Valoração de Produtos Tradicionais no Circuito Gastronômico:

lições do Cerrado

Autores/as

  • Moises Villamil Balestro Professor Adjunto IV da Universidade de Brasília vinculado ao Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas (CEPPAC).
  • Tainá Bacellar Zaneti Doutoranda do Programa de Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.18472/SustDeb.v6n1.2015.10709

Palabras clave:

Produtos tradicionais, Alta gastronomia, Processo de valoração, Dispositivos de julgamento

Resumen

A construção social de mercados diferenciados e de proximidade, bem como de sistemas agroalimentares alternativos aos sistemas agroindustriais da agricultura moderna, constitui, em
larga medida, uma estratégia de superação da exclusão de milhões de agricultores familiares e camponeses. Por sua vez, a crescente demanda e uso diferenciado de produtos tradicionais no circuito gastronômico, bem como as novas formas de interação entre chefs e agricultores familiares que produzem produtos tradicionais, podem constituir um vetor para a construção desses mercados diferenciados. Um dos achados do artigo é que a assimetria na posse do capital simbólico necessário ao processo de valoração dos produtos típicos como bens mais próximos dos singulares produz resultados deletérios para a distribuição do capital econômico, havendo grande disparidade entre os preços pagos aos produtores e os preços dos pratos servidos que incorporam tais produtos como iguarias. A apropriação do resultado econômico da valoração diminui como decorrência desse processo. O conhecimento do produtor é muitas vezes apropriado e reproduzido no processo de valoração sem que ele se beneficie disso. A partir das contribuições da sociologia econômica e da economia das singularidades, tais questões são problematizadas por este artigo.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Moises Villamil Balestro, Professor Adjunto IV da Universidade de Brasília vinculado ao Centro de Pesquisa e Pós-graduação sobre as Américas (CEPPAC).

Professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB). Bolsista da CAPES Processo Número BEX 19012/13-4 em estágio pós-doutoral. Vinculado ao Centro de Pesquisa e Comparação sobre as Américas (CEPPAC). Membro do grupo de pesquisa Estudos Comparados sobre Sociologia Econômica (CPNQ). moises@unb.br

Tainá Bacellar Zaneti, Doutoranda do Programa de Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Desenvolvimento Rural no Programa de Pós-graduação em desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Docente do curso de gastronomia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Citas

ASPERS, P. How are markets made? In MPIfG Working Paper 09/2, 2009.
BECKERT,J. Beyond the Market. The Social Foundations of Economic Efficiency, New Jersey: Princeton
University Press, 2002.
BECKERT, J. The social order of markets. In MPIfG Working Paper 07/15, 2007.
BECKERT, J. The Transcending Power of Goods: Imaginative Value in the Economy.
In MPIfG Discussion Paper 10/4, 2010.
BECKERT, J.; ASPERS, P. The Worth of Goods: Valuation and Pricing in the Economy, New York:
Oxford University Press, 2011.
BECKERT, J.; RÖSSEL, J.; SCHENK, P. Wine as a cultural product: Symbolic capital and price formation
in the wine field. In MPIfG Discussion Paper, Nº. 14/2, 2014.
BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento, São Paulo: Edusp, 2007.
ESSER, H. Soziologie. Spezielle Grundlagen, Band 1: Situationslogik und Handeln, Frankfurt:
Campus, 1999.
FUCHS, D. et al. Actors in private food governance: the legitimacy of retail standards and multistakeholder
initiatives with civil society participation. In Agricultural Human Values, Vol. 28, p.
353 ”“ 367.
GIDDENS, A. Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem social moderna. São
Paulo: Unesp, 1997.
GRENFELL, M. Pierre Bourdieu: key concepts. Durham: Acumen, 2008.
HAY, C. The political economy of price and status formation in the Bordeaux en primeur market:
the role of wine critics as rating agencies. In Socio-Economic Review, v. 8, n. 4, p. 685 ”“ 707,
2010.
IANNI, O. A era do globalismo, 3.ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.
INGLEHART. R; WELZEL, C. Modernization, Cultural Change and Democracy, New York: Cambridge
University Press, 2005.
JEVONS, W. A Teoria da Economia Política, Série Os Economistas, Editora Nova Cultural, São
Paulo, 1996.
KARPIK, L. Valuing the Unique: The Economics of Singularities, New Jersey: Princeton University
Press, 2010.
KING, B. G. ; PEARCE, N. A. The Contentiousness of Markets: Politics, Social Movements, and
Institutional Change in Markets. In Annual Review of Sociology, Vol. 36, p. 249 ”“ 267, 2010.
LAMONT, M. Toward a comparative sociology of valuation and evaluation. In Annual Review of
Sociology, 38, nº. 1: 201 ”“ 221, 2012.
MARX, K. O Capital: volume I, Série Os Economistas, São Paulo: Editora Nova Cultural, 1996.
MÖLLERING, G. Market constitution analysis: a new framework applied to Solar Power Technology
Markets. In MPIfG Working Paper 09/07, 2009.
PLOEG, J. D. van der. Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade
na era da globalização, Trad. Rita Pereira, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
POUTIGNAT, P.; STREIFF-FENART, J. Teorias da etnicidade, São Paulo: Fundação Editora Unesp.
2000.
TALLONTIRE, A. et al. Beyond the vertical? Using value chains and governance as aframework to
analyse private standards initiatives in agri-food chains. In Agricultural Human Values, Vol. 28,
p. 427 ”“ 441.
WILKINSON, J. Mercados, redes e valores, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.

Publicado

2015-04-30

Cómo citar

Villamil Balestro, M., & Bacellar Zaneti, T. (2015). Valoração de Produtos Tradicionais no Circuito Gastronômico:: lições do Cerrado. Sustainability in Debate, 6(1), 22–36. https://doi.org/10.18472/SustDeb.v6n1.2015.10709

Número

Sección

Artigos

Artículos similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.