“Entre nós, o branco quer logo ser nobre”
significados da branquitude no Brasil escravista
DOI:
https://doi.org/10.26512/rhh.v11i21.51739Parole chiave:
branquitude, Identidade branca, escravidão, raça, racismoAbstract
Seguindo os caminhos abertos pelos estudos críticos da branquitude e estabelecendo diálogo com a bibliografia sobre escravidão, o tema central deste artigo é a cor branca. O objetivo principal é decifrar os significados de ser branco no Brasil escravista, durante o período compreendido entre o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX. Considerando que os critérios de classificação social vigentes naquele momento foram herdados do Antigo Regime português e modificados no cotidiano das relações sociais locais, busca-se identificar algumas conexões entre os significados da brancura elaborados na Europa e nas colônias portuguesas em diferentes partes do globo para, em segundo momento, investigar mais demoradamente o contexto brasileiro. As reflexões se baseiam em fontes variadas, tais como dicionários, cartas régias, registros de viajantes, jornais e estatutos de pureza de sangue.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ABREU, Martha; MATTOS, Hebe. Em torno das Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana: uma conversa com historiadores. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), vol. 21, n. 41, 2008. pp. 05-20.
BETHENCOURT, Francisco. Racismos. Das cruzadas ao século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
BOXER, Charles. “Pureza de sangue” e “raças infectas”. In: O império colonial português (1415-1825). Edições 70: Lisboa, São Paulo, 1970. pp. 242-262.
GOMIDE, Ana Paula. Novos encantos, antigos conceitos: hierarquização e (des)qualificação social na Índia portuguesa (séculos XVI-XVII). Temporalidades – Revista de História, Edição 21, Vol. 8, nº 2, maio/agosto de 2016, pp. 24-41.
HODGKIN, Thomas. Italy and her invaders. The visigothic invasion. (Vol. 1, Part II). London, Oxford University Press Warehouse, 1892.
JOUANNA, Arlette. O imaginário do sangue e de sua pureza na antiga França. Tempo, vol. 16, nº 30, 2001, pp. 21-40.
LARA, Silvia Hunold. Fragmentos setecentistas. Escravidão, cultura e poder na América Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
LARA, Silvia Hunold. Pretos, pardos e mulatos: cor e condição social no Brasil da segunda metade do século XVIII. In: SAMPAIO, Gabriela dos Reis. (Org.). Marcadores da diferença: raça e racismo na história do Brasil. Salvador: EDUFBA, 2019. pp. 14-40.
MARQUES, Letícia Rosa. José Marianno de Mattos: conquistas e desafios de um mulato carioca na Revolução Farroupilha (1835-1845). Dissertação de Mestrado em História. PUCRS, Porto Alegre, 2013.
MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista. Brasil, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.
OLIVAL, Fernanda. Rigor e interesses: os estatutos de limpeza de sangue em Portugal. Cadernos de Estudos Sefarditas, nº 4, 2004, pp. 151-182.
PAINTER, Nell Irving. The history of white people. New York: W. W. Norton & Company, 2010.
PERES, Fernando. Negros e mulatos em Gregório de Matos. Afro-Ásia, Salvador, nº 4-5, 1967. pp. 59-75.
RAMINELLI, Ronald. Impedimentos da cor mulatos no Brasil e em Portugal (1640-1750). Varia História, Belo Horizonte, vol.28, nº 48, jul/dez 2012. pp. 699-723.
REGO, João Manuel Vaz Monteiro de Figueiroa. A honra alheia por um fio. Os estatutos de limpeza de sangue no espaço de expressão ibérica (séculos XVI-XVIII). Tese de Doutorado em História. Universidade do Minho. Junho de 2009.
SICROFF, Albert. Los orígenes del problema judeocristiano en España en el siglo XV. In: Los estatutos de limpieza de sangre. Controversias entre los siglos XV e XVII. Madrid: Taurus Ediciones, 1985. pp. 43-86.
SILVA FILHO, Paulo. Desvalorização e desprezo ao trabalho manual e mecânico na sociedade escravista colonial. Anais do V Encontro Estadual de História da ANPUH/PE, Recife, Outubro de 2004, pp. 01-14.
SOUZA, Grayce. Uma trajetória racista: o ideal de pureza de sangue na sociedade ibérica e na América portuguesa. Politéia: História e Sociedade, Vitória da Conquista, Vol. 8, nº 1, 2008, pp. 83-103.
