A poética de Louise de Vilmorin: um desafio tradutório
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n5.2020.31536Palavras-chave:
Louise de Vilmorin. L’Alphabet des aveux. Transcriação. Intraduzibilidade. Estudos da Tradução.Resumo
O presente artigo tem por objetivo discorrer sobre a obra poética de Louise de Vilmorin, escritora francesa do século XX, de reputada fama nos meios literários parisienses e com vasta publicação e incursões em diferentes gêneros literários, tendo escrito romances, novelas, contos, poemas etc., cuja obra permanece ainda hoje inédita no Brasil. Dada a extensão de sua produção poética, que conta com dezenove obras, o foco do artigo foi direcionado ao seu décimo livro, L’Alphabet des aveux, publicado em 1954, pela editora Gallimard, com ilustrações de Jean Hugo. Será questão a reflexão sobre os desafios tradutórios que envolvem a obra L’Alphabet des aveux, caracterizada por um complexo trabalho linguístico, em que identificamos a presença de palíndromos, versos (h)olorimes, caligramas, rébus, entre outros procedimentos reputados intraduzíveis. Para tanto, serão utilizadas obras de cunho biográfico, como Je suis née inconsolable: Louise de Vilmorin (2008), ou ainda Essai sur Louise de Vilmorin (1962), escrito por seu irmão, André de Vilmorin, para apresentar a trajetória profissional e pessoal da escritora. Ademais, no que no tange à análise da obra em questão por um viés tradutório, serão utilizados os textos de Haroldo de Campos sobre a Teoria da Transcriação que constam no livro organizado por Marcelo Tápia, intitulado Transcriação (2013), corrente teórica escolhida para refletir sobre as possibilidades tradutórias de sua obra, uma vez que permite pensar a relação entre original e tradução sob uma perspectiva não prescritiva, na qual o tradutor exerce função análoga ao autor com vistas a uma recriação paramórfica, bem como os textos do crítico e tradutor Henri Meschonnic, Critique du rythme (1982) e Poétique du traduire (1999), de modo a embasar teoricamente a discussão sobre os elementos melopeicos que estruturam os poemas de L’Alphabet des aveux e constituem um verdadeiro desafio tradutório aos que desejam apresentar tal obra a um novo público-leitor.
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