Arquitetura entre plano, truque e finta
estratégias de hackeamento espacial a partir da obra “Inserções em circuitos ideológicos” de Cildo Meireles
DOI :
https://doi.org/10.18830/issn.1679-0944.n33.2022.09Mots-clés :
Projeto de arquitetura, Hacker, Estratégia políticaRésumé
Nesse artigo, argumentamos que uma conciliação racional pelo ‘plano’ é apenas um modo de atuação arquitetônica, isto é, há ao menos outros dois modos que podem ser considerados ao projetar: tanto o ‘truque’ dissimulado que dissocia declaração de operação; quanto a ‘finta’ que abertamente declara sua oposição, mas que ginga marginalmente como forma de desvia-la e vence-la. Além disso, defendemos que embora sejamos treinados majoritariamente para projetar por planos, os contextos e desafios urbanos contemporâneos têm nos exigido saber atuar por truques e fintas – especialmente nas condições políticas do Sul Global. Esse artigo pretende, portanto, auxiliar na construção teórica dessas duas outras maneiras de projetar. Para isso, revisa a proposta teórica de Keller Easterling sobre ‘hackeamento espacial’ e propõe que a obra de Cildo Meireles “Inserções em circuitos ideológicos” pode ser considerada como importante referência político/estética para o truque e a finta arquitetônicos, pois oferece lições para uma construção teórica sobre a diferença entre ambas.
Téléchargements
Références
ANJOS, M. DOS. Babel. In: MATOS, D.; WISNIK, G. (Eds.). . Cildo: estudos, espaços, tempo. São Paulo: Ubu, 2017. p. 185–191.
BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In: Magia e Técnica, Arte e Política: Ensaios sobre literatura e história da cultura - Obras escolhidas volume 1. Traducao Sergio Paulo Rouanet. 3. ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987. p. 165–198.
BOURDIEU, P. Esquisse d’une théorie de la pratique - Précédée de trois études d’ethnologie kabyle. Genève: Librairie Droz, 1972.
BRETT, G. Cinco abordagens. In: MATOS, D.; WISNIK, G. (Eds.). . Cildo: estudos, espaços, tempo. São Paulo: Ubu, 2017. p. 176–180.
BRITO, R. Frequência imodulada. In: MATOS, D.; WISNIK, G. (Eds.). . Cildo: estudos, espaços, tempo. São Paulo: Ubu, 2017. p. 162–164.
BUCK-MORSS, S. The Dialectics of Seeing: Walter Benjamin and the Arcades Project. Cambridge and London: The MIT Press, 1991.
BÜRGER, P. Theory of the avant-garde. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1984.
DUCHAMP, M. Ready-made. In: BRETON, A.; ÉLUARD, P. (Eds.). . Dictionnaire abrégé du surréalisme. Paris: Galerie des Beaux-Arts, 1938.
DUCHAMP, M.; STIEGLITZ, A. Fountain. The blind man, v. 2, p. 4–6, 1917.
EASTERLING, K. We will be making active form. Architectural Design, v. 82, n. 5, p. 58–63, 2012.
EASTERLING, K. Extrastatecraft: The power of infrastructure space. London: Verso, 2014.
EASTERLING, K. Split screen. In: RUBY, I.; RUBY, A. (Eds.). . Infrastructure space. Berlin: Holcim Foundation (Ruby Press), 2017. p. 264–272.
EASTERLING, K. Replicating. In: ALTBERG, A.; MENEGUETTI, M.; KOZLOWSKI, G. (Eds.). . 8 Reações para o depois / 8 reactions for afterwards. Rio de Janeiro: Rio Books, 2019. p. 230–263.
EASTERLING, K. Medium Design: Knowing How to Work on the WorldLondon, New YorkVerso, , 2021.
FOUCAULT, M. Surveiller et punir: naissance de la prison. Paris: Gallimard, 1975.
GIBSON, J. J. The ecological approach to visual perception. New York and London: Psychology Press, Taylor & Francis Group, 2015.
JACOBY, S. What’s your type? In: LEE, C. C. M.; JACOBY, S. (Eds.). . Typological Formations: renewable types and the city. London: AA Publications, 2007. p. 148–157.
JACOBY, S. Typal and typological reasoning: A diagrammatic practice of architecture. Journal of Architecture, v. 20, n. 6, p. 938–961, 2015.
KAIJIMA, M.; KURODA, J.; TSUKAMOTO, Y. Made in Tokyo. Tokyo: Kajima Institute Publishing, 2006.
KOOLHAAS, R. Delirious New York: A Retroactive Manifesto for Manhattan. New York: The Monacelli Press, 1994.
LASSANCE, G. et al. Cidade pós–compacta: estratégias de projeto a partir de Brasília. Rio de Janeiro: Rio Books, 2021.
LASSANCE, G.; VARELLA, P.; CAPILLÉ, C. Rio Metropolitano: guia para uma arquitetura / Metropolitan Rio: guide for an architecture. Rio de Janeiro: Rio Books, 2012.
MEIRELES, C. Inserções em circuitos ideológicos. In: FERREIRA, G.; COTRIM, C. (Eds.). . Escritos de Artistas, Anos 60/70. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. p. 264–265.
MORAIS, F. A arte como trabalho sedutor da contrainformação industrial, cultural e ideológica. In: MATOS, D.; WISNIK, G. (Eds.). . Cildo: estudos, espaços, tempo. São Paulo: Ubu, 2017. p. 168–177.
MORAIS, F.; MEIRELES, C. Linguagem material. In: SCOVINO, F. (Ed.). . Cildo Meireles. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2009. p. 214–233.
NORTON, L. Buddha of the Bathroom. The blind man, n. 2, p. 5–6, 1917.
OBRIST, H. U.; MEIRELES, C. Cildo Meireles. In: Entrevistas Brasileiras vol. 1. Rio de Janeiro: Cobogó, 2018. p. 409–436.
OYARZUN, L. J. Common Spatialities: The Production of the Multitude. Footprint, p. 51–68, 2015.
ROLNIK, S. Desvio para o inominável. In: MATOS, D.; WISNIK, G. (Eds.). . Cildo: estudos, espaços, tempo. São Paulo: Ubu, 2017. p. 197–201.
SEITZ, W. The art of assemblage. New York: The Museum of Modern Art: Distributed by Doubleday, 1961.
TAFURI, M. Operative Criticism. In: Teories and History of Architecture. New York: Harper & Row, 1980. p. 141–170.
TSUKAMOTO, Y. Pet Architecture Guide Book. Tokyo: World Photo Press, 2002.
VENTURI, R.; SCOTT BROWN, D.; IZENOUR, S. Learning from Las Vegas. Revised ed ed. Cambridge and London: The MIT Press, 1977.
WAISMAN, M. O Interior da história: Historiografia arquitetônica para uso de latino-americanos. Traducao Anita Di Marco. São Paulo: Perspectiva, 2013.
WALKER, E. et al. The Ordinary: Recordings. New York: Columbia University Press, 2018.
WISNIK, G. T. Dentro do labirinto: Hélio Oiticica e o desafio do “público” no Brasil. ARS (São Paulo), v. 15, n. 30, p. 95–110, 2017.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Paranoá 2022
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).