Possessivos de terceira pessoa no Flos Sanctorum e no português brasileiro contemporâneo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/hh.v7i14.26600

Palavras-chave:

pronome possessivo. genitivo. português arcaico. português brasileiro.

Resumo

O estudo investiga a ocorrência de possessivos no Flos Sanctorum (século XIV) e no português brasileiro contemporâneo (PB), considerando a distribuição do pronome seu pré-nominal, na relação com outras estratégias de expressão da posse.   Argumenta-se que a análise dessas estruturas é essencial para uma abordagem das propriedades inovadoras do PB, particularmente (i) a mudança do estatatuto do pronome seu; (ii) a implementação das formas dele(s)/ dela(s); a perda do pronome dativos de posse lhe(s); o uso generalizado do possessivo nulo nas construções envolvendo posse inalienável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALI, Manuel Said. Gramática Histórica da Língua Portuguesa. 7a. edição. Rio de Janeiro, Edições Melhoramentos, 1971.

BARROS, João de. Gramática da língua portuguesa; Cartinha, Gramática, Diálogo em louvor da nossa linguagem e Diálogo da Viciosa Vergonha. Reprod. facsim., leit., introd. e anot. por Maria Leonor Carvalhão Buescu. Lisboa, Faculdade de Letras, 1971.

BARROS, Ev’Ângela. Construções de posse com clítico no PB: percurso diacrônico. 261 f Tese de Doutorado. Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Belo Horizonte, 2006.

CASTILHO, Ataliba T. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

CASTRO, Ivo. Introdução à História do Português. Lisboa, Edições Colibri, 2011.

CERQUEIRA, Vicente. A forma genitiva “dele” e a categoria de concordância (AGR) no português brasileiro. In: ROBERTS, Ian e KATO Mary (eds.) Português Brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas, editora da UNICAMP, 1996, p. 129-161.

DIAS, Epiphanio da Silva. Sintaxe Histórica Portuguesa. Lisboa, Livraria Clássica Editora. 5ª edição, 1970.

FARACO, Carlos Alberto. O tratamento você em português: uma abordagem histórica. Fragmenta 13, 1996, p. 51-82.

GALVES, Charlotte. Ensaios sobre as Gramáticas do Português. Campinas, Editora UNICAMP, 2001.

GALVES, Charlotte. e ABAURRE, Bernadete (2002) Os Clíticos no Português Brasileiro: Elementos para uma Abordagem Sintático”“Fonológica In: CASTILHO, Ataliba. T. de e BASÃLIO, Margarida (eds). Gramática do Português Falado. Vol. IV Campinas, Editora da UNICAMP, p. 267-312.

KROCH, Anthony. Morphosyntactic Varation. In: BEALS, K. et al., (eds.) Papers from the 30th Regional Meeting of the Chicago Linguistics Society: Parasession on Variation and Linguistic Theory, 1994.

MACHADO FILHO, Américo V.L. Um Flos sanctorum trecentista do português. Brasília. Editora UnB, 2009.

MAIA, Clarinda de Azevedo. História do Galego-Português: Estado Linguístico da Galiza e do Noroeste de Portugal desde o Século XIII ao Século XVI (com referência à situação do galego moderno). Coimbra: Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC), 1986.

MARANGONI, César Elíido Jr. Estratégias Possessivas de 3a pessoa em histórias infantis contemporâneas. Projeto de Iniciação Científica. FFLCH-DLCV-AFLP-USP. 2018.

MARTINS, Ana Maria. “Ainda ‘os mais antigos textos escritos em português’: documentos de 1175 a 1252”. In: FARIA, Isabel H. (org.) Lindley Cintra: Homenagem ao Homem, ao Mestre e ao Cidadão. Lisboa: Cosmos e Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1999, p. 491-534.

MATTOSO CAMARA Jr, Joaquim. Estrutura da língua portuguesa. 39aed. Rio de Janeiro, Ed. Vozes, [1970]2007.

MATTOS e SILVA Rosa Virgínia. Estruturas Trecentistas. Para uma Gramática do Portugês Arcaico. Lisboa, Imprensa Nacional, Casa da Moeda, 1989.

MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. O Português Arcaico: Morfologia e Sintaxe. São Paulo. Editora Contexto, 1994.

MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. O português arcaico: fonologia, morfologia e sintaxe. V. 1. 1a. ed. Sâo Paulo, Editora Contexto, 2006.

