“De que a história das ciências é a história?”

Historicidade e atualidade da questão

Autores

Palavras-chave:

História das Ciências, Historicidade, Ciência moderna, História do Conhecimento

Resumo

No final dos anos 1960, Georges Canguilhem retomou os trabalhos da historiadora da química Hélène Metzger para propor uma pergunta fundamental para a teoria e o método da História das Ciências, mas raramente feita em voz alta: de que a História das Ciências é a história? A delimitação do seu objeto, a demonstração da sua especificidade, foi fundamental tanto para o movimento de autonomização da História das Ciências em relação à Filosofia das Ciências, quanto para a sua posterior transformação numa disciplina efetivamente histórica. Cinquenta anos depois, a pergunta sobre o objeto da História das Ciências foi retomada por Lorraine Daston em um comentário crítico e historiográfico sobre a relação entre história das ciências e história do conhecimento. O artigo propõe uma reflexão sobre a historicidade da disciplina a partir das diferentes respostas dadas por Canguilhem e Daston àquela pergunta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BACHELARD, Gaston. A actualidade da história das ciências. In CARRILHO, Manuel Maria. Epistemologia: Posições e críticas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1991.

BACHELARD, Gaston. Le matérialisme rationnel. Paris: PUF, 2000.

CANGUILHEM, Geoorges. Sur l'Histoire de la folie en tant qu'événement. Le Débat, Paris, v. 4, n. 41, 1986.

CANGUILHEM, Georges. Études d’histoire et de philosophie des sciences : concernant les vivants et la vie e. 2ª ed. aum. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 2002. – (Problemes & Controverses).

CANGUILHEM, Georges. Idéologie et rationalité dans l’histoire des sciences de la vie. Paris: Vrin, 2000.

CANGUILHEM, Georges. La théoria cellulaire. In CANGUILHEM, Georges. La connaissance de la vie. 2ª ed. rev. e aum. Paris : Librairie Philosophique J. Vrin, 1989, p. 53-54

CANGUILHEM, Georges. Le normal et le pathologique. Paris: PUF, 1966.

CHARTIER, Roger. Histoire intellectuelle et histoire des mentalités. Trajectoires et questions. Revue de synthèse, nº 111-112, jul.-dez. 1983.

CHARTIER, Roger. Sciences et savoirs. Annales. Histoire, Sciences Sociales, v. 71. https://www.cairn.info/revue--2016-2-page-451.htm.

CHIMISSO, Cristina e FREUDENTHAL, Gad. A Mind of her Own: Helene Metzger to Emile Meyerson, 1933. Isis, v. 94, n. 3, pp. 477–491, 2003. DOI: https://doi.org/10.1086/380655

CONRY, Yvette. Combats pour l’histoire des sciences: lettre ouverte aux historiens de mentalités. Revue de synthèse, nº 111-112, jul.-dez. 1983.

DASTON, Lorraine e VIDAL, Fernando (orgs.). The moral authority of nature. Chicago: The University of Chicago Press, 2004.

DASTON, Lorraine. “The History of Science and the History of Knowledge”. KNOW, Chicago, v. 1, n. 1, p. 131-154, Primavera 2017 | https://doi.org/10.1086/691678

DASTON, Lorraine. Against nature. Cambridge: MIT, 2019.

DASTON, Lorraine. Classical probability in the Enlightenment. Nova Jersey: Princeton University Press, 1988.

DASTON, Lorraine. Historical Epistemology. In CHANDLER, James et al. Questions of evidence. Proof, practice and persuasion across the disciplines. Chicago: Univ. of Chicago Press, 1994.

DASTON, Lorraine. Historicidade e objetividade. Org. Tiago Santos Almeida. Trad. Derley M. Alves; Francine Iegelski. São Paulo: Liber Ars, 2017.

DASTON, Lorraine. Science, History of. In International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences. Oxford: Elsevier, 2015.

DASTON, Lorraine. The History of Emergences. Isis, v. 98, n. 4, p. 806, dez. 2007. http://www.jstor.org/stable/10.1086/529273

DASTON, Lorraine. The naturalized female intellect. Science in Context , V. 5 , n. 2, outono 1992. DOI: https://doi.org/10.1017/S0269889700001162

DELAPORTE, François. A doença de Chagas: história de uma calamidade continental. Ribeirão Preto: Holos. Editora, 2003, p. 72.

FOUCAULT, Michel. Le style de l'histoire. In Dits et Écrits II (1976-1988). Paris: Quarto Gallimard, 2001.

FOUCAULT, Os anormais: curso no Collège de France (1974-1975). Tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

HUISMAN, Frank; WARNER, John Harley. Locating Medical History. The Stories and Their Meanings. Baltimore/Londres: Johns Hopkins University Press, 2004.

KOYRÉ, Alexandre. Études galiléennes. Paris : Hermann et Cie, 1939. – (Histoire de la Pensée).

KUHN, Thomas. A tensão essencial. Trad. Marcelo Amaral Penna-Forte. São Paulo: Ed. UNESP, 2011.

METZGER, Hélène. O historiador das ciências deve fazer-se contemporâneo dos cientistas dos quais ele fala?. Trad. de Hallhane Machado. Revista de Teoria da História, Goiânia, v. 25, n. 1, p. 167, 2022. | https://revistas.ufg.br/teoria/article/view/73563.

METZGER, Hélène. O historiador das ciências deve fazer-se contemporâneo dos cientistas dos quais ele fala?, art. cit., p. 171.

SCHAFFER, Simon e SHAPIN, Steven. Leviathan and the Air-Pump: Hobbes, Boyle, and the Experimental Life. Princeton: Princeton University Press, 1985.

Downloads

Publicado

2024-03-21

Como Citar

Santos Almeida, T. (2024). “De que a história das ciências é a história?”: Historicidade e atualidade da questão. História, histórias, 11(21), 182–211. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/hh/article/view/44927

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.