A Antiguidade, um Erro Profundo? -- Foucault, a Filosofia e suas Atitudes
DOI :
https://doi.org/10.26512/rfmc.v7i2.21193Mots-clés :
Problematização, Sujeito, Atitude, Modernidade, BaudelaireRésumé
Esse artigo visa desembaraçar constrangimentos acerca da afirmação de Michel Foucault de que a Antiguidade seria “um erro profundo”. Para compreendê-la, retomamos os críticos que sugerem haver uma recusa por sua parte de se posicionar. O desembaraço proposto passa também por formular uma saída a tais críticas. Quando Foucault fala do poder ou de suas relações com a filosofia, ele se desloca da pretensão ontológica tradicional para uma prática: ao invés de se perguntar “o que” seriam o poder e a filosofia, ele busca compreender “como” funcionam, qual o papel desse problema para o presente que o formula. Tendo em mente esse deslocamento teórico em torno das “problematizações”, toma-se como exemplo uma específica: a problematização do sujeito. Ao destacar as descontinuidades desde a Antiguidade até a Modernidade entre estilísticas de si e teorias do sujeito, ele permite vislumbrar uma resposta à questão do título de nosso trabalho. Enfatiza-se que graças à análise de tal problematização surgem diferentes perspectivas sobre as atitudes nos casos por ele estudados. Torna-se mais evidente como seria possível pensar a Antiguidade como um erro profundo, sem, como isso, desconsiderar a atitude também errático do homem moderno. Tal atitude é destacada aqui em uma breve remissão de Foucault à Baudelaire em busca do “poético no histórico”, atitude decisiva para compreender o elo entre ambas as figuras, mas não só.
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