Tópos alegórico - lugares amorfos
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v12i1.53048Palavras-chave:
Alegoria. Paisagem. Walter Benjamin.Resumo
A presente proposta examina a intersecção entre lugar, não-lugar e alegoria como categorias estruturantes na constituição simbólica e histórica dos espaços urbanos contemporâneos. A partir das reflexões benjaminianas, a mercadoria revela-se como a alegoria preeminente da modernidade, destituída de substância ontológica, mas dotada de uma plasticidade semântica capaz de reconfigurar as relações entre espaço, tempo e sociedade. A cidade, nesse contexto, emerge como um palco dialético, onde o sagrado e o profano se entrelaçam em uma dinâmica que dilui a memória histórica e revela as tensões entre territorialização e abstração. Concebida como um palimpsesto alegórico, a cidade abriga ruínas e fragmentos de histórias obliteradas, que resistem à homogeneização [im]posta pela lógica capitalista. Nessa perspectiva, permanecem as fissuras que permitem reinscrever o simbólico, configurando a cidade como espaço de disputa entre a força do esquecimento e a potência de uma reapropriação crítica da memória.
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