Racismo de estado e tanatopolítica: Sobre o paradoxo do nazismo em Michel Foucault e Giorgio Agamben
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v1i2.12268Palavras-chave:
Biopolítica, Racismo de Estado, Tanatopolítica, Nazismo, Vida nuaResumo
Este artigo propõe-se a expor as reflexões de dois filósofos contemporâneos, quais sejam, Michel Foucault e Giorgio Agamben, de modo a promover um paralelo,ou mesmo uma analogia, entre duas noções que permeiam as obras dos respectivos autores. Estas noções consistem no que Foucault chamou de Racismo de Estado, e no que Agamben nomeou de Tanatopolítica. O contexto, e tambémo objeto, no qual se efetiva este intento é, em uma palavra, a política totalitária do Estado nazista.Ambos os autores compreendem os fenômenos totalitários a partir do ponto de vista da biopolítica, entretanto, ao tratar do Estado Nacional-socialista, Foucault identifica nele um paradoxo, sem, contudo desenvolver com maior profundidade a imbricação que ali se deu. Agamben, por sua vez, concebe semelhante paradoxo como pertencendo a uma forma de fazer política que já traz, desde a sua origem, os fundamentos que permitiram a emergência do fenômeno da forma como surgiu e que fora identificada pelos ditos autores, ou seja, trazendo em si tanto elementos antigos, como a glória e os ideais de sangue, quanto modernos, como a eugenia. A pesquisa bibliográfica que aqui se desenvolveu deu-se na leitura de, basicamente, três obras dos supraditos autores, quais sejam, Em defesa da sociedade, História da sexualidade I ”“ A vontade de saber, de um lado (Foucault), e Homo sacer ”“ O poder soberano e a vida nua I, de outro (Agamben).
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