Controvérsias sócio-científicas e relações de poder: desafios de sua inserção segundo futuros professores de ciências
DOI:
https://doi.org/10.26512/lc.v25.2019.21585Palavras-chave:
Controvérsias sócio-científicas, Relações de poder, Formação de Professores, Pierre Bourdieu, Paulo FreireResumo
A pesquisa em educação em ciências expôs a dificuldade na implementação de controvérsias sócio-científicas em sala de aula, particularmente em relação à infraestrutura e à formação de professores para lidar com atividades que vão além dos conceitos científicos. Vários fatores desestimulam os professores atuais e futuros a trabalharem na educação básica (fundamental e secundária) quando enfrentam o desafio de incluir tópicos não consensuais em suas aulas de ciências. Tendo em conta a situação política brasileira, esta pesquisa ilustra como os futuros professores compreendem suas ações e desafios, ao implementar controvérsias sócio-científicas. No contexto, apresentamos uma fração do trabalho desenvolvido no projeto “We Act”, no qual pretendíamos pesquisar as percepções das relações de poder através das interpretações de Pierre Bourdieu e Paulo Freire. As concepções dos participantes sobre as relações de poder nas escolas, e como práticas políticas, surgem como particularmente relevantes para o que chamamos de “vigilância da profissão docente”. Consequentemente, deve-se reconhecer que o contexto escolar é construído por influências sociais maiores do que a escola e a comunidade a que pertence.
Downloads
Referências
Bencze, L., & Carter, L. (2011). Globalizing students acting for the common good. Journal of Research in Science Teaching, 48(6), 648-669.
Barbier, R. (2002). A pesquisa-ação. Brasília: Plano.
Bardin, L. (2009). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bourdieu, P. (1980). O senso prático. Rio de Janeiro: Vozes.
Bourdieu, P. (1996). Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar.
Bourdieu, P., & Passeron, J.-C. (1964). Os herdeiros: os estudantes e a cultura. Florianopólis: UFSC.
Burawoy, M. (2010). O marxismo encontra Bourdieu. Campinas: Unicamp.
Carvalho, L. M., & Carvalho, W. L. (2012). Formação de professores e questões sócio-científicas no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras.
Catani, A. M. (2013). Origem e destino: pensando a sociologia reflexiva de Bourdieu. Campinas: Mercados das Letras.
Engström, S., & Carlhed, C. (2014). Different habitus - different strategies in teaching physics? Cultural Studies of Science Education, online, pp. 1-30.
Franco, M. A. (2012). Pesquisa-ação e prática docente: articulações possíveis. In: S. C. Pimenta, & M. A. Franco (Eds.). Pesquisa em educação: possibilidades investigativas/ formativas da pesquisa-ação (Vol. I, pp. 103-138). São Paulo: Loyola.
Franco, M. A., & Lisita, V. M. (2012). Pesquisa-ação: limites e possibilidades na formação docente. In: S. G. Pimenta, & M. A. Franco (Eds.) Pesquisa em educação: possibilidade investigativas/formativas da pesquisa-ação (Vol. II, pp. 41-70). São Paulo: Loyola.
Freire, P. (2005). Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra.
Freire, P. (2013a). Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra
Freire, P. (2013b). Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra.
Freire, P. (1975ab). Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Linhares, E., & Reis, P. (2014). La promotion de l’activisme chez les futurs enseignants partant de la discussion de questions socialement vives. Revue Francophone du développement durable, 4, 80-93.
Pozo, J. I., & Crespo, M. A. G. (2009). Por que os alunos não aprendem a ciência que lhes é ensinada? In: J.I. Pozo; & Crespo, M.A.G. (Ed.) A aprendizagem e o ensino de ciências (Vol. 1, Cap. 1, pp. 14-28). Porto Alegre: Artmed.
Tilly, C. (2006). O acesso desigual ao conhecimento científico. Tempo social, 18(2), 47-63.
Levinson, R. (2006). Towards a Theoretical Framework for Teaching Controversial Socio-scientific Issues. International Journal of Science Education, 28(10), 12011224.
Reis, P. (2014a). Acción Socio-Politica sobre Cuestiones Socio-Científicas: Reconstruyendo La Formácion Docente y el Currículo. Uni/Pluriversidade, 14(2), 16-26.
Reis, P. (2014b). Promoting Student’s Collective Socio-scientific Activism: Teachers’ Perspectives. In: L. Bencze, & S. Alsop (Ed.) Activism Science and Technology Education (Vol. 1, Cap. 3, pp. 547-574). New York: Cultural Studies of Science Educacion.
Tripp, D. (2005). Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, 31(3), pp. 443-466.
Vittoria, P. (2011). Narrando Paulo Freire: por uma pedagogia do diálogo. Rio de Janeiro: UFRJ.
Wacquant, L. (2005). O mistério do ministério: Pierre Bourdieu e a política democrática. Rio de Janeiro: Revan.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Revista Linhas Críticas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.