Representação de sotaques e oralidade na tradução francesa de Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato

Autores

  • Kall Lyws Barroso SALES Universidade Federal de Santa Catarina
  • Ilana HEINEBERG Université Bordeaux-Montaigne

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v7i1.12459

Palavras-chave:

Tradução, Oralidade, Literatura brasileira, Luiz Ruffato

Resumo

A tradução das oralidades ficcionais é um assunto muito produtivo nos Estudos da Tradução, e muitos teóricos já abordaram o uso do registro oral na construção da prosa literária (BUCKLEY, 2000; BERMAN, 2012; VITALI, 2011). Dessa forma, o presente artigo tem o objetivo de analisar as estratégias tradutórias da representação de oralidades e de sotaques na prosa de Luiz Ruffato. Para tanto, escolhemos a tradução francesa de Mathieu Dosse, À Lisbonne j’ai pensé à toi, publicada em 2015 pela Editora Chandeigne, por se tratar de um romance que contém diversos registros do português brasileiro, além das variantes brasileira e portuguesa. Num primeiro momento, apresentamos sumariamente a escrita de Ruffato no cenário da literatura brasileira traduzida e o modo como sua prosa se mostra ao público francês. A seguir, levantamos a literatura crítica que versa sobre o registro oral e a representação dos sotaques no domínio escrito. Buscamos, enfim, dar visibilidade à tarefa do tradutor, considerando-a como uma leitura crítica e aprofundada do texto que será traduzido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kall Lyws Barroso SALES, Universidade Federal de Santa Catarina

Doutor (2018) e Mestre (2014) em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Letras Português-Francês (2009) pela Universidade Federal do Ceará. Graduado em Gestão de Sistemas Produtivos (2007) pela Faculdade de Tecnologia do Nordeste. Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.

Ilana HEINEBERG, Université Bordeaux-Montaigne

Doutora em Études Lusophones (2004) e Mestre em Letras (2000) ambos pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle). Graduada em Jornalismo (1996) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Maître de conférences na Université Michel de Montaigne-Bordeaux 3. Bordeaux, França.

Referências

AUGÉ, Marc. Non-lieux. Introduction à une anthropologie de la surmodernité, Paris : Seuil, 1992.

ANTUNES, Lobo. As Naus. Lisboa: Dom Quixote, 2010 (1988).

BERMAN, Antoine. A prova do estrangeiro. Tradução de Maria Emília Pereira Chanut. São Paulo: EDUSC, 2002.

BERMAN, Antoine. A Tradução e a Letra ou o Albergue do Longínquo. Tradução de Marie-Hélène C. Torres, Mauri Furlan, Andreia Guerini. Santa Catarina: 2ª. Edição. Copiart UFSC, 2012.

BRITTO, Paulo Henriques. A tradução literária. Rio de Janeiro: Edições Civilização Brasileira, 2012.

BUCKLEY, Thomas. Oralité, distance sociale et universalité. In: BALLARD, Michel. Oralité et Traduction. Arras : Artois Presse Universitaire, 2000.

FONSECA, Ana Margarida, “Em português nos entendemos? Lusofonia, literatura-mundo e as derivas da escrita”, Configurações, 12/2013. Disponível em: <http://configuracoes.revues.org/2041>. Acesso 17/11/2017.

GENETTE, Gérard. Seuils. Paris: Éditions du Seuil, 2002.

GUERINI, Andreia; AIRES, Leomaris. Tradutores de Luiz Ruffato em francês, italiano e alemão. In: Cadernos de Tradução. Florianópolis, v. 37, nº 3, p. 406-425, set-dez 2017.LEJEUNE, Philippe. Le Pacte autobiographique. Seuil, coll. “Poétique”, 1975.

LE PETIT ROBERT DE LA LANGUE FRANÇAISE, Paris: Édition Le Robert, 2017.

MARTINS, Elisa. Entrevista Luiz Ruffato fala sobre os impasses das traduções de romances. O Globo. Cidade do México, Cultura, Prosa, 2012. Disponível em: <http://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/luiz-ruffato-fala-sobre-os-impasses-das-traducoes-de-romances-476252.html>. Acesso em: 10/08/2017

MORTAIGNE, Véronica. L’exil, avec ou sans tabac. In: Le monde. Disponível em: <http://www.lemonde.fr/livres/article/2015/03/18/l-exil-avec-ou-sans-tabac_4596332_3260.html>. Acesso em: 20/08/2017

PAGANINE, Carolina; FONSECA, Ester. Algumas considerações sobre variação linguística e tradução literária In: Revista Non Plus, nº 7, Universidade de São Paulo, 2015. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/nonplus/article/view/106913>. Acesso em: 15/05/2017.

