Olhar a diferença-resistência do feminino, em busca da borda do nada.

Autores

  • ALINE MAGALHÃES PINTO PROFESSORA DA FACULDADE DE LETRAS DA UFMG

Palavras-chave:

Discurso autorreferencial, autoria feminina, subjetividade, metáfora, autorreflexividade

Resumo

Na história dos gêneros marcados pelo traço autobiográfico, os modos de viver ligados à identidade masculina tendem a se tornar a norma:  homens encarnam a humanidade, as mulheres permanecem presas em sua diferença feminina. O sujeito do gênero feminino que escreve se vê marcado pelo desejo de quebrar a expectativa socialmente aprovada e por uma luta pessoal contra o normatizado. Como afirma S. Felman, a constituição do sujeito feminino perpassa a hesitação de assumir uma diferença que aparece com a forma social de uma resistência (FELMAN,1993, p. 3-19).  Na pesquisa com os diários de Catherine Pozzi e Aline De Lens, procuramos, justamente, compreender o que essa a diferença-resistência podia significar, uma vez que se trata de uma situação circunstanciada ( ainda que, infelizmente, atualizada de diferentes formas) e que essa condição de desvio não possui valor ontológico. Afinal: do ponto de vista teórico, que essa diferença-resistência tem a dizer?

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BLANCHOT, M. L'Espace littéraire Paris, Gallimard, 1955.
BLUMENBERG, H. La Lisibilité du monde, préfacé par Denis Trierweiler, traduit par Pierre Rusch et Denis Trierweiler, Paris: Éditions du Cerf, collection « Passages », 2008.
______________ Paradigmes pour une métaphorologie. Paris: Vrin, 2006.
BOUTANG, Pierre. Karin Pozzi et la quête de l'immortalité, Paris, La Différence, « Mobile matière », 1991
DE LENS, A. Journal: 1902-1924 “ L’amour, Je le supplie de m’epargner…”. Paris: La cause des livres, 2007.
DUNAN, R, "Le Cercueil de Cristal" par Maurice Rostand In: Floréal n°32 du 11 septembre 1920.
FELMAN, S. What Does a Woman Want? Reading and Sexual Difference, Johns Hopkins University Press, 1993
FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito: curso dado no Collège de France (1981-­" 1982). São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010
GHIATI, Claude « Le Maroc des voyageuses françaises au temps du Protectorat. Une vision (de) colonisatrices ? », Genre & Histoire [En ligne], 8 | Printemps 2011, mis en ligne le 28 octobre 2011, consulté le 17 janvier 2018. URL : http://genrehistoire.revues.org/1135
GOUVEA JUNIOR, M. M. (Org). Medeias Latinas. Belo Horizonte :Autêntica Editora, 2014
GREENBLATT, S. Ascensão e Queda de Adão e Eva. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
HALLIWELL, S.: The Aesthetics of mimesis- texts and modern problems, Princeton e Oxford, Princeton University Press, 2002
KEHL, M.R. Deslocamentos do Feminino- A Mulher Freudiana na Passagem para a Modernidade. Rio de Janeiro: Imago,1998.
LEJEUNE, P. Le Moi des demoiselles: enquête sur le journal de jeune fille. Éditions du Seuil, 1993
MOI, T. From Femininity to Finitude: Freud, Lacan, and Feminism, Again iN: Signs, Vol. 29, No. 3 (Spring 2004), pp. 841-878
PINTO, A. M.; LIMA FILHO, L. de F. C. Escrever, morrer. estudos sobre a imagem da morte nos ensaios de Maurice Blanchot. [recurso eletrônico]”¯: [s.l: s.n.]. Disponível em:<http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=cat06910a&AN=puc.204739&lang=pt-br&site=eds-live&scope=site>.
POZZI, [1987] Journal : 1913-1934, éd. et annot. Claire Paulhan, préf. Lawrence Joseph. Paris: Phébus (édition augmentée), 2005.

Downloads

Publicado

28-12-2019

Como Citar

PINTO, A. M. (2019). Olhar a diferença-resistência do feminino, em busca da borda do nada. Revista Cerrados, 28(50), 185–203. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/26163

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.