TÜRKÇELIK, Evrim. Muslim and jewish “otherness” in the spanish nation-building process throughout the reconquista (1212-1614). Thesis submitted to the graduate school of social sciences of Middle East Technical University. Department Of European Studies, Ankara, August, 2003.
WARE, Vron. (Org.), Branquidade: identidade branca e multiculturalismo, Rio de Janeiro: Garamond, 2004;
KOLCHIN, Peter. “Whiteness studies: the new history of race in America”, Journal of American History, v. 89, n. 1 (2002), pp. 154-173.
ROEDIGER, David. Working toward whiteness: how America's immigrants became white. The strange journey from Ellis Island to the suburbs, New York: Basic Books, 2005.
ROEDIGER, David. The wages of whiteness: race and making of the American working class, New York: Verso, 2007.
FRANKENBERG, Ruth. White women, race matters. The social construction of whiteness. Minnesota: University of Minnesota Press, 2005.
BENTO, Maria; CARONE, Iray Carone. (Orgs.). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil, Petrópolis: Vozes, 2002;
CARDOSO, Lourenço. “O branco ‘invisível’: um estudo sobre a emergência da branquitude nas pesquisas sobre as relações raciais no Brasil (1957-2007)”. Dissertação (Mestrado em Sociologia), Universidade de Coimbra, Coimbra, 2008;
CARDOSO, Lourenço. “O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil”. Tese (Doutorado em Sociologia), Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2014;
SOVIK, Liv. Aqui ninguém é branco, Rio de Janeiro: Aeroplano, 2009.
MISKOLCI, Richard Miskolci. O desejo da nação: masculinidade e branquitude no Brasil de fins do XIX, São Paulo: Annablume, 2012.
SCHUCMAN, Lia. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo: branquitude, hierarquia e poder na cidade de São Paulo. São Paulo: Annablume, 2014.
SILVA, Priscila Elisabete. “O conceito de branquitude: reflexões para o campo de estudos”. In: MÜLLER, Tânia;; CARDOSO, Lourenço. (Orgs.). Branquitude: estudos sobre a identidade branca no Brasil. Curitiba: Appris, 2017. pp. 19-32.
BOXER, Charles. “Pureza de sangue” e “raças infectas”. In: O império colonial português (1415-1825). Edições 70: Lisboa, São Paulo, 1970. pp. 242-262.
SICROFF, Albert. Los orígenes del problema judeocristiano en España en el siglo XV. In: Los estatutos de limpieza de sangre. Controversias entre los siglos XV e XVII. Madrid: Taurus Ediciones, 1985. pp. 43-86.
TÜRKÇELIK, Evrim. Muslim and jewish “otherness” in the spanish nation-building process throughout the Reconquista (1212-1614). Thesis submitted to the graduate school of social sciences of Middle East Technical University. Department Of European Studies, Ankara, August, 2003;
OLIVAL, Fernanda. Rigor e interesses: os estatutos de limpeza de sangue em Portugal. Cadernos de Estudos Sefarditas, nº 4, 2004, pp. 151-182;
SOUZA, Grayce. Uma trajetória racista: o ideal de pureza de sangue na sociedade ibérica e na América portuguesa. Politéia: História e Sociedade, Vitória da Conquista, Vol. 8, nº 1, 2008, pp. 83-103;
REGO, João Manuel Vaz Monteiro de Figueiroa. A honra alheia por um fio. Os estatutos de limpeza de sangue no espaço de expressão ibérica (séculos XVI-XVIII). Tese de Doutorado em História. Universidade do Minho. Junho de 2009.
LACEY, Robert. “Blue Blood”. In: Aristocrats. Boston; Toronto: Hutchinson; Little, Brown and Company, 1983. pp. 67-76;
SÁNCHEZ, Jairo Javier Garcia. Sangre Azul, calco semántico y etimológico. Desarrollo de una ideia de Eugenio Coseriu. Revista Española de Lingüística, vol. 41, nº 1, 2011, pp. 49-51;
KAUTSKY, John. “Pure blood, intermarriage and sex relations”. In: KAUTSKY, John. The politics of aristocratic empires. New York: Routledge, 2017. pp. 205-210.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Storia, storie
Questo lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione - Non commerciale - Non opere derivate 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.