Realismo em Os supridores
uma interpretação lukacsiana da representação da realidade
DOI :
https://doi.org/10.26512/cerrados.v34i68.57620Mots-clés :
Realismo, Gyorgy Lukács, Os supridores, José FaleroRésumé
A verdadeira literatura, para Lukács, se configura quando a representação da realidade está posta de tal forma que é possível compreender a essência humana e chegar à consciência crítica em relação à lógica de organização do mundo. Essa relação se apresenta quando o romance utiliza de um método literário específico, o realista, articulando dois aspectos principais: a tipicidade dos personagens e o método narrativo sob o primado da ação. Diante disso, este trabalho tem o objetivo de desenvolver um exercício de interpretação do realismo lukacsiano a partir da leitura do romance brasileiro contemporâneo Os supridores, de José Falero (2020). Para isso, portanto, focalizamos a análise na composição do personagem Pedro e na leitura de mundo proporcionada pela narração desta história. Partimos de uma pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo, embasando a análise, principalmente, em Lukács (1965) e em pesquisadores que revisam e interpretam os conceitos deste teórico (Bordini, 2003; Braga, 2018; Frederico, 2013; Perrone, 2003). Por fim, esperamos que a análise contribua para uma reflexão inicial a respeito da percepção do realismo nesse romance, que colabora para a emancipação crítica de seu leitor na medida em que representa, com verossimilhança, vivências sociais que exprimem violência, exploração no trabalho e exclusão social.
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