PRETI, Dino. Análise de textos orais. Projetos Paralelos-NURC/SP (Núcleo USP), vol. 1, São Paulo: Humanitas, 1999.

ROSA, Gian Luigi. Problemáticas tradutórias e adequação sociolinguística: a tradução italiana de Estive em Lisboa e lembrei de você de Luiz Ruffato. De volta ao futuro da língua portuguesa, Atas do V Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa, Simpósio 28 ”“ Desafios e estratégias tradutórias para o século XXI e a tradução aplicada ao ensino de PLE, p. 3695-3706. Disponível em: <http://siba-ese.unisalento.it/index.php/dvaf/article/download/18099/15440>. Acesso em: 17/11/17.

RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos. Editora Boitempo Editorial, 2001.

RUFFATO, Luiz. Come tanti cavalli. Tradução Patrizia di Malta. Milão: Bevivino Editore, 2003.

RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos. Espinho: Quadrante Edições, 2006.

RUFFATO, Luiz. Tant et tant de chevaux. Tradução de Jacques Thiériot. Éditions Métaillé, 2005.

RUFFATO, Luiz. Des gens heureux. Tradução Jacques Thiériot. Paris: Éditions Métailié, 2007.

RUFFATO, Luiz. Rutosti hevosia. Tradução Jyrki Lappi-Seppälä. Helsinki: Into, 2014.

RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei de você. Companhia das Letras: São Paulo, 2009.

RUFFATO, Luiz. Estive em Lisboa e lembrei-me de ti. Lsiboa: Editora Quetzal, 2010.

RUFFATO, Luiz. Le monde ennemi. Tradução Jacques Thiériot. Paris: Éditions Métailié, 2010.

RUFFATO, Luiz. Ellos eran muchos caballos. Tradução Mario Camara. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2010.

RUFFATO, Luiz. Sono stato a Lisbona e ho pensato a te. Tradução Gian Luigi de Rosa. Roma: La Nuova Frontiera: 2011.

RUFFATO, Luiz. Estuve en Lisboa y me acordé de ti. Tradução Mario Camara. Buenos Aires: Eterna Cadencia, 2011.

RUFFATO, Luiz. Mamma, son tanto Felice. Tradução Maria Cristina Hernández Escobar. Cidade do México: Elephas, 2011.

RUFFATO, Luiz. El mundo enemigo. Tradução Maria Cristina Hernández Escobar. Cidade do México: Elephas, 2012.

RUFFATO, Luiz. Ellos eran muchos caballos. Tradução Mario Camara. Bogotá: Rey + Naranjo, 2012.

RUFFATO, Luiz. Es waren viele Pferde. Tradução Michael Kegler. Berlim: Assoziation A, 2012.

RUFFATO, Luiz. “Quero fazer da literatura algo que modifique o leitor”, entrevista concedida a Cláudia Aranda, Ponto final, 10/3/2016. Disponível em: https://pontofinalmacau.wordpress.com/2016/03/10/luiz-ruffato-quero-fazer-da-literatura-algo-que-modifique-o-leitor/. Acesso 17/11/17.

ROSA, Victor. Luiz Ruffato e Michael Kleger: prêmio literário internacional Hermann Hesse. Goethe Institut. Cultura, 2016. Disponível em: <https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/mag/20806181.html>. Acesso em: 24/08/2017.

SILVA, Rosa Virgínia Mattos e. O Português Arcaico. Uma Aproximação, vol. II, Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2008.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik. Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.

TACCA, Oscar. Las voces de la novela. 3ª edição. Madrid: Gredos, 1973.

TORRES, Marie-Helène Catherine. Traduzir o Brasil Literário: Paratexto e discurso de acompanhamento. Vol. 1. Tubarão: Copiart, 2011.

VITALI, Ilaria (Org.). Intrangers (II) Littérature beur, de l’écriture à la traduction. Louvain-la-neuve: L'harmattan, 2011.

YUSTE FRÃAS, J. Au seuil de la traduction : la paratraduction. In : NAAIJKENS, T. [ed./éd.]. Event or Incident. Événement ou Incident. On the Role of Translation in the Dynamics of Cultural Exchange. Du rôle des traductions dans les processus d'échanges culturels. col./coll. Genèses de Textes-Textgenesen (Françoise Lartillot [dir.]), vol. 3. Bern, Berlin, Bruxelles, Frankfurt am Main, New York, Oxford, Wien: Peter Lang, 2010. pp. 287-316.

Downloads

Publicado

31-07-2018

Como Citar

SALES, Kall Lyws Barroso; HEINEBERG, Ilana. Representação de sotaques e oralidade na tradução francesa de Estive em Lisboa e lembrei de você, de Luiz Ruffato. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 7, n. 1, p. 39–58, 2018. DOI: 10.26512/belasinfieis.v7i1.12459. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/12459. Acesso em: 17 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.