Nazificação Transnacional
a construção do anticomunismo nazista na imprensa de língua alemã no Brasil (1933-1938)
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhh.v13i28.56973Palavras-chave:
Nazismo, Anticomunismo, Imprensa de língua alemã, Era VargasResumo
O conceito de Gleichschaltung, entendido como a "coordenação" entre partido, Estado e sociedade promovida pelo Terceiro Reich, orientou os esforços nazistas para expandir sua influência além das fronteiras da Alemanha, especialmente entre as comunidades alemãs no exterior. No Brasil, essa estratégia visava alinhar as comunidades teuto-brasileiras aos ideais do nacional-socialismo, utilizando-se de publicações locais do NSDAP e de agências de notícias como a Transocean para disseminar propaganda e aproximar as comunidades teuto-brasileiras do partido.Apesar da tentativa de replicar o modelo observado na Alemanha, o sucesso dessas iniciativas foi condicionado por fatores locais, incluindo divisões confessionais, disputas políticas e a relação dessas comunidades com o Estado brasileiro.
Valendo-se do anticomunismo nazista como enfoque temático, o presente artigo analisa como os discursos e as estratégias do Terceiro Reich foram apropriados, ressignificados ou rejeitados pelas comunidades teuto-brasileiras entre 1933 e 1938. Para tanto, o artigo examina as publicações em língua alemã no Brasil associadas à seção brasileira do partido nazista, bem como aos grupos teuto-brasileiros de confissão católica e protestante. O artigo sustenta que as expressões do anticomunismo em meio às comunidades teuto-brasileiras variaram de acordo com as identidades e dinâmicas locais. Essas análises evidenciam a complexidade das interações entre germanidade, ideologias transnacionais e os contextos sociopolíticos locais, destacando como as comunidades alemãs no Brasil negociaram sua identidade e sua relação com o nazismo e o governo Vargas em um cenário de intensas disputas políticas e culturais.
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