Quando as identidades se transformam em calabouços. Decolonialidade, teoria queer e crítica chicana em Gloria Anzaldúa.

Autores

  • Rafael Antonio Rodrigues Universidade de Brasilia (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i30.14723

Palavras-chave:

identidade. alteridade. devir.

Resumo

Resumo: O seguinte artigo quer explorar as concepções teóricas e identitarias por detrás da célebre obra da ativista e pensadora chicana Gloria Anzaldúa: The Borderland /La Frontera: The New Mestiza (1987). Sua trajetória de vida nos remete a tempos, tradições e espaços identitarios ”“ Mesoamerica, México, EUA ”“ conflitantes e irreconhecíveis entre si, que produzem fissuras e desconcerto nos discursos essencialistas da identidade e da alteridade. Ao invés de frustrar-se e seguir na desesperada busca por uma humanidade branca euro-centrada, Anzaldúa nos conduz a outro caminho em que as noções binárias e cartesianas do ser e do sujeito são desestabilizadas para dar lugar ao que chamamos aqui de Devir Mutante: uma diferença indizível e incessante que atravessa as fronteiras não permitidas do humano e não humano para reivindicar também uma dimensão natureza-animal. A autora aposta, assim, na construção de um homem (humano) plural e multifacetado que está para além da ordem identitaria colonial e do olhar inquisidor metropolitano, que procuram delimitar e fixar os movimentos imprecisos e contraditórios do desejo e da alteridade.   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands ”“ La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: AuntLute, 1987.

BIDASECA, Karina. No hay otro del otro. La construcción de la alteridad y la representación del otro. Entre el Eurocentrismo y Los Estudios Poscoloniales In: Perturbando el texto colonial. Los estudios (pos)coloniales en América Latina. Buenos Aires: Ed. SB, 2010.

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito da História In: O anjo da história. Belo Horizonte: Autentica editora, 2012.

BHABHA, Homi K. O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2003.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. 1995-1997. Mil Platôs. Capitalismo e Esquizofrenia. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.

ELIZABETH, Theiss-Morse. Who counts as an American? The boundaries of National Identity.Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

FANON, Frantz. Pele Negra, Máscaras Brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FOUCAULT, Michel. Introdução: Por uma genealogia do poder. I. Verdade e poder. II. Nietzsche, a genealogia e a história In: Microfísica do Poder. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1977.

GROSFOGUEL, Ramón. La descolonización del conocimiento: diálogo crítico entre la visión descolonial de FrantzFanon y la sociología descolonial de BoaventuraSantos. In: Actas del “"IV Training Seminar del Foro de Jóvenes Investigadores en Dinámicas Interculturales" del Centro de Estudios yDocumentación Internacionales de Barcelona (CIDOB), Barcelona, 2011.

HALL, Stuart. Da Diáspora. Identidades e Mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006.

HENRÃQUEZ-BETANCOR, María. Anzaldúa and “the new mestiza”: A chicana dives into collective identity”. Language Value 4 (2), 38-55. Jaume I University ePress: Castelló, Spain, 2012.

HOBSBAWM, Eric. Ranger, Terence (Orgs.). A Invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1997.

KEATING, AnaLouise. Introduction: Shifting worlds, una entrada In: Entre Mundos-Among Worlds: New perspectives on Gloria E. Anzaldúa. New York: Palgrave Macmillan, 2005.

LUGONES, María. From within Terminative Stasis: Creating Active Subjectivity, Resistant Agency In: Entre Mundos-Among Worlds: New perspectives on Gloria E. Anzaldúa. New York: PalgraveMacmillan, 2005.

NAIPAUL, Vidiadhar Surajprasad. Os Mímicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. RODRIGUES, Rafael Antonio. (2014). A temporalidade da nação. A negação do outro. México, indigenismo e regime revolucionário (1920-1940). Disponível em http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/19667/1/2014_RafaelAntonioRodrigues.pdf.

Downloads

Publicado

2017-10-23

Como Citar

RODRIGUES, Rafael Antonio. Quando as identidades se transformam em calabouços. Decolonialidade, teoria queer e crítica chicana em Gloria Anzaldúa. Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 30, 2017. DOI: 10.26512/emtempos.v0i30.14723. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/14723. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.