MATTOS e SILVA, Rosa Virgínia. O portuguies arcaico. Uma aproximação. Vol. I. Léxico e Morfologia. Lisboa. Imprensa Nacional. Casa da Moeda, 2008.

MENUZZI, Sérgio. 3rd Person Possessives in Brazilian Portuguese: On the Syntax-Discourse Relation. In: S. Botley (ed.) Proceedings of the Discourse Anaphora and Anaphora Resolution Colloquium, Working Papers collection. Dept. of Linguistics of Lancaster University, UK, 1996.

MENUZZI, Sérgio. Sobre as opções anafóricas para antecedentes genéricos e para variáveis ligadas: comentários a Ana Muller. Letras de Hoje, v. 38. n 1. Porto Alegre, 2003a, p. 125-144.

MENUZZI, Sérgio. Escopo e “varáveis lgiadas típicas” do português brasileiro. Anais do 5º Encontro do Celsul, Curitiba-PR., 2003b, 123-139.

MÜLLER, Ana Lúcia. A gramática das formas possessivas no português do Brasil. 205 f. Tese de doutorado. UNICAMP, Campinas, 1997.

MÜLLER, Ana. Lúcia. Pronomes e anáfora-o estado da arte. Linha d’ Água, 16. 2003, p. 17-37.

NEGRÃO, Esmeralda e MÜLLER, Ana Lúcia. As Mudanças no Sistema Pronominal Brasileiro; Substituição ou Especialização de Formas. DELTA, 12, 1996, p. 125-152.

NEVINS, Andrew. The representation of third person and its consequences for person-case effects. Natural Language and Linguistic Theory. n. 25, 2007, p. 273-313.

OLIVEIRA, Fernão de. A Gramática da Linguagem Portuguesa. Introdução, leitura atualizada e notas de Maria Leonor Carvalhão Buescu. Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, [1536]1975.

PANCHEVA, Roumyana e ZUBIZARRETA, María Luisa. The Person Case Constraint: The Syntactic Encoding of Perspective. Natural Language and Linguistic Theory . n. 36 (1), 2017, p. 1161-1204.

PAYNE, Doris. L. & BARSHI Immanuel. External Possession: What, Where, How and Why. In PAYNE, Doris e BARSHI Immanuel (eds.). External Possession. Amsterdam/Philadelphia, John Benjamins, 1999, p. 3-29.

PERINI, Mário. A. O surgimento do sistema de possessivo do português coloquial: uma interpretação funcional. DELTA, São Paulo, v. 1 n.1/2, p. 1-15, 1985.

SILVA, Gisele M. de O. Estudo da Regularidade na Variação dos Possessivos no Português do Rio de Janeiro. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1982.

SILVA, Gisele M. de O. Um caso de definitude. Organon, Porto Alegre, n.18, 1991, p. 90-108.

SILVA, Gisele M. de O. Estertores da forma seu de terceira pessoa na língua oral. In SILVA, Gisele M. de O. e SCHERRE, M. Marta P. (Orgs.) Padrões sociolinguísticos: análise de fenômenos variáveis do português falado na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996, p. 169-146.

TORRES MORAIS, Maria Aparecida e SALLES, Heloísa M. Lima. Parametric change in the grammatical encoding of indirect objects in Brazilian Portuguese. Probus, n. 22, 2010, p. 181”“209.

TORRES MORAIS. Maria Aparecida e RIBEIRO, Ilza. Possessivos de 3a pessoa: o português arcaico e o português brasileiro contemporâneo. Filologia e Linguística Portuguesa. 2014, p. 15-51.

TORRES MORAIS, Maria Aparecida e SALLES, Heloísa M. Lima (2018) Possessivos de 3a pessoa na história do português brasileiro. In: ROBERTS, Ian; KATO, Mary; GALVES, C. (orgs). O português brasileiro. Uma segunda viagem diacrônica. Campinas, Editora da UNICAMP (no prelo).

VERGNAUD, Jean Roger e ZUBIZARRETA Zubizarreta, Maria Luiza. The definite determiner and the Inalienable Constructions in French and English. Linguistic Inquiry. 23(4), (1992), p. 595-652.

Downloads

Publicado

2019-08-10

Como Citar

Morais, M. A. C. R. T. (2019). Possessivos de terceira pessoa no Flos Sanctorum e no português brasileiro contemporâneo. História, histórias, 7(14), 59–86. https://doi.org/10.26512/hh.v7i14.26600

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.