A voz como recurso poético e político na performance de uma travesti preta e periférica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/vozcen.v4i02.51185

Palavras-chave:

Travesti, Ovelha Dolly, Opressão, Lugar de fala, Performance

Resumo

Neste artigo busco relatar os caminhos de uma experiência performática que me motiva enquanto atriz e pesquisadora da cena teatral brasileira a transcrever sobre os lugares que considero possíveis de reverberações éticas, poéticas e políticas que uma corpa travesti, preta e periférica pode ecoar quando, a partir de escolhas vocais, se propõe a interpretar e ser interpretada como um animal de sacrifício. Para tanto, utilizo a personagem Ovelha Dolly concebida pelo dramaturgo Fernando de Carvalho, assim como utilizo minha própria corpa travesti em performance para me referir e desvendar nelas/delas esses lugares a partir de nossas vozes, gritos e ecos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kika Sena, Universidade Federal do Acre - UFAC, Rio Branco/AC, Brasil

Kika Sena é uma atriz, arte-educadora, diretora teatral, poeta e performer brasileira. Graduada em Licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e mestra em Teoria e Prática das Artes Cênicas pela Universidade Federal do Acre, Kika Sena é pesquisadora nas áreas de gênero, sexualidade, raça e classe. A partir de 2015, vem desenvolvendo pesquisas relacionadas à área de voz e palavra em performance com cunho político referente ao corpo da mulher trans e travesti na cena teatral e social brasileira. Em 2017 lançou o livro Periférica, pela Padê Editorial, antecedido por Marítima, 2016, publicação independente. Sua publicação mais recente, também de forma independente, é a zine Subterrânea, de 2019. Também em 2019 dirigiu o espetáculo teatral Transmitologia (DF). Já em 2020, em parceria com As Aguadeiras, dirigiu o espetáculo teatral DesQuite(AC). Seu trabalho teatral mais recente é o espetáculo Ovelha Dolly (AC), dirigido por Sarah Bicha. No cinema, fez sua estreia como protagonista no filme longa-metragem "Paloma" (2022), dirigido por Marcelo Gomes.

Referências

BISCARO, Bárbara. Gênero, sexo e escuta na voz em performance. Urdimento, v.1, n.22, p 15 - 26, julho 2014

BURIGO, Joanna. É preciso ter cuidado com o pensamento binário. Carta Capital, Cartacapital.com.br, p. 1-1, 30 mar. 2016. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/e-preciso-ter-cuidado-com-o-pensamento-binario/. Acesso em: 6 jan. 2023.

CARVALHO, Fernando de. Ovelha Dolly e Zoológico a céu aberto. Editora Javali:1ª ed., Belo Horizonte: 2019.

JACOBS, Daiane D. S. Possível cartografia para um corpo vocal queer em performance. Tese (doutorado) – Universidade do Estado de Santa Catarina, Centro de Artes, Programa de Pós-Graduação em Florianópolis, 2015.

LEAL, Dodi; ROSA, André. Transgeneridades em performance: desobediência de gênero e anticolonialidades das artes cênicas. Rev. Bras. Estudos da Presença, Porto Alegre, v. 10, n. 3, e97755, 2020. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/presença>.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Trad. De Jerusa Pires Ferreira, Maria Lúcia Diniz Pochat, Maria Inês de Almeida. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Downloads

Publicado

30-12-2023

Como Citar

Sena do Nascimento, K. (2023). A voz como recurso poético e político na performance de uma travesti preta e periférica. Voz E Cena, 4(02), 13–35. https://doi.org/10.26512/vozcen.v4i02.51185

Edição

Seção

Dossiê Temático - Artigos

Categorias

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.