A categoria gênero nas Ciências Sociais e sua interdisciplinaridade

Autores

  • Berlindes Astrid Küchemann Universidade de Brasília
  • Lourdes M. Bandeira Universidade de Brasília
  • Tânia Mara C. Almeida Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Gênero, Ciências Sociais, Teoria social, Políticas públicas

Resumo

Este artigo traz como eixo central o desenvolvimento histórico da categoria gênero nas ciências sociais a partir das lutas e dos avanços dos movimentos feministas e de diferentes contextos acadêmicos, especialmente no Brasil e na Universidade de Brasília (UnB). Busca identificar as concepções e as práticas correlatas a esse percurso histórico, como a passagem dos estudos sobre mulheres para os interesses investigativos voltados às questões de gênero. Discute os impactos positivos e profundamente transformadores que a inclusão do “gênero” vem acarretando à teoria social e ao campo científico. Por fim, aborda as articulações de “gênero” com demais categorias, como identidade sexual, subjetividade, raça/etnia e classe social, bem como seu caráter transversal intrínseco e sua grande aplicabilidade em políticas públicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Berlindes Astrid Küchemann, Universidade de Brasília

Doutorado em Ciências Sociais na Universidade de Bielefeld/Alemanha e Pós-doutorado na Universidade
de Frankfurt/Alemanha. Professora adjunta do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). Desenvolve pesquisas sobre gênero, trabalho, saúde, meio ambiente e ecologia. Tem artigos publicados em livros e periódicos nacionais e internacionais na área de relações sociais de gênero.

Lourdes M. Bandeira, Universidade de Brasília

Doutora em Antropologia na Université René Descartes, Paris V. Pós-doutorado na École des Hautes Études em Sciences Sociales (EHESS), Paris. Professora titular do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB) e integrante do NEPeM. Pq-1 do CNPq. Desenvolve pesquisas no tema de políticas públicas voltadas às práticas de combate à violência de gênero e conflitos interpessoais. Autora de vários artigos, orientações de dissertações e teses na área das relações sociais de gênero.

Tânia Mara C. Almeida, Universidade de Brasília

Graduada em Ciências Sociais (UFJF), mestre e doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília
(UnB), com pós-doutorado em Psicologia Social (EHESS/França). Professora adjunta do Departamento de Sociologia e coordenadora do NEPeM (UnB). Possui várias publicações, orientações de monografias e dissertações sobre gênero. Atualmente coordena a pesquisa “Trabalhadoras invisibilizadas ”“ trabalho, cidadania, saúde, educação e violência” (CNPq).

Referências

BANDEIRA, Lourdes. Fortalecimento da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres: avançar na transversalidade da perspectiva de gênero nas políticas públicas. Brasília: Cepal/SPM, 2005.

BANDEIRA, Lourdes; MELO, Hildete P. Tempos e memórias: movimento feminista no Brasil. Brasília: SPM, 2010.

BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York and London: Routledge, 1990.

______. Bodies that matter: on the discursive limits of “sex”. New York and London: Routledge, 1993.

_______. The psychic life of power: theories in subjection. Stanford: Stanford University Press, 1997.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp, 1991.

GROSSI, Miriam P. Gênero, sexo e reprodução. In: MARTINS, Carlos B. (Coord.). Horizonte das ciências sociais no Brasil: antropologia. São Paulo: Anpocs, 2010.

HALL, Stuart. Representation: cultural representations and signifying practices. London: Sage, 1997.

HARDING, Sandra. Ciencia y feminismo. Madrid: Editions Morata, 1996.

HEILBORN, Maria Luiza; SORJ, Bila. Estudos de Gênero no Brasil. In: MICELI, Sergio (Org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995). São Paulo: Editora Sumaré; Brasília: Anpocs, 1999.

HURTIG, Marie-Claude; PICHEVIN, Marie-France. La différence des sexes: questions de psychologie. Paris: Tierce Science, 1986.

KERGOAT, Danièle. A propos des rappors sociaux de sexe. Revue M. Le Féminisme a Llieure des Choix, Paris, p. 53-54, 1992.

LAURETIS, Teresa. Technologies of gender: essays on theory, film, and fiction. (theories of representation and difference). Bloomington: Indiana University Press, 1987.

Louis, Marie-Victoire. Diga-me: o que significa gênero? Sociedade e Estado, Brasília, v. 21, n. 3, p. 711-724, set.-dez. 2006.

MACHADO, Lia Zanotta. Perspectivas em confronto: relações de gênero ou patriarcado contemporâneo. Série Antropologia, Brasília, v. 284, p. 1-19, 2000.

______. Violência e violências: Brasil e Brasília. O que fazer? Informativo do Centro Cultural de Brasília, Brasília, v. 3, p. 5-9, 2003.

MATHIEU, Nicole-Claude. L’anatomie politique: catégorisations et idéologies du sexe. Paris: Ed. Côté-femmes, 1991.

ORTNER, Sherry. Está a mulher à natureza assim como o homem para a cultura? In: ROSALDO, Michelle; LAMPHERE, Louise. A mulher, a cultura, a sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

PERROT, Michelle. As mulheres ou os silêncios da história. São Paulo: Edusp, 2005.

RUBIN, Gayle. The traffic in women: notes on the “political economy” of sex. In: REITER, Rayna (Ed.). Toward an anthropology of women. New York: Monthly Review Press, 1975.

SCOTT, Joan Scott. Gender: a useful category of historical analyses. Gender and the politics of history. New York: Columbia University Press, 1989.

SEGATO, Rita Laura; KÜCHEMANN, Berlindes Astrid. Análise de gênero e elaboração de uma proposta para a estratégia de gênero do Programa da Cooperação Técnica Alemã para a Proteção e Gestão Sustentável das Florestas Tropicais. Brasília: GIZ, 2010. Mimeografado.

SORJ, Bila. Trabalho, gênero e família: quais políticas sociais? In: GODINHO, Tatau; SILVEIRA, Maria Lúcia da (Org.). Políticas públicas e igualdade de gênero. Cadernos da Coordenadoria Especial da Mulher, n. 8. São

Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2004. p. 143-148.

SPIVAK, Gayatri. Selected Subaltern Studies. Oxford: Oxford University Press, 1988. Edited with Ranajit Guha.

______. The post-colonial critic. Harvard: Harvard University Press, 1990.

STIEGLER, Barbara. Gênero, poder y política. Bonn/Alemanha: FriedrichEbert-Stiftung, 2003.

SUÁREZ, Mireya. Gênero: uma palavra para deconstruir ideias e um conceito empírico e analítico. In: SILVA, Kelly (Org.). Gênero no mundo do trabalho. Trabalho apresentado no I Encontro de Intercâmbio de Experiências do

Fundo de Gênero no Brasil. Brasília: Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional ”“ Fundo para Equidade de Gênero, 2000.

Downloads

Publicado

2015-04-14

Como Citar

Küchemann, B. A., Bandeira, L. M., & Almeida, T. M. C. (2015). A categoria gênero nas Ciências Sociais e sua interdisciplinaridade. Revista Do CEAM, 3(1), 63–81. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistadoceam/article/view/10046

Edição

Seção

Pesquisa original

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.