Hoje (2011) e Trago Comigo (2016)

imagens da estranha alteridade do passado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v1i37.34182

Palavras-chave:

Cinema nacional. Tata Amaral. Ditadura militar.

Resumo

esta análise parte do vazio aberto pela perda de entes queridos durante a ditadura militar brasileira por ex-presos e perseguidos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, para esboçar uma compreensão da elaboração da memória autoritária pela arte da memória do cinema. A discussão sobre o tema é encaminhada a partir de sua abordagem em duas produções do cinema nacional contemporâneo, os filmes Hoje (2011) e Trago Comigo (2016), da cineasta paulistana Tata Amaral. Nessas obras, a distância entre o passado ditatorial e o presente democrático é suprimida pelo prolongamento dos traumas provocados pela tortura e do sofrimento causado pelo desaparecimento e morte de pessoas no cotidiano dos que sobreviveram a essas experiências.

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Referências

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Publicado

2020-12-03

Como Citar

PIASSI, Vinícius Alexandre Rocha. Hoje (2011) e Trago Comigo (2016): imagens da estranha alteridade do passado. Em Tempo de Histórias, [S. l.], v. 1, n. 37, 2020. DOI: 10.26512/emtempos.v1i37.34182. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/34182. Acesso em: 22 jul. 2024.

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