marxista da educação. Tradução de Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
SIGNORINI, Inês. Figuras e modelos contemporâneos da subjetividade. In: ______.(Org.).Língua(gem) e identidade. Campinas-SP: Mercado de Letras, 1998.
______.Metapragmáticas da língua em uso: unidades e níveis de análise In: ______.(Org.).Situar a língua(gem).São Paulo: Parábola, 2008.
SILVA, Tomaz. T. A produção social da identidade e da diferença. In: ______.(Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Vozes: Petrópolis, 2000.
SOARES, Magda. B. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 14ed. São Paulo: Ática, 1996.
______.Português na escola: história de uma disciplina curricular In: BAGNO, Marcos. (Org.).Linguística da norma.2 ed.São Paulo: Edições Loyola, 2001.
SPINOZA, Benedictus.Ética. Tradução e notas de Tomaz Tadeu.Belo Horizonte: Autêntica, 2007.(edição bilíngue Português-Latim).
VASCONCELLOS. CelsoS. Introdução à s práticas de mudança. In: ______.Avaliação da aprendizagem:práticas de mudança. 5 ed.São Paulo: Libertad, 2003.
ZOPPI-FONTANA, Monica. Cidadãos modernos: discurso e representação política. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 1997.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista Horizontes de Linguística Aplicada de http://seer.bce.unb.br/index.php/horizontesla/index é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.