Trânsitos políticos e intelectuais da geração 1870: um novo olhar sobre o movimento e sua relação com o repertório europeu
DOI :
https://doi.org/10.26512/emtempos.v0i28.14756Mots-clés :
Movimento de 1870. Pensamento Social Brasileiro. Circulação de ideias.Résumé
Durante algum tempo, as análises sobre a geração político-intelectual de 1870 pautaram-se no senso comum acadêmico de que o campo do pensamento no Brasil à época constituía-se como um espaço de imitação das ideias estrangeiras. Mais recentemente, essa visão foi questionada por autores como Renato Ortiz e Ângela Alonso, que apontaram para tendências de seleção e recorte das teorias e filosofias políticas que pouco tinham a ver com uma simples imitação. Dentro desse debate, o presente trabalho pretende dar um passo além e lançar um novo olhar sobre o movimento de 1870. Acreditamos que para entendê-lo, é fundamental levar em conta os processos históricos de integração modernizadora perpetrados pela II Revolução Industrial que atingiram o continente americano em cheio, constituindo-se, assim, tanto como experiência de vida quanto como temática de estudo daquela geração. A proposta deste artigo é analisar o movimento de 1870 através desse contexto global de integração - no qual estava inserido do ponto de vista brasileiro - para, então, dar conta da construção de suas perspectivas político-intelectuais a partir de uma série de trânsitos complexos e multifacetados que foram sendo realizados com o repertório intelectual-filosófico europeu.
Téléchargements
Références
ALONSO, Ângela. Ideias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil império. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
AZEVEDO, Fernando de. As ciências no Brasil. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1994. v.1.
BARRETO, Tobias. Discursos. Rio de janeiro: Pongetti, 1926.
CARDOSO, Fernando Henrique. “Dos governos militares a Prudente ”“Campos Sales”. In: FAUSTO, Boris (org.). O Brasil Republicano: estrutura de poder e economia (1989-1930). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: 2. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
____________. O Processo Civilizador. Trad. Ruy Jungmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
LEMOS, Renato. Benjamin Constant: vida e história. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.
NEEDELL, Jeffrey David. Belle époque tropical: sociedade e cultura de elite no Rio de Janeiro na virada do século. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2006.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na primeira república. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
VITA, Luís Washington. Alberto Sales: Ideólogo da República. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1965.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License , licença que permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, e embora os novos trabalhos tenham de lhe atribuir o devido crédito e não possam ser usados para fins comerciais, os usuários não têm de licenciar esses trabalhos derivados sob os mesmos termos.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).