Conhecimento histórico e tradução: notas para um estudo do De Contagione (1546), de Girolamo Fracastoro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v10.n3.2021.32801

Palavras-chave:

De Contagione. Girolamo Fracastoro. Conhecimento histórico. Tradução. Contágio.

Resumo

A luta contra as doenças e outras formas de males físicos, muitas vezes incompreensíveis e incontornáveis, confunde-se com a história da própria humanidade e, desde as primeiras civilizações, todo o conhecimento que foi sendo adquirido foi também sendo transmitido através da tradução. Este estudo, tendo como sustento a intersecção entre tradução, pandemia e “normal”, almeja trazer a experiência do médico, poeta, astrônomo e filósofo Girolamo Fracastoro (Verona, 1476/1478 – Incaffi, 1553), com o propósito de discutir algumas notas sobre sua visão de mundo no que tange especificamente ao contágio das doenças, presentes no livro I do seu tratado De contagione et contagiosis morbis et curatione [Sobre o contágio, as doenças contagiosas e o seu tratamento], publicado na Itália em 1546 e considerada a obra mais célebre do autor, produto da sua maturidade, que lhe deu o título de pai da patologia moderna. Embora ainda houvesse forte influência da medicina dos períodos anteriores, no século de Fracastoro há também notáveis evoluções nos estudos sobre o corpo humano, que começava a ser melhor compreendido devido, por exemplo, aos estudos anatômicos advindos com a dissecação de cadáveres. Ainda, é importante considerar que, para o autor, em concordância com o saber humanístico, ser médico implicava também ser filósofo, ou seja, buscar o conhecimento dos fenômenos não na metafísica, nem nas generalidades, mas na observação do meio natural. Na primeira parte é feita uma contextualização do texto, que inclui elementos biográficos do autor e do conhecimento médico do período, e na segunda parte são apresentadas as principais ideias de Fracastoro sobre o contágio das doenças. Por fim, são feitas breves considerações sobre conhecimento histórico, tradução e história da medicina e das doenças, pensadas no momento específico da pandemia do coronavirus SARS-CoV-2.

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Biografia do Autor

Karine Simoni, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora Associada II na Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Literatura (2009) e mestre em História (2002) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Letras Italiano (2004) e em História (2000) pela mesma instituição. Realizou pesquisa de pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (2019-2020) e na Universidade Federal de Santa Catarina (2009-2010). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

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Publicado

01-07-2021

Como Citar

SIMONI, Karine. Conhecimento histórico e tradução: notas para um estudo do De Contagione (1546), de Girolamo Fracastoro . Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 10, n. 3, p. 01–20, 2021. DOI: 10.26512/belasinfieis.v10.n3.2021.32801. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/32801. Acesso em: 21 nov. 2024.

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