A figuração degradante do intelectual na periferia do capitalismo

estudo comparativo de Essa gente, de Chico Buarque, e Disgrace, de J. M. Coetzee

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v32i62.48826

Palavras-chave:

Brasil e África do Sul; romance e sociedade; Chico Buarque e Coetzee; degradação do intelectual; autoritarismo, violência e racismo.

Resumo

O artigo é um estudo comparativo de romances do brasileiro Chico Buarque e do sul-africano Coetzee: Essa gente e Disgrace. Estabelece algumas similitudes relativamente à configuração da forma romanesca nos dois países em tela. Apresenta um tanto de reflexão confluente sobre o papel do intelectual em contexto capitalista periférico, como é o caso do espaço geopolítico-cultural de origem de ambos os escritores. E, finalmente, examina as duas obras em causa, pautando-se pelos dilemas enfrentados pelo letrado-pensador sob uma condição degradante em conjuntura histórica convergente: as incidências neofascistas, a violência recursiva e o racismo renitente ante conformações estéticas e ideológicas que dão a ver sociedades dilaceradas pelo subdesenvolvimento, autoritarismo e neoliberalismo, aspectos determinantes de uma contemporaneidade irreconciliável nos dois lados do Atlântico.

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Publicado

27-08-2023

Como Citar

Bergamo, E. A. (2023). A figuração degradante do intelectual na periferia do capitalismo: estudo comparativo de Essa gente, de Chico Buarque, e Disgrace, de J. M. Coetzee. Revista Cerrados, 32(62), 16–30. https://doi.org/10.26512/cerrados.v32i62.48826

Edição

Seção

Dossiê - Atualidade do realismo: utopia e distopia

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