Traduzir o canto de Christine de Pizan no confinamento
DOI:
https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n3.2021.33801Palavras-chave:
Christine de Pizan. Mulher escritora. Lírica medieval. Tradução de poesia. Confinamento.Resumo
Christine de Pizan deixou uma obra bastante variada no que se refere a temas e gêneros literários, sendo seus primeiros escritos poemas em versos, baladas, virelais, rondeaux, jeux à vendre e algumas cantilenas. Neste estudo, apresentaremos duas de suas composições líricas em tradução para o português, a Ballade XI e o Virelai I, em que Christine de Pizan lamenta sua nova realidade: a solidão da viuvez e a contradição da atividade poética ao encobrir e revelar seus sentimentos. O intuito deste trabalho é mostrar que a tradução desses poemas medievais pode ilustrar princípios da tradução de poesia que vão além do significado e da forma do texto. Para isso, recorremos a algumas considerações de autores como Antoine Berman e Mário Laranjeira, para quem a tradução pode abrigar o outro, pode revelar a identidade de um texto e dizer algo sobre sua história. Dessa forma, destacamos a distância na linha do tempo que separa a composição dos textos de partida e o exercício tradutório propondo nosso trabalho como testemunha do outro, visando a oferecer ao original uma continuidade no corrente século, dando-lhe o albergue que o longínquo pode receber em terras distantes.
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