Transição para agricultura de base ecológica: um processo social
DOI:
https://doi.org/10.33240/rba.v5i2.49101Palavras-chave:
cafeicultura orgânica,, agroecologia, atores sociais, desenvolvimento rural, metodologias participativas, transição orgânica, sociologia ruralResumo
O presente artigo tem como objetivo analisar o projeto de transição para uma cafeicultura de base ecológica que foi realizado em duas comunidades rurais no norte do estado do Paraná, em 2003. A partir da pesquisa de campo e das consultas bibliográficas sobre a Agroeocologia e a perspectiva teórica orientada pelo ator (POA) constatou-se que o método de transição, ao se utilizar de um modelo preestabelecido de atividades de transição, impossibilitou a participação do ator social e não contribuiu com o processo de empoderamento desses agricultores acerca da nova cafeicultura que se estabelecia. É destacado que, para o processo de transição ter se dado por completo não apenas o método foi determinante, mas, sobretudo, as conseqüências geradas por ele ainda no decorrer da transição, como, por exemplo, o negligenciamento com as regras e normas sociais da comunidade; a inserção na lógica dos selos de certificação; e, a única perspectiva de comercialização com a rede de comércio justo e solidário com a França. Conclui-se que caso se pretenda utilizar métodos de transição já utilizados em outros projetos de desenvolvimento rural voltado para a agricultura de base ecológica, necessariamente esse método deve ser reelaborado e ressignificado com o novo grupo de atores para inclusão das suas especificidades e suas questões mais relevantes. O método de transição deve buscar ainda a transição agroecológica do agroecossistema, sem tempo determinado para começar e terminar, e visando o funcionamento harmônico de homem e natureza na arte de fazer agricultura.Downloads
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