Ressonâncias/vibrações e ondas/radiações

os cantos africano-diaspóricos na obra de Jerzy Grotowski através da cosmopercepção Bantu-Kongo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/vozcen.v2i01.34138

Palavras-chave:

Teatro Negro, Artes afro-diaspóricas, Transculturalismo, Filosofia Africana, Negritude

Resumo

Através das noções de ondas e radiações apresentadas por Bunseki Fu-Kiau e Tiganá Santana Neves Santos a partir da filosofia Bantu-Kongo é proposta a abordagem das noções de ressonância e vibração conforme Jerzy Grotowski observou em sua prática sobre cantos de tradição africano-diaspóricos. Nesse trânsito intercultural e transdisciplinar entre filosofia e artes cênicas este trabalho criativo e pedagógico é observado sobre o ponto de escuta de tecnologias performativas que não podem ser desconectadas dos sentidos epistemológicos que estão implicados nestes cantares, uma vez que são lidos como formas de afirmação dos valores civilizatórios de África na criação do mundo contemporâneo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciano Mendes de Jesus, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo/SP, Brasil

Trabalha na interface teatro/música como ator, diretor, músico, professor e pesquisador. Bacharel em Artes Cênicas (UNICAMP), técnico em Percussão Popular (EMESP), mestre em Música e doutorando em Artes Cênicas (ambos pela USP). Colaborou no Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards (2012-2015). 

Sayonara Sousa Pereira, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo/SP, Brasil

Professora Doutora - Livre Docente pela ECA USP (Professora Associada-2020) . Orientadora de Mestrados e Doutorados. Vice-coordenadora do PPGAC- ECA-USP. Membro Titular no: Conselho de Graduação do Departamento de Artes Cênicas -ECA/USP. Professora Convidada/ Gastwissenschaftler no semestre de inverno 2019/2020 na UNIVERSITÄT HAMBURG - Alemanha.Realizou 2o Pós-Doutorado (2015-2016) no Departamento de Theaterwissenschaft da FREIE UNIVERSITÄT BERLIN-Alemanha com bolsa BPE da FAPESP. Realizou 1o Pós-Doutorado (2007-2009) junto ao Instituto de Artes da UNICAMP, período que atuou como professora-colaboradora, e também realizou estágio pós-doutoral na Alemanha, ambos como bolsista da FAPESP. É Doutora em Artes-Dança pela UNICAMP/2007 (Bolsista FAPESP). Licenciada em Pedagogia da Dança pela HOCHSCHULE FÜR MUSIK-TANZ / KÖLN (2003). A convite da coreógrafa Susanne Linke, foi guest-student na FOLKWANG HOCHSCHULE- Essen (1985), escola dirigida, na ocasião, por Pina Bausch. Na cidade de Essen - Alemanha, fixou sua residência entre 1985 e 2004, onde trabalhou com profissionais de diferentes áreas artísticas . Integrou o Tanztheater Christine Brunel - Essen (1985-1992), além de ter dançado e dirigido suas próprias produções como coreógrafa independente a partir de 1991. Em 2004 recebeu do DAAD-Bonn (Deutscher Akademischer Austauschdienst / German Academic Exchange Service-Bonn) um Stipendium para realizar pesquisa acadêmica no Brasil . É também consultora para projetos em dança, e dança-educação,onde 2007-2012, participou do projeto da SEE/ SP - São Paulo faz Escola, escrevendo para os Cadernos do Professor e do Aluno: ARTE Linguagens, Códigos e suas Tecnologias- as atividades para a disciplina DANÇA - em todas as series do Ensino Fundamental II e Médio. Autora de diversas publicações como: artigos, capítulos e livros na área de dança. Na Universidade de São Paulo dirige e coreografa para o LAPETT - Laboratório de Pesquisas e Estudos em Tanz Theatralidades - ECA-USP (Grupo de Pesquisa com Certificação do CNPq e da ECA-USP) . Sua pesquisa transita entre o processo criativo de obras cênicas com temáticas contemporâneas, estudos sobre as memórias gravadas e inscritas no corpo do interprete, a transmissibilidade de obras cênicas, e a análise de gestuais, em associação com elementos encontrados no Tanztheater.

Referências

BÂ Amadou Hampaté. A tradição viva. In: KI-ZERBO, Joseph. História geral da África, I: metodologia e pré-história da África. Brasília: UNESCO, 2010. p. 167”“212.

BALOGUN, Ola. Forma e expressão nas artes africanas. In: ALPHA, Sow. Introdução à cultura africana. Lisboa: UNESCO/Edições 70, 1977, p. 37 ”“ 94.

CAVARERO, Adriana. Vozes plurais: filosofia da expressão vocal. Trad.: Flavio Terrigno Barbeitas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.

CHION, Michel. La Audiovisión. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 1993.

CORRÊA, Aureanice de Mello. O terreiro de candomblé: uma análise sob a perspectiva da geografia cultural. Textos escolhidos de cultura e arte populares, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, p. 51-62, 2006.

