Segregação socioespacial e distanciamento físico e social

um ensaio sobre o município de Viçosa (MG) para o pós-pandemia da covid-19

Autores

  • Ronaldo Mansur Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0009-0003-1450-623X
  • Thamiris Calegari Rodrigues Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0003-0474-1116
  • Lucas Berdague Corrêa Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0002-5811-8461
  • Teresa Cristina de Almeida Faria Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0002-8716-1178
  • Rosana Aparecida Pimenta Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo https://orcid.org/0000-0002-1367-5280

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57716

Palavras-chave:

Dicotomia urbana, Distância social, Resiliência, Segregação socioespacial

Resumo

A pandemia da covid-19 potencializou diversos problemas urbanos, como a segregação socioespacial e as formas de distribuição populacional, considerando que populações mais vulneráveis economicamente sofreram seus efeitos de forma mais severa. O objetivo deste ensaio é promover reflexões para o pós-pandemia, exemplificando o caso do município de Viçosa (MG) como um fenômeno de segregação socioespacial. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica de natureza narrativa, com o intuito de discutir a segregação socioespacial dentro da experiência supracitada, a partir de conceitos como distanciamento físico e social, a distância social, o fenômeno da segregação socioespacial e a manifestação de uma dicotomia urbana. O texto evidencia a adaptação das cidades à emergência pandêmica como um fator que precisou compreender as especificidades da composição socioespacial local. As desigualdades provocadas pela segregação socioespacial em Viçosa (MG) surgem da precariedade da infraestrutura e dependência do transporte público, considerando que as populações periféricas e de baixa renda foram mais afetadas pelas medidas de distanciamento físico. A concentração dos serviços públicos no centro urbano intensificou e revelou uma dicotomia urbana marcada por distâncias físicas e simbólicas.

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Biografia do Autor

Ronaldo Mansur, Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Artista, Bailarino (SATED/MG), Pesquisador, Produtor Cultural. Bacharel e Licenciado em Dança pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Minas Gerais - Brasil. Mestrando em Arquitetura e Urbanismo com a pesquisa em andamento intitulada “Corpo pós-pandemia: transcrições sobre (re)significações da relação corpo-espaço e a casa". Membro do Grupo de Pesquisa - Artes da Cena Contemporânea (CNPq) e Intérprete-criador, Preparador Corporal, Ensaiador e equipe de produção no Núcleo de Estudos e Práticas Artístico-Corporais (NEPARC) desde 2015. Pesquisador no Laboratório de Tecnologias em Conforto Ambiental e Eficiência Energética (Latecae) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV.

Thamiris Calegari Rodrigues, Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Mestra em Arquitetura e Urbanismo pela mesma instituição (2024) e Mestra em Artes Cênicas pela Universidade Federal de São João Del Rei (2022), possui especialização em Artes Visuais pela FAVENI (2024). Graduada em Pedagogia pela Universidade Cidade de São Paulo (2020) e em Dança - Licenciatura e Bacharel pela UFV (2018/2019).  Integra  o grupo de pesquisa ARQmnese – Percepção e Memória do Espaço Construído e o projeto Arte na Velocidade da Luz

Lucas Berdague Corrêa, Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Formado em Direito (2018), mestre e doutor em Arquitetura e Urbanismo (2021 e 2025, respectivamente) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Pesquisador externo no Projeto Redes, financiado pela FAPEMIG, na Cátedra UNESCO em Economia Criativa e Políticas Públicas (CEPP/UFV) e bolsista de pós-doutorado (FAPEMIG / UFV). Eleito representante das áreas de planejamento urbano e mobilidade urbana no Comitê de Representação do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Membro do grupo de pesquisa ARQmnese - Percepção e Memória do Espaço Construído.

Teresa Cristina de Almeida Faria, Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (1983); mestrado (1997) e doutorado (2004) em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - IPPUR/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pós-doutorado em arquitetura e urbanismo pela Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense - UFF. Atualmente é professora Associada do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Viçosa/MG, atuando na graduação e na pós-graduação. Desenvolve pesquisa e extensão na área de Planejamento Urbano e Regional, com foco nos seguintes temas: Política Urbana, estruturação intraurbana, mobilidade residencial e produção do espaço urbano

Rosana Aparecida Pimenta, Universidade Federal de Viçosa; Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Rosana Pimenta é atriz, diretora teatral, doutora em Arte e Educação (2016), mestre em Artes (2008) e licenciada em Artes Cênicas pela Unesp. Desde 2012, é professora na Universidade Federal de Viçosa (UFV), onde coordena o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo e lidera o grupo de pesquisa ARQmnese – Percepção e Memória do Espaço Construído. Atua em ensino, pesquisa e extensão com ênfase em cenotécnica, iluminação, arte e espaço construído. Coordena o projeto Arte na Velocidade da Luz, integrando artes, educação e arquitetura.

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Publicado

16-09-2025

Como Citar

Mansur, R., Rodrigues, T. C., Corrêa, L. B., Faria, T. C. de A., & Pimenta, R. A. (2025). Segregação socioespacial e distanciamento físico e social: um ensaio sobre o município de Viçosa (MG) para o pós-pandemia da covid-19. Paranoá, 18, e57716. https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57716

Edição

Seção

Projeto e Planejamento

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