A mobilização da competência interpretativa na atuação de conferências:
uma reflexão a partir do modelo do PACTE
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n1.2019.22636Palavras-chave:
Interpretação de conferência, Competência interpretativa, Interpretação para línguas de sinais, Interpretação em cabineResumo
O presente artigo abordará uma reflexão sobre o modelo de competência tradutória do grupo PACTE (2003), relacionando as subcompetências com a prática de interpretação. Mais especificamente, com a interpretação de conferências na atuação de intérpretes de Libras-Português, atuando em equipe e em cabine. Busca-se problematizar e apresentar uma reflexão sobre a aplicabilidade das subcompetências do referido modelo à atividade de interpretação na mobilização de uma competência interpretativa. No campo dos Estudos da Tradução, há uma diferenciação que define processos de tradução e interpretação. A prática da interpretação está ligada ao ato de o profissional intérprete estar envolvido no diálogo, suas palavras são dirigidas a um destinatário direto e busca-se provocar uma reação em uma velocidade muito maior do que a da tradução. A partir de Camargo (2014), olhamos para o processo de interpretação realizada pela equipe de intérpretes do Congresso Nacional de Pesquisas em Tradução e Interpretação de Libras e Língua Portuguesa, formada por seis membros, que foram observados e entrevistados. Propomos essa reflexão sobre onde e em quais momentos as subcompetências são mobilizadas pela equipe de intérpretes. De modo geral, todas as cinco subcompetências descritas pelo PACTE são ativadas durante a prática de interpretação, porém, há refinamentos e momentos distintos. A partir dos resultados, espera-se contribuir com reflexões a respeito das competências necessárias para a atividade de interpretação.
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