CUTI. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro Edições, 2010.

FERRACINI, Renato. Corpos em criação: Café com Queijo. Multimeios/Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes, Campinas, SP, 2004. Tese (Doutorado em Artes Cênicas). Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/284233>. Acesso em: 15, set., 2020.

FLASZEN, Ludwik. Grotowski e companhia: origens e legado. Trad.: Isa Etel Kopelman. São Paulo: É Realizações, 2015.

FOUCAULT, Michel. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. (entrevista com H. Becker, R. Fomet-Betancaurt, A. Gomez-Müller, em 20 de janeiro de 1984). Concordia: Revista Internacional de Filosofía, Bogotá, Pontificia Universidad Javeriana, n. 6, ps. 99-116, julho-dezembro, 1984.

FU-KIAU, Kimbwandènde kia Bunseki. African cosmology of the bantu-kongo: principles of life and living. Nova Iorque: Athelia Henrietta Press, 2001.

GLENNIE, Evelyn. Entrevista com Evelyn Glennie. Disponível em: https://www.eauriz.com.br/evelyn-glennie/. Acesso em: 11, set., 2020.

GROTOWSKI, Jerzy. Da companhia teatral à arte como veículo. In: RICHARDS, Thomas. Trabalhar com Grotowski sobre as ações físicas. Trad.: Patrícia Furtado de Mendonça. São Paulo: Perspectiva, 2012. p. 129-151.

El Performer. In: Máscara, Ixtapalapa: Ed. Escenologia, A. C., ano 3, n. 11-12, p. 76-79, outubro, 1993.

Hacia um teatro pobre. Cidade do México: Siglo XXI Editores, 1970.

O que restará depois de mim. In: Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards (brochura). Trad.: Luciano Lopreto. São Paulo: SESC-SP, 1996. p. 11-18.

Tú eres hijo de alguien. In: Máscara, Ixtapalapa, Ed. Escenologia, A. C., ano 3, n. 11-12, p. 69-75, outubro, 1993.

JESUS, Luciano Mendes de. Quando até as paredes cantam: o som como experiência na obra de Jerzy Grotowski. Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016. Dissertação (Mestrado em Processos de Criação Musical).

LÉVINAS, Emmanuel. Totalidade e infinito. Trad.: José Pinto Ribeiro. Lisboa: Edições 70, 1980.

LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. Trad.: Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

LIENHARD, Martin. O Mar e o Mato ”“ Histórias da escravidão (Congo-Angola, Brasil, Caribe). Salvador: EDUFBA/CEAO, 1998.

MACHADO FILHO, Aires da Mata. O negro e o garimpo em Minas Gerais. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia, 1985.

MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Trad.: Marta Lança. Lisboa: Antígona, 2017.

MERVANT-ROUX, Marie-Madeleine. O som da escuta. Cambridge: Ed. Lynn Kendrick and David Roesner, 2011.

OLIVEIRA, Eduardo. Epistemologia da ancestralidade. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/eduardo_oliveira_-_epistemologia_da_ancestralidade.pdf. Acesso em: 06, set., 2020.

Filosofia da ancestralidade: diálogo entre a filosofia da libertação e a filosofia africana (entrevista com Eduardo Oliveira). Revista Ideação, n. 41, jan./jun., 2020.

OYÄšWÙMÍ, OyèrónkẹÌ. Visualizando o corpo: teorias ocidentais e sujeitos africanos. In: COETZEE, Peter; ROUX, Abraham. The African Philosophy Reader. Trad.: Wanderson Flor do Nascimento. New York: Routledge, 2002, p. 391-415. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/oy%C3%A8r%C3%B3nk%E1%BA%B9%CC%81_oy%C4%9Bw%C3%B9m%C3%AD_-_visualizando_o_corpo.pdf. Acesso em: 02, set., 2020.

PAVIS, Patrice. Dicionário de teatro. Trad.: Jacó Ginsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 2008.

SANTOS, Tiganá Santana Neves. A cosmologia africana dos Bantu-Kongo por Bunseki Fu-Kiau: tradução negra, reflexões e diálogos a partir do Brasil. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Tese (Doutorado em Estudos da Tradução).

GRIMES, Ronald. The Theatre of Sources. In: SCHECHNER, Richard; WOLFORD, Lisa. The Grotowski Sourcebook. Londres/Nova York: Routledge, 1997.

SODRÉ, Muniz. O terreiro e a cidade: a forma social negro brasileira. Rio de Janeiro: Mauad X, 2019.

SPINOZA, Baruch de. Ética. Trad.: Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

Downloads

Publicado

25-06-2021

Como Citar

Jesus, L. M. de, & Pereira, S. S. (2021). Ressonâncias/vibrações e ondas/radiações: os cantos africano-diaspóricos na obra de Jerzy Grotowski através da cosmopercepção Bantu-Kongo. Voz E Cena, 2(01), 88–117. https://doi.org/10.26512/vozcen.v2i01.34138

Edição

Seção

Artigos - Fluxo Contínuo

Categorias

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.