Reflexões sobre a atuação do intérprete de língua de sinais na mediação da avaliação clínica em serviço de saúde mental
DOI :
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v8.n1.2019.12985Mots-clés :
Interpretação simultânea, Relação médico-paciente, Língua de sinais atípicaRésumé
A mediação da relação entre médico psiquiatra e paciente surdo pelo tradutor-intérprete de língua de sinais deve levar em consideração aspectos frequentemente negligenciados em interações fora do ambiente de saúde. Expressões atípicas da língua de sinais podem ocorrer nessa relação em decorrência de desordens psiquiátricas, demandando do tradutor-intérprete sensibilidade e aptidão para realizar o processo de interpretação de forma eficaz levando para o médico as informações necessárias para a composição do diagnóstico e seguimento. O objetivo deste artigo é discutir a atuação do tradutor e intérprete de língua de sinais (TILS) na mediação da comunicação na relação médico-paciente em ambulatório de saúde mental de um hospital terciário em São Paulo. A discussão terá ênfase em questões de ordem pragmática e na análise e interpretação da qualidade de sinalização tomando como linha organizadora os dados comumente observados no Exame Psíquico conduzido por médico psiquiatra, com a atuação do TILS. A atuação do profissional na mediação é determinante para a condução do diagnóstico em saúde mental e influencia a qualidade do cuidado. Os aspectos linguísticos que podem ser expressos de forma atípica não devem ser omitidos pelo TILS mas veiculados de forma imparcial, desde aquelas que provocam quebras comunicativas na interação até aquelas que, mesmo sem provocar quebras comunicativas, carregam informações pertinentes à história clínica e indicação terapêutica.
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