A selbsthülfe (autoajuda-mútua) no desenvolvimento das comunidades rurais no interior do RS no início do século XX
DOI:
https://doi.org/10.26512/emtempos.v23i44.53101Palavras-chave:
Cooperativismo, Sociedade civil, Poder localResumo
A busca pela liveability (qualidade de vida) não é um fenômeno recente, podendo ser analisado em inúmeros movimentos históricos, como na implantação das primeiras cooperativas rurais no sul do Brasil, no início do século XX. O desenvolvimento destas comunidades europeias oferece elementos para refletir sobre a presença de uma mentalidade associativa, baseada nos princípios cooperativos originados nas contradições da revolução industrial. Analisando documentação arquivada em antigas cooperativas de crédito rurais, buscamos refletir sobre a atuação destes grupos sociais na ação pública das comunidades coloniais, analisando práticas de poder local ao longo da Primeira República, nas regiões de colonização europeia sul-brasileiras. Os resultados indicam que estas
experiências produziram um modelo cooperativista pautado tanto por ideais socialistas utópicas, quanto por práticas liberal-burguesas, constituindo um campo de mobilizações, associações e forças sociais que buscaram a satisfação das necessidades locais, a qualidade
de vida e a conquista do poder local.
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