A renascença e a nova individuação a substância das formas artísticas e das narrativas historiográficas na era moderna

Autores

  • Claudinei Cassio de Rezende

Palavras-chave:

Renascimento, individuação, narrativa hitoriográfica, estatuto social artístico

Resumo

Este artigo debate a relação de subordinação do Renascimento ao processo histórico de desenvolvimento contínuo da individuação. Resultado de novas forças produtivas que libertam o indivíduo do receio de ser conspícuo e forçam-no ao destaque singular concorrencial, a individuação demarca o surgimento de uma narrativa historiográfica peculiar que inaugura a Modernidade. O resultado desta narrativa pode ser vislumbrado na ideia de que o Renascimento foi a primeira era que se escolheu um passado para si própria. O aumento da individuação também modifica o estatuto social artístico, edificando uma concepção de arte autônoma pela primeira vez na história.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Machiavel et nous. in Écrits philosophiques et politiques. Paris: Stock-Imec, 1997.
ALVES, Antonio José Lopes. “A individualidade moderna nos Grundrisse”. In Ensaios Ad Hominem Tomo IV ”“ Dossiê Marx. São Paulo: Estudos e Edições Ad Hominem, 2001.
BARON, Hans. The Crisis of the Early Italian Renaissance: Civic Humanism and Republican Liberty in an Age of Classicism an Tyranny. Princeton University Press, 1955.
BRUNI, Leonardo. Istoria Fiorentina. Tradotta in volgare da Donato Acciatiuoli. Florença: Felice Le Monnier, 1861.
BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália. Tradução de Sérgio Tellaroli. Introdução de Peter Burke. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
BURCKHARDT, Jacob. O retrato na pintura italiana do Renascimento. Organização, tradução e apresentação de Cássio Fernandes. São Paulo: Editora Unifesp e Editora Unicamp, 2012
CAMPANELLA, Tommaso. La Città del Sole. Booklassic, 2015.
CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Edición del IV Centenário. São Paulo: Real Academia Espanhola, Alfaguara, 2004.
CHASIN, J. “O Futuro Ausente”. In Ensaios Ad Hominem - Tomo III - Política. A determinação ontonegativa da politicidade. São Paulo: Estudos e Edições Ad Hominem, 2000.
CONDIVI, Ascanio. A vida de Michelangelo Buonarroti. Tradução comentada de Marina Jorge Berriel. Dissertação de mestrado da Unicamp, Campinas, 2008.
CROCE, Benedetto. Teoria e Storia della Storiografia. Bari: Gius Laterza e Figli, 1943.
DILTHEY, Wilhelm. Hombre y mundo en los siglos XVI y XVII. Tradução de Eugenio Ímaz. 2ª reimpressão. México: Fondo de Cultura Económica, 1978.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Volume 1. Apresentação de Renato Janine Ribeiro. Tradução de Ruy Jugmann. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.
GARIN, Eugenio. Ciência e vida civil no Renascimento Italiano. Tradução de Cecília Prada. São Paulo: Editora Unesp, 1996.
GARIN, Eugenio. Giovanni Pico della Mirandola: vita e dottrina. Florença: Le Monnier, 1937.
GARIN, Eugenio. Lo Zodiaco della vita: la polemica sull’astrologia dal Trecento al Cinquecento. Bari: Laterza, 1976.
GIOVIO, Paolo. Historiarum sui temporis Istituto poligrafico dello Stato, Libreria dello Stato, 1957.
GOODY, Jack. Renascimentos: um ou muitos. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
GUICCIARDINI, Francesco. Storia d’Italia: dal 1490 al 1534. Canadá: E-Text, 2018.
KOSELLECK, Reinhart [et.al.]. O conceito de História. Tradução de René E. Gertz. 1ª ed. 3ª reimpressão. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
HAUSER, Arnold. História Social da arte e da literatura. Tradução de Álvaro Cabral. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
HELLER, Agnes. O homem do Renascimento. Tradução de Conceição Jardim e Eduardo Nogueira. Lisboa: Editorial Presença, 1982.
LEFORT, Claude. Le travail de l’oeuvre Machiavel. Paris: Gallimard, 1972.
LUKÁCS, György. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. Tradução de Lya Luft e Rodnei Nascimento. São Paulo: Boitempo, 2010.
LUKÁCS, György. O jovem Hegel e os problemas da sociedade capitalista. Tradução de Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2018.
MAQUIAVEL, N. [MACHIAVELLI]. Opere. A cura di Corrado Vivanti. Vol II, Turim/Paris, Einaudi/Gallimard, 1999.
MAQUIAVEL, N. História de Florença. Edição de Patrícia Fontoura Aranovich. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução, apresentação e notas de Diogo Pires Aurélio. São Paulo: Editora 34, 2017.
MARX, K. Grundrisse. Manuscritos econômicos de 1857-1858: esboços da crítica da economia política. Tradução de Mario Duayer e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2011.
MARX, K. Formações econômicas pré-capitalistas. Introdução de Eric Hobsbawm. Tradução de João Maia. 6ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.
MAZZARI, Marcus V. A dupla noite das tílias. História e natureza no Fausto de Goethe. São Paulo: Editora 34, 2019.
MAZZEO, Antonio Carlos. Os portões do Éden. Igualitarismo, política e estado nas origens do pensamento moderno. São Paulo: Boitempo, 2019, pp. 264-324.
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. Tradução de Sérgio Milliet. São Paulo: Editora 34, 2016.
MORUS, Thomas. Utopia. Tradução de Leandro Dorval Cardoso. Petrópolis: Editora Vozes, 2016.
ROSSI, Paolo. A ciência e a filosofia dos modernos. Tradução de Álvaro Lorencini. São Paulo: Editora Unesp, 1992.
SCHAMA, Simon. O desconforto da riqueza. A cultura holandesa na época de ouro. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
VASARI, Giorgio. A vida dos artistas. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011 a.
VASARI, Giorgio. A vida de Michelangelo Buonarroti. Tradução, introdução e comentário de Luiz Marques. Campinas: Editora da Unicamp, 2011 b.
WATT, Ian. Os mitos do individualismo moderno: Fausto, Dom Quixote, Dom Juan, Robinson Crusoé. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
ZÖLLNER, Frank & THOENES, Christof. Miguel Ângelo: a obra integral de pintura, escultura e arquitetura. Colônia: Taschen, 2017.

Downloads

Publicado

20-08-2020

Como Citar

Cassio de Rezende, C. (2020). A renascença e a nova individuação a substância das formas artísticas e das narrativas historiográficas na era moderna. Revista Cerrados, 29(52), 57–71. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/cerrados/article/view/29155

Edição

Seção

Dossiê: Realismo e atualidade: horizontes da criação artística em tempos hostis.