A Antiguidade, um Erro Profundo? -- Foucault, a Filosofia e suas Atitudes
DOI:
https://doi.org/10.26512/rfmc.v7i2.21193Palabras clave:
Problematização, Sujeito, Atitude, Modernidade, BaudelaireResumen
Esse artigo visa desembaraçar constrangimentos acerca da afirmação de Michel Foucault de que a Antiguidade seria “um erro profundo”. Para compreendê-la, retomamos os críticos que sugerem haver uma recusa por sua parte de se posicionar. O desembaraço proposto passa também por formular uma saída a tais críticas. Quando Foucault fala do poder ou de suas relações com a filosofia, ele se desloca da pretensão ontológica tradicional para uma prática: ao invés de se perguntar “o que” seriam o poder e a filosofia, ele busca compreender “como” funcionam, qual o papel desse problema para o presente que o formula. Tendo em mente esse deslocamento teórico em torno das “problematizações”, toma-se como exemplo uma específica: a problematização do sujeito. Ao destacar as descontinuidades desde a Antiguidade até a Modernidade entre estilísticas de si e teorias do sujeito, ele permite vislumbrar uma resposta à questão do título de nosso trabalho. Enfatiza-se que graças à análise de tal problematização surgem diferentes perspectivas sobre as atitudes nos casos por ele estudados. Torna-se mais evidente como seria possível pensar a Antiguidade como um erro profundo, sem, como isso, desconsiderar a atitude também errático do homem moderno. Tal atitude é destacada aqui em uma breve remissão de Foucault à Baudelaire em busca do “poético no histórico”, atitude decisiva para compreender o elo entre ambas as figuras, mas não só.
Descargas
Citas
ALBERNAZ, Maria Paula; Lima, Cecília Modesto. Dicionário ilustrado de arquitetura. São Paulo: Pró-Editores, 1997-1998 (2 vol.).
BUTLER, Judith. A vida psíquica do poder. Trad. Rogério Bettoni. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
BOOKCHIN, Murray. Anarquismo: crítica e autocrítica. Trad. Felipe Corrêa e Alexandre B. de Souza. São Paulo: Hedra, 2011.
CANDIOTTO, C. A genealogia da ética de Michel Foucault. In: Educação e filosofia. V. 27, nº 53. Uberlândia: 2013.
CASSIN, Barbara. Dictionary of untranslatables: a philosophical lexicon. New Jersey: Princeton, 2014.
DELEUZE, Gilles. Foucault. Trad. Cláudia S. Martins. São Paulo: Brasiliense, 1988.
___. Foucault and prison. In: Two Regimes of Madness: texts and interviews. Ed. David Lapoulaje; trans. Ames Hodges and Mike Taormina. New York: Semiotext(e), 2006.
FOUCAULT, Michel. (AS) A Arqueologia do saber. Trad. Luiz. F. B. Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitário. 7ªed.
___. (DE) Dits et écrits (I-IV tommes). Paris: Gallimard, 1994.
___. (GSO) O governo de si e dos outros.Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
___. (HL) História da Loucura na Idade Clássica. Trad. José T. C. Netto. São Paulo: Perspectiva, 1978.
___. (OD) A ordem do discurso. Trad. Laura Sampaio. São Paulo: Loyola, 2009.
___. (PC) As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Trad. Salma T. Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 9ª Ed.
___. “Pour en finir avec les mensonges”, Le Nouvel Observateur, 21 de junho de 1985. pp. 76-7.
___. (QCr) Qu’est-ce que la critique? Bulletin de la Société Française de Philosophie. Paris : 1978.
___. (VP) Vigiar e punir: nascimento da prisão. Trad. Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2004. 29ª ed.
GROS, Fréderic. “Situação do curso”. In: O governo de si e dos outros.Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
GUTTING, Gary. Michel Foucault’s Archaeology of Scientific Reason.Cambridge: Cambridge Uni., 1989.
HAN, Béatrice. Foucault’s critical project: Between the Transcendental and the Historical. Stanford: Stanford Uni., 2012.
KANT, Immanuel. An answer to the question: “What is elightenment?”. Trans. H. B. Nisbet Londres: Penguin, 1970.
___. Resposta à pergunta: “O que é o iluminismo?”. Trad. Artur Morão. Retirado de www.lusosofia.net/kant_o_iluminismo_1784.pdf, acessado em 3 de março de 2018.
LAWLOR, Leonard; Nale, John. The Cambridge Foucault Lexicon. New York: Cambridge, 2014.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto Comunista (1848). Trad. Álvaro Pina, 1. ed. rev. São Paulo: Boitempo, 2010.
SAHLINS, Marshall. Esperando Foucault, ainda. Trad. Marcela Coelho de Souza e Eduardo Viveiros de Castro. São Paulo: CosacNaify, 2004.
SOARES, Jean. As ficções da filosofia de Michel Foucault (Tese de doutorado). Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2018.
TROMBATORI, Ducio. Introduction. In : Foucault, M. Remarks on Marx. Trans. James Goldstein & James Cascaito. New York : Semiotext(e), 1991.
ŽIŽEK, Slavoj. Trump e o retorno do politicamente incorreto. Blog da Boitempo, São Paulo, fev. 2016. Disponível em <https://blogdaboitempo.com.br/2016/02/19/ŽIŽEK-donald-trump-e-o-retorno-do-politicamente-incorreto/>Acesso em: 20 de fevereiro de 2016.
___. A lição da vitória de Corbyn. Blog da Boitempo, São Paulo, jun. 2017. Disponível em <https://blogdaboitempo.com.br/2017/06/16/ŽIŽEK-a-licao-da-vitoria-de-corbyn/> Acesso em: 17 de junho de 2017.
___. O que Hegel nos ensina sobre como lidar com Trump? Blog da Boitempo, São Paulo, jan. 2018. Disponível em <https://blogdaboitempo.com.br/2018/01/17/ŽIŽEK-o-que-hegel-nos-ensina-sobre-como-lidar-com-trump/> Acesso em: 18 de janeiro de 2018.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los derechos de autor para artículos publicados en esta revista son del autor, con derechos de primera publicación para la revista. Debido a que aparecen en esta revista de acceso público, los artículos son de uso gratuito, con atribuciones propias, en aplicaciones educativas y no comerciales.