O século II em perspectiva

ou, da grandeza do Império à ficção da vida privada

Autores

  • Igor B. Cardoso UFMG

DOI:

https://doi.org/10.26512/emtempos.vi35.26477

Palavras-chave:

Historiografia. Império Romano. helenismo.

Resumo

O artigo aborda três diferentes perspectivas historiográficas sobre o Império romano helenizado sob o domínio dos Antoninos. A primeira é conduzida pelo historiador Edward Gibbon, para quem os imperadores empreenderam um governo justo e moderado. Na segunda perspectiva, apresentam-se as pesquisas de Michel Foucault e Peter Brown que, entre outros, compreenderam o século II como momento de intensificação dos cuidados de si. Com Mikhail Bakhtin, as inquietações de espírito interpretadas a partir dos romances gregos configuram a terceira perspectiva. O objetivo é evidenciar as lacunas de cada uma das três perspectivas, de modo a questionar os conflitos e os jogos de poder, as metodologias históricas para o estudo de obras fictícias, além do humor e da ironia como partes constitutivas de algumas obras literárias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução do francês por Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

_________. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Bernadini [et. al.]. 4 ed. São Paulo: Unesp, 1998.

BARROS, Alberto R. G. A matriz inglesa. In: BIGNOTTO, Newton (org.). Matrizes do republicanismo. Belo Horizonte: UFMG, 2013.

BIRLEY, Anthony. Marcus Aurelius: a biography. New York: Routledge, 2000.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. A invenção do romance: narrativa e mimese no romance grego. Brasília: UnB, 2005.

______. A poética do hipocentauro: literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

______. Em nome da (in)diferença: o mito grego e os apologistas cristãos do segundo século. Campinas: Unicamp, 2014.

BROWN, Peter. A sociedade. In: O fim do mundo clássico: de Marco Aurélio a Maomé. Lisboa: Verbo, 1972.

______. O corpo e a cidade. In: Corpo e sociedade: o homem, a mulher e a renúncia sexual no início do cristianismo. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1990.

______. The makin of late antiquity. Cambridge: Harvard University Press, 1993.

BURKE. Peter. A história social da linguagem. In: A arte da conversação. Tradução Álvaro Luiz Hattnher. São Paulo: UNESP, 1995.

DABDAB TRABULSI, José Antonio. Gibbon e a religião: notas à margem do Declínio e queda (Constantino, Juliano, monges e milagres). Varia História, Belo Horizonte, n. 19, 1998, p. 92-132.

DERRIDA, Jacques. El otro es secreto porque es otro. In: Papel Máquina. Traducción de Cristina de Peretti y Paco Vidarte. Madrid: Trotta, 2003.

______. Pensar em não ver. In: Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (1979-2004). Florianópolis: UFSC, 2012.

DODDS, Eric B. Paganos y cristianos en una época de angustia: algunos aspectos de la experienca religiosa desde Marco Aurélio a Constantino. Traducción J. Valiente Malla. Madrid: Cristiandad, 1975.

FINLEY, M. I. A política no mundo antigo. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 3: o cuidado de si. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985.

______. O que é um autor? Tradução de António Fernando Cascais e Edmundo Cordeiro. Lisoba: Vega, 2006.

GIBBON, Edward. Declínio e queda do Império Romano. Tradução José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

GOLDHILL, Simon. Foucault’s virginity: ancient erotic fiction and the history of sexuality. New York; Cambrdige: Cambridge University Press, 2002.

GRANT, Michael. The Antonines: the Roman Empire in transition. London; New York: Routledge, 2005.

HADOT, Pierre. Exercices spirituels et philosophie antique. 2 ed. Paris: Études Augustiniennes, 1987.

______. La citadelle intérieure: introduction aux Pensées de Marc Aurèle. Paris: Fayard, 1997.

JENKINS, Keith. A história repensada. Tradução de Mario Vilela. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2009.

KIM, Lawrence. Time. In: WHITMARSH, Tim (org.). The Cambridge companion to the Greek and Roman novel. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

KONSTAN, David. Sexual Symmetry: Love in the Ancient Novel and Related Genres. Princeton, 1994.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução Wilma Patrícia Maas. Rio de Janeiro: Contraponto; PUC-Rio, 2006.

LALANNE, Sophie. Une éducation grecque: le roman grec ancien. La Découverte: Paris, 2006.

LAQUEUR, Thomas. Destino é anatomia. In: Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Tradução Vera Whately. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In: História e memória. 4 ed. Campinas: Unicamp, 1996.

MAQUIAVEL, Nicolau. Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Tradução MF. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

NOYEN, Paul. Marcus Aurelius, the Greatest Practician of Stoicism. L'antiquité classique, Tome 24, fasc. 2, 1955, pp. 372-383.

REARDON, B. P. Courants littéraires grecs des IIe et IIIe siècles après J.-C. Paris: Les Belles Letres, 1971.

RIBEIRO, Renato Janine. Democracia versus República. In: BIGNOTTO, Newton (org.). Pensar a República. Belo Horizonte: UFMG, 2000.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução Alain François [et. al.]. Campinas: Unicamp, 2008.

ROSTOVTZEFF, M. História de Roma. Tradução Waltensir Dutra. 4 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

SCHIAVONE, Aldo. Uma história rompida: Roma Antiga e Ocidente Moderno. Tradução Fábio Duarte Joly. São Paulo: USP, 2005.

SEVCENKO, Nicolau. Introdução. In: Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

SKINNER, Quentin. As fundações do pensamento político moderno. Tradução Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

STANTON, G. R. Marcus Aurelius, emperor and philosopher. Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte, v. 18, n. 5, p. 570-587, 1969.

STERTZ, Stephen A. Marcus Aurelius as ideal emperor in Late-Antique Greek thought. The Classical World, v. 70, n. 7, p. 433-439, 1977.

VEYNE, Paul. A Homossexualidade em Roma. In: ARIÈS, Philippe; BÉJIN, André (orgs.). Sexualidades ocidentais: contribuições para a história e para a sociologia da sexualidade. Tradução Lygia Araújo Watanabe; Thereza Christina Ferreira Stummer. 2 ed. São Paulo: Brasiliense, 1986.

______. O império Romano. In: ARIÈS, Philippe; DUBY, Georges (orgs.). História da vida privada 1: do Império Romano ao Ano Mil. Tradução Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

WHITMARSH, Tim. Narrative and identity in the Ancient Greek Novel: returning romance. Cambridige: Cambridge University Press, 2011.

Downloads

Publicado

2020-02-22

Como Citar

CARDOSO, Igor B. O século II em perspectiva: ou, da grandeza do Império à ficção da vida privada. Em Tempo de Histórias, [S. l.], n. 35, p. 59–83, 2020. DOI: 10.26512/emtempos.vi35.26477. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/emtempos/article/view/26477. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.