O masculino e a masculinidade na arquitetura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e54505

Palavras-chave:

Arquitetura, Corpo (artes), Historiografia, Masculinidade, Arte contemporânea

Resumo

Da Antiguidade à Modernidade, os tratados da disciplina que versam sobre os preceitos da boa arquitetura ocidental, elegeram o corpo do homem como o parâmetro de proporcionalidade adequada para a ideação dos edifícios. Estes escritos também comumente associam o masculino como referência de austeridade, rigor, racionalidade e objetividade. Todavia, o corpo e o masculino tomados como canônico pela disciplina se referem apenas à determinadas estruturas, medidas, proporções e atributos. Excluem, portanto, as demais expressões de corporeidade e de masculinidade. Neste sentido, o artigo discute o papel da arquitetura na construção cultural e social do ideal de corpo masculino e de masculinidade por meio da retomada dos principais manuais da arquitetura que estabelecem relações construtivas e simbólicas entre corpo e arquitetura. Sem almejar propor um novo paradigma de corpo, observa-se como algumas experiências na arte contemporânea denunciam a repetição dos símbolos de virilidade e tensionam as estruturas canônicas das masculinidades reforçadas pela história da arquitetura.

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Biografia do Autor

Carolina Rodrigues Boaventura, Universidade de São Paulo; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

É doutoranda em Teoria e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo, mestra e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). É também bacharel em filosofia pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP). É membro do Grupo de Estudo em Estética Contemporânea da USP. Foi professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), onde colaborou com cursos de teoria da arquitetura, história da arte e projeto. Desenvolveu e coordena o curso de especialização em arquitetura e design de interiores na PUC-Goiás. Pesquisa e estuda na interseção entre a filosofia e a teoria na arte e na arquitetura em temas sobre modernidade e a pós-modernidade.

Deusa Maria Rodrigues Boaventura, Pontifícia Universidade Católica de Goiás; Curso de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em História

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Católica de Goiás (1986), Especialista em Educação do Ensino Superior pela PUC-GO, especialização em História Cultural pela Universidade Federal de Goiás; mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola de Engenharia de São Carlos da USP (2001) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é professora adjunta da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, atuando principalmente na área de história das cidades coloniais e modernas. Atua também no Programa de Mestrado em História da PUC-GO.

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Publicado

27-10-2025

Como Citar

Boaventura, C. R., & Boaventura, D. M. R. (2025). O masculino e a masculinidade na arquitetura. Paranoá, 18, e54505. https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e54505

Edição

Seção

Teoria, História e Crítica

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