Funcionalismo e consciência

situação do design industrial

Autores

  • Françoise Choay Institut Français d'Urbanisme, Paris VIII
  • Julia Santos Gollino Universidade de Brasília; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442023v16e48127

Palavras-chave:

Arquitetura, Arte, Estética, Design Industrial

Resumo

O artigo intitulado “Funcionalismo e consciência: situação do design industrial” [Fonctionnalisme et conscience: situation de l’industrial design], foi escrito pela filósofa e historiadora francesa Françoise Choay (1925-) e publicado no ano de 1964, na revista francesa de filosofia Revue d'Esthétique, cujo caráter científico e técnico fomentava publicações em todo o mundo, aludindo à necessidade do debate em diferentes frentes. De teor crítico e ainda inédito em português, este artigo integra um conjunto de contribuições feitas pela autora no referido periódico, revelando-se pertinente como texto-fonte para a presente tradução à medida que reconstrói o itinerário intelectual da autora. Neste artigo, Choay expõe as implicações advindas do design industrial, analisando criticamente as reverberações do processo de industrialização moderno no campo da arte e da arquitetura. Contudo, para além do propósito de construir um itinerário da estética industrial, a autora se volta para aspectos de ordem existencial e discursiva, revelando a intenção de reclamar um sentido para as noções de pré-fabricação. Dessa maneira, a partir de colocações acerca da padronização, correlatas ao design industrial e nomeadamente encontradas no texto, como “standard”, a autora problematiza os resultados de implementações de moldes, referindo-se ao risco de atuarem como fatores de homogeneização cultural. Posicionamentos semelhantes aparecem em dois outros artigos, publicados na revista francesa em questão, “L’industrialisation et le bâtiment” (CHOAY, 1962) e “L’exposition du Bauhaus” (CHOAY, 1969), os quais se localizam na trajetória de Choay enquanto desdobramento de sua crítica à tensão estabelecida entre a busca por princípios universalizantes e o reconhecimento das especificidades culturais e ambientais. Ambos os textos demonstram o estudo das expressões humanas — arte, arquitetura e cidade — a partir do binômio semiologia-antropologia, contribuindo com o esclarecimento do contexto no qual e para o qual o presente artigo foi produzido, e consequentemente, constituindo um corpus de referência para esse projeto de tradução.

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Biografia do Autor

Françoise Choay, Institut Français d'Urbanisme, Paris VIII

Historiadora francesa, nascida em 1925, dedica-se à historiografia das formas urbanas e arquitetônicas, destacando-se como professora do Institut Français d'Urbanisme, Paris VIII, professora titular da Universidade de Cornell, e membro do Alto Comissariado para Monumentos Históricos. Cursou filosofia e atuou como crítica de arte, colaborando, durante a década de 1950, nas revistas L'Observateur, L'Œil e Art de France, e dirigindo a seção parisiense da Art International, na década seguinte. Desde a década de 1970 até hoje, publicou livros e artigos que suscitaram debates inovadores, nos quais confronta textos inaugurais acerca do pensamento urbanístico e arquitetônico, expondo sua capacidade de reflexão sobre temas variados. Também dirigiu a coleção “Espacements” para Éditions du Seuil, recebeu o prêmio de livro de arquitetura, em 2007, por sua obra “Pour une Anthropologie de l'Espace” (2006) e foi agraciada, no ano de 2017, com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa, sob proposta da Faculdade de Arquitetura e do Instituto Superior Técnico, que reconhece sua determinante contribuição para a teoria e a crítica da arquitetura e do urbanismo. Entre suas publicações recentes, codirigiu, com Pierre Merlin, o “Dictionnaire de l'Urbanisme et de l'Aménagement” (1988).

Julia Santos Gollino, Universidade de Brasília; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Graduada em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Uberlândia, é mestre em Teoria e Crítica da Arquitetura pela Universidade de Brasília, com especialização pela Escola da Cidade, e desde 2020, é membro do Grupo de Pesquisa “Pragmatismo e Estética”, vinculado à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Além disso, após atuar como professora do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Ribeirão Preto, é professora de Design de Interiores no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Durante a graduação esteve associada ao Núcleo de Pesquisa em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo e ao Núcleo de Pesquisa em Linguagem, dedicando-se a investigar as interlocuções entre arte e arquitetura tanto em revistas especializadas quanto no âmbito da museografia, com particular interesse no campo da estética artística e arquitetônica e seus desdobramentos.

Referências

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PEIXOTO, Priscilla Alves. A escrita da história como um processo: as práticas historiográficas de Françoise Choay. Oculum Ensaios, Campinas, v. 14, n. 1, p. 99-110, 2017. Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/oculum/article/view/3221. Acesso em: 10 abril 2022.

_________. Uma história do urbanismo em construção: as práticas historiográficas de Françoise Choay (1956-1971). Rio de Janeiro: Tese de Doutorado em Urbanismo, PROURB-FAU-UFRJ, 2018. Disponível em: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6904191. Acesso em: 21 março 2022.

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Publicado

12-07-2024

Como Citar

Choay, F., & Gollino, J. S. (2024). Funcionalismo e consciência: situação do design industrial. Paranoá, 16(35), e48127. https://doi.org/10.18830/1679-09442023v16e